A série documental A Mulher da Casa Abandonada chegou hoje, 15 de agosto, ao catálogo do Prime Video, trazendo em três episódios um dos casos mais comentados dos últimos anos.
A produção retoma a história de Margarida Bonetti, acusada de manter uma empregada doméstica brasileira em condições análogas à escravidão nos Estados Unidos por cerca de duas décadas.
Baseada no podcast homônimo criado e narrado por Chico Felitti em 2022, a adaptação audiovisual expande a narrativa ao incluir materiais inéditos e novas perspectivas sobre o caso.
A direção é assinada por Kátia Lund, conhecida pelo trabalho em Cidade de Deus, com a colaboração de Livia Gama e Yasmin Thayná na condução dos episódios.
Do podcast ao documentário
O podcast original rapidamente se tornou um fenômeno no Brasil, despertando interesse não apenas pelo crime em si, mas também pelo paradeiro e a vida reclusa de Margarida Bonetti em um casarão deteriorado em São Paulo.
Agora, no formato televisivo, a série amplia a investigação com depoimentos da própria vítima, Hilda Rosa dos Santos, e de testemunhas que acompanharam o caso nos EUA e no Brasil.
As filmagens aconteceram em diferentes locações, incluindo Maryland, onde a equipe entrevistou vizinhos, autoridades e agentes do FBI envolvidos na investigação. Também foram utilizados arquivos judiciais e documentos oficiais, além de recriações para ilustrar momentos-chave da história.
Além de reconstituir os fatos, a produção mostra o impacto jurídico do caso, que resultou na criação de uma lei nos Estados Unidos destinada a proteger vítimas de trabalho forçado, garantindo-lhes permanência legal no país.
Projeto e bastidores
Cada um dos três episódios tem cerca de 35 minutos, permitindo que a narrativa avance de forma objetiva, mas sem deixar de apresentar detalhes importantes. O ritmo busca equilibrar a investigação jornalística com a dimensão humana da história.
O roteiro foi desenvolvido por Tainá Muhringer, Fernanda Polacow, Henrique dos Santos, Mari Paiva e Karolina Santos. Chico Felitti, além de ceder o material original, atuou como consultor criativo e produtor executivo, contribuindo para a adaptação do conteúdo para o audiovisual.
A produção é assinada pela Coiote, com Gil Ribeiro, Marcia Vinci e Margarida Ribeiro na produção executiva. Segundo Kátia Lund, havia planos para transformar a história também em um longa-metragem, mas o projeto foi adiado. A prioridade no momento foi concluir a série com profundidade e acesso a fontes diretas.
Entre os destaques, estão imagens da mansão em que Margarida vive atualmente, em avançado estado de deterioração, e que se tornou símbolo da repercussão do caso no Brasil. O contraste entre o passado de luxo e a atual condição da residência é explorado como elemento narrativo.
Com a chegada ao Prime Video, A Mulher da Casa Abandonada ganha um novo alcance e pode atingir públicos que não acompanharam o podcast. A combinação de entrevistas exclusivas e arquivos oficiais oferece uma visão mais ampla sobre um crime que atravessou fronteiras e deixou marcas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.