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All of Us Are Dead: Por que triângulo amoroso pode arruinar a 2ª temporada do k-drama

Próxima fase precisa manter o foco para não se perder após hiato prolongado.

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Entre tantos temas que podem ser explorados em uma continuação de série, o romance costuma ser uma escolha tentadora. Muitas produções optam por reacender dramas românticos, mesmo em cenários caóticos, como o de um apocalipse zumbi.

No entanto, essa abordagem nem sempre é bem recebida pelo público, especialmente quando ela compromete a consistência emocional dos personagens e da narrativa.

Em All of Us Are Dead, a primeira temporada flertou com a ideia de um triângulo amoroso, mas rapidamente desviou o foco para o que realmente interessava: a sobrevivência. Agora, com a segunda temporada confirmada, uma possível retomada desse conflito amoroso pode colocar em risco tudo o que a série construiu de mais interessante até aqui.

Na primeira temporada, havia uma dinâmica clara entre os protagonistas. Cheong-san gostava de On-jo, que por sua vez nutria sentimentos por Su-hyeok, que estava envolvido com Nam-ra. O roteiro chegou a sugerir um quadrado amoroso, mas não se aprofundou na ideia. Essa decisão permitiu que a série mantivesse o foco em sua proposta central e evitasse dispersões românticas desnecessárias.

Com Cheong-san supostamente morto e Nam-ra vivendo como uma hambie, há quem tema que a história caminhe para uma reaproximação entre On-jo e Su-hyeok. O clichê do “luto compartilhado que vira romance” é comum, mas também pode soar forçado em contextos tão delicados quanto o do universo de All of Us Are Dead.

Relações inacabadas podem ser o suficiente

Uma das forças emocionais da série está na impossibilidade dos casais ficarem juntos. Nam-ra, apesar de ainda humana em parte, não pode mais viver entre seus colegas. Cheong-san, por outro lado, pode estar vivo, mas afastado por causa de sua condição como infectado. Esses desencontros são mais eficazes em manter a tensão dramática do que qualquer triangulação romântica artificial.

Reforçar os sentimentos já existentes, mesmo em meio à separação física, pode ser um caminho mais sensível e coerente. Forçar um novo romance entre On-jo e Su-hyeok poderia invalidar os vínculos que foram cuidadosamente desenvolvidos ao longo da primeira temporada.

A segunda temporada tem diversas possibilidades para seguir sem recorrer ao triângulo amoroso. Investigar os limites dos hambies, expandir a narrativa para outras cidades ou países afetados e explorar o trauma coletivo deixado pela tragédia são caminhos muito mais ricos.

Ao resistir à tentação de recorrer a clichês românticos, All of Us Are Dead pode manter sua identidade e continuar surpreendendo o público. A força da série está no modo como mistura horror, suspense e drama juvenil, e alterar isso pode comprometer seu apelo.

Caso a segunda temporada opte por seguir esse caminho mais consistente, as relações românticas ainda terão espaço, mas de forma sutil e bem encaixada no enredo principal. Isso permitiria que a série evoluísse sem perder aquilo que a tornou um fenômeno.

 

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