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Como um Relâmpago: 7 fatos reais que ficaram de fora da serie

A minissérie da Netflix omite detalhes surpreendentes sobre o atentado

Como um Relâmpago: 7 fatos reais que ficaram de fora da serie

A nova minissérie Como um Relâmpago conquistou atenção ao dramatizar o assassinato do presidente americano James A. Garfield, resgatando um dos episódios mais obscuros da política dos Estados Unidos.

Mesmo baseada em eventos reais, a série faz cortes significativos que mudam a compreensão completa dos fatos. De questões médicas a intrigas políticas, alguns momentos cruciais ficaram de fora e revelam que a realidade foi ainda mais complexa do que a ficção mostra.

1. A verdadeira causa da morte de Garfield ainda é debatida

Embora a série classifique o caso como assassinato, estudiosos divergem sobre o que realmente matou o presidente. Muitos acreditam que Garfield morreu de infecção generalizada causada pelos métodos médicos da época, sem assepsia adequada. Outros defendem que o rompimento de uma artéria do baço, associado a complicações na vesícula, foi o motivo final da morte.

2. O assassino voltou ao culto da “livre-relação”

Antes do crime, Charles Guiteau fez parte da comunidade Oneida, um grupo adepto ao “amor livre”. O que a série não mostra é que ele saiu do grupo, tentou criar um jornal religioso e, após o fracasso, retornou ao culto. Sua segunda passagem terminou em novo fracasso: ele foi rejeitado pelas mulheres e processou o líder da seita exigindo pagamento por serviços prestados, mas perdeu na Justiça.

3. As cartas de Guiteau foram parar em um arquivo de “excêntricos”

Na ficção, Guiteau parece ter contato direto com o presidente, mas na vida real suas dezenas de cartas nunca chegaram às mãos de Garfield. O secretário particular Joe Brown, percebendo o tom obsessivo das mensagens, as guardou em um arquivo rotulado como “excêntricos” e proibiu o remetente de frequentar o expediente aberto ao público na Casa Branca.

4. Guiteau planejou usar dinamite

Antes de decidir pelo revólver, Guiteau cogitou usar dinamite para matar o presidente. Segundo registros históricos, ele descartou a ideia por medo de explodir junto e por considerar a tática “bárbara” e “russa demais”. Preferiu, nas próprias palavras, cometer o crime de forma “americana”, optando por uma arma de fogo.

5. O assassino esperou horas na estação antes do ataque

A série mostra Guiteau agindo por impulso, mas ele vinha seguindo Garfield havia semanas. Passava os dias em parques e noites limpando o revólver. No dia do atentado, chegou cedo à estação e esperou o presidente entrar no saguão antes de atirar duas vezes. A paciência e o cálculo demonstram o grau de premeditação envolvido.

6. O detector de metal de Alexander Graham Bell poderia ter salvado o presidente

O inventor do telefone criou um detector para localizar a bala alojada no corpo de Garfield. No entanto, o médico responsável se recusou a permitir que o aparelho fosse usado no lado esquerdo do corpo, insistindo que o projétil estava à direita. Anos depois, comprovou-se que o equipamento funcionava perfeitamente e que a limitação imposta pelo médico custou caro.

7. O julgamento de Guiteau foi um dos primeiros com alegação de insanidade temporária

A série termina com a execução, mas o julgamento foi um espetáculo à parte. Guiteau alegou insanidade temporária e tentou defender a si mesmo, o que o juiz negou. Durante as sessões, interrompia advogados e juízes, zombava dos promotores e chegou a cantar no tribunal. Sua conduta ajudou a consolidar o caso como um marco no debate sobre saúde mental e responsabilidade criminal.