
Produções de sobrevivência têm ganhado espaço nos catálogos de streaming, mas poucas conquistaram tanto público quanto Alice in Borderland e Round 6. Apesar das comparações inevitáveis, a estreia da terceira temporada deixou evidente por que a série japonesa conseguiu se destacar de forma única.
Enquanto Round 6 baseia seus jogos em críticas sociais e no impacto visual da violência, principalmente nas últimas temporadas, Alice in Borderland aposta em desafios que revelam camadas emocionais dos participantes, fazendo com que cada partida seja também um mergulho psicológico.

Jogos que revelam o interior dos personagens
Os jogos do Borderland expõem as dores, culpas e inseguranças de cada competidor, tornando vitórias e derrotas mais intensas para quem assiste. Essa integração da narrativa com as provas aproxima o público dos personagens, criando uma conexão que vai além do suspense.
O peso emocional das escolhas de seus personagens sustenta a tensão, tornando cada decisão significativa. O que está em jogo não é apenas a vida física, mas também a superação de traumas e a busca por sentido.
Em Round 6, os jogos cumprem a função de metáfora social, mas muitas vezes se distanciam da jornada pessoal dos participantes. Já em Alice in Borderland, o desafio é uma extensão da vida de cada um, como se fosse impossível separar passado e presente dentro da arena.

O crescimento de Arisu como motor da trama
A terceira temporada reforça esse diferencial ao mostrar como Arisu evoluiu desde a primeira vez que entrou no Borderland. Ele não é mais o jovem perdido que dependia apenas de sorte ou da ajuda dos amigos. Após tantas perdas, seu amadurecimento se tornou central para a narrativa, transformando-o em um personagem capaz de inspirar os outros.
Esse foco no desenvolvimento pessoal é o que diferencia a série de outras produções do gênero. O público não acompanha apenas um sobrevivente, mas um homem em constante transformação, cuja relação com Usagi reforça ainda mais o tom humano da história.

O que esperar daqui para frente
A comparação entre as duas produções continuará sendo feita, mas o novo capítulo de Alice in Borderland reforça o motivo de seu sucesso. Se Round 6 se apoia em crítica social, Alice se destaca por mergulhar em sua humanidade.
Se houver continuidade, a expectativa é de que esse equilíbrio entre jogos inteligentes e dilemas pessoais siga sendo a marca registrada da série. Afinal, é justamente essa fusão de mente e coração que fez o público se conectar de forma tão intensa com a história de Arisu e Usagi.