Dexter: Ressurreição chegou ao Paramount+ prometendo reviver o clima clássico da série, mas trouxe também um detalhe impossível de ignorar. Quem acompanhou Dexter: New Blood certamente sentiu falta de uma personagem essencial que simplesmente desapareceu sem explicação convincente.
E não estamos falando de um nome qualquer, estamos falando de Angela Bishop, a mulher que desvendou a verdadeira face de Dexter Morgan.
Dexter: Ressurreição ignora tudo o que Angela construiu em New Blood
A trama de Dexter: Ressurreição começa logo após o desfecho de New Blood. Dexter acorda de um coma, descobre que seu filho Harrison matou alguém em Nova York e corre para encontrá-lo. Até aí, tudo bem. O problema começa quando a série tenta explicar por que Angela Bishop, que antes estava disposta a denunciar Dexter como o Açougueiro da Baía, simplesmente desistiu de tudo.
Angela tinha todas as provas, todas as motivações e, acima de tudo, um senso de justiça que não combinava com “perdoar e esquecer”. Segundo a nova série, ela decidiu deixar tudo para trás porque Dexter ajudou a resolver o assassinato de Iris, mãe biológica de Audrey. Mas será que isso realmente seria suficiente para fazer uma policial íntegra abandonar suas acusações contra um serial killer?
O perdão de Angela não convence e enfraquece o roteiro
O grande erro de Dexter: Ressurreição foi subestimar o impacto emocional que Angela teve na temporada anterior. Ela não era apenas uma coadjuvante: Angela representava o peso moral que Dexter sempre precisou enfrentar. Ao escolher “perdoá-lo” para tocar a própria vida, a série elimina um dos conflitos mais intensos da narrativa.
Mesmo grata por saber a verdade sobre Iris, Angela jamais seria o tipo de pessoa que cobriria a morte de Logan ou deixaria Batista no escuro. Essa simplificação não só esvazia a personagem como também dá a Dexter uma saída fácil, fugindo das consequências que sempre foram o centro do drama.
Ignorar Angela abre mão de perguntas importantes para a trama
O que mais incomoda em Dexter: Ressurreição é perceber que a ausência de Angela não foi um descuido, mas uma escolha consciente. A série decidiu seguir em frente, apresentando novos personagens e tramas, sem amarrar as pontas soltas de New Blood. Isso, no entanto, criou um efeito colateral: qualquer tentativa de trazer Angela de volta exigiria um retorno às perguntas que a série não quer (ou não sabe) responder.
Se Angela aparecesse novamente, Dexter teria que explicar por que ela desistiu tão facilmente. Mais do que isso, a série teria que lidar com Batista e todo o rastro de sangue que Dexter deixou em Iron Lake. Ao evitar esse confronto, Dexter: Ressurreição perde a chance de crescer como história e se contenta em virar a página sem olhar para trás.
Ressurreição aposta no estilo clássico, mas sacrifica coerência
Não dá para negar: muitos fãs ficaram aliviados ao ver Dexter: Ressurreição resgatar o clima das primeiras temporadas. O suspense, os dilemas internos, a volta à atmosfera de gato e rato, tudo isso trouxe de volta a nostalgia que faltava em New Blood. Só que esse retorno teve um preço.
Ao optar por não “fazer a autópsia” de New Blood, como alguns fãs comentam, a série deixou de lado uma parte essencial da trama. E, infelizmente, isso inclui Angela. O problema não está apenas em ignorar a personagem, mas no fato de que a explicação dada não convence. No fim das contas, a decisão de “engavetar” Angela deixa claro que o foco está em seguir em frente, não em entregar uma história bem amarrada.
Cronograma de Dexter: Ressurreição no Paramount+
Para quem está acompanhando, vale lembrar que Dexter: Ressurreição está disponível no Paramount+ e segue com episódios semanais:
- Episódio 01 – 11 de julho de 2025;
- Episódio 02 – 11 de julho de 2025;
- Episódio 03 – 18 de julho de 2025;
- Episódio 04 – 25 de julho de 2025;
- Episódio 05 – 01 de agosto de 2025;
- Episódio 06 – 08 de agosto de 2025;
- Episódio 07 – 15 de agosto de 2025;
- Episódio 08 – 22 de agosto de 2025;
- Episódio 09 – 29 de agosto de 2025;
- Episódio 10 – 05 de setembro de 2025 (final de temporada).
Ou seja, ainda há tempo para a série surpreender. Mas, por enquanto, Angela parece enterrada no passado.