Inspirada na série britânica Angela Black, a minissérie espanhola Ángela, que estreou na Netflix no dia 4 de julho, conduz o público por uma trama de desconfiança, abuso e manipulação que culmina em um desfecho carregado de suspense.
Ao longo dos seis episódios, acompanhamos a jornada de uma mulher que, em meio a um relacionamento abusivo, precisa distinguir o que é real e o que pode ter sido criado pela mente como mecanismo de sobrevivência.
O último episódio responde às principais perguntas da trama, mas também deixa margens para interpretações.
Desconfiança, fuga e a primeira reviravolta
Nos momentos finais da série, Ángela decide agir ao perceber que sua vida e a segurança das filhas estão em risco. A protagonista, interpretada por Verónica Sánchez, se refugia com as meninas em uma casa escondida e aceita a proposta de Eduardo para assassinar seu marido Gonzalo. No entanto, muda de ideia e tenta impedir a ação.
O plano sai do controle. Eduardo não consegue encontrar Gonzalo e, ao retornar ao esconderijo, Ángela o encontra aparentemente morto. Desesperada, ela confronta o marido e, ao ser abordada pela polícia, acaba detida como se fosse a verdadeira culpada.
Mesmo alegando que era vítima de violência e que Gonzalo a manipulava, Ángela é considerada instável. A falta de provas concretas, somada a históricos pessoais e familiares, leva a personagem a ser internada em uma instituição psiquiátrica. Nesse ponto, a narrativa insinua que Eduardo poderia não ter existido.
Realidade ou delírio?
Isolada e desacreditada, Ángela começa a questionar sua própria sanidade. A hipótese de que Eduardo foi uma criação mental provocada pelo trauma do relacionamento ganha força, enquanto Gonzalo, mais uma vez, sai ileso.
A única pessoa que permanece ao lado de Ángela é Esther, sua antiga amiga, que assume sua defesa legal. Apoiada por ela, Ángela começa a reconstruir os acontecimentos e investiga a possibilidade de que tudo tenha sido uma armação.
A investigação conduz Ángela a descobrir que Eduardo existe de fato, mas usa outro nome: Roberto Irogoyen. Ele foi contratado por Gonzalo para desestabilizá-la emocionalmente e desacreditar qualquer tentativa de denuncia.
A virada judicial e o confronto final
Com a ajuda de Esther e do ex-marido dela, também advogado, Ángela finalmente reúne provas que podem incriminar Gonzalo. Apesar disso, ele consegue temporariamente a guarda das filhas e manipula o sistema judicial a seu favor.
Disposta a acabar com a impunidade, Ángela arma uma emboscada. Ela atrai o ex-marido para o restaurante de Roberto e grava a agressão que sofre, garantindo uma prova definitiva contra ele. A estratégia funciona e Gonzalo é preso.
A protagonista então retoma a guarda das filhas e encerra o ciclo de abusos que enfrentou durante anos. Como último gesto de ruptura, ela incendeia o bar de Roberto, encerrando também qualquer vínculo com aquele que ajudou a destruir sua credibilidade.