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Coração de Ferro: Como a série do MCU mudou a história de origem de Riri para pior

Nova produção da Marvel altera pontos fundamentais da trajetória da protagonista.

Coração de Ferro: Como a série do MCU mudou a história de origem de Riri para pior

A série Coração de Ferro estreou nesta terça-feira no Disney+, em mais uma aposta do estúdio para construir os caminhos da próxima geração de heróis. Com seis episódios, a produção acompanha a jovem inventora Riri Williams em sua tentativa de consolidar um legado próprio no universo Marvel.

No entanto, para quem conhece a origem da personagem nos quadrinhos, a adaptação levanta algumas preocupações.

Criada em 2016 por Brian Michael Bendis e Mike Deodato, Riri apareceu pela primeira vez em Invincible Iron Man #7. Sua trajetória nas HQs é profundamente ligada a Tony Stark, que a apoia pessoalmente antes de entrar em coma após os eventos de Guerra Civil II.

Depois disso, é uma inteligência artificial com a consciência de Stark que auxilia Riri na construção de sua própria armadura. Essa dinâmica, central para a personagem, foi praticamente ignorada na versão televisiva.

A substituição precoce de Stark por N.A.T.A.L.I.E.

Diante do vazio deixado pela ausência de Tony, a série opta por acelerar a introdução de outro elemento importante da trajetória de Riri: sua melhor amiga, Natalie, que nos quadrinhos só retorna como uma IA muito mais adiante.

Na adaptação, Natalie, interpretada por Lyric Ross, já é apresentada como a interface digital que auxilia Riri desde o primeiro episódio.

Essa mudança funciona como uma tentativa de desviar o foco do problema maior, mas não resolve a falta de consistência. Embora a presença de Natalie traga um viés emocional mais direto para a história, ela também antecipa arcos que, nos quadrinhos, levavam tempo para amadurecer.

Nos quadrinhos, a relação com Stark (ainda que digital), é essencial para o crescimento de Riri, não só como heroína, mas também como alguém em busca de direção. Na série, esse elo é substituído por uma estrutura mais apressada, que não oferece à personagem tempo suficiente para evoluir organicamente.

Ao eliminar esse mentor simbólico, o MCU transforma Riri em uma figura com menos conexões relevantes no universo ao redor. Isso contrasta com outras estreias recentes, como a de Kamala Khan, cuja admiração por Carol Danvers é explorada com mais consistência.

A pressa em reformular sua origem compromete parte do impacto emocional da série, afastando o público de uma conexão mais sólida com a protagonista. Resta saber se as próximas aparições de Riri conseguirão resgatar o que a série preferiu ignorar.

 

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