Quando falamos em adaptações de anime que realmente deram certo na Netflix, logo vem à mente o sucesso de One Piece. Mas a verdade é que, antes da tripulação do Chapéu de Palha zarpar rumo ao sucesso global, outra série japonesa já tinha mostrado ao mundo como se faz um live-action de respeito. E agora, ela está pronta para voltar.
Estamos falando de Alice in Borderland, a adaptação do mangá de Haro Aso que conquistou o público com uma trama brutal, visual estilizado e uma tensão constante a cada episódio. Depois de duas temporadas eletrizantes, a série finalmente retorna para sua aguardada terceira temporada em setembro de 2025. E, se tudo correr como promete, ela pode muito bem retomar o posto de melhor adaptação de anime da Netflix, superando até mesmo os gigantes do momento.
Alice in Borderland foi pioneira no sucesso dos live-actions orientais
Antes de Round 6 explodir em 2021 ou de One Piece dominar o streaming em 2023, Alice in Borderland já entregava ação de tirar o fôlego e jogos mortais cheios de estratégia. Estreando em 2020, a série trouxe uma estética única e mostrou que produções asiáticas podiam sim dominar a audiência global, desde que tivessem qualidade, e Borderland tem de sobra.
Dirigida por Shinsuke Sato, responsável também por outras adaptações como Gantz, a série foi baseada em um mangá publicado entre 2010 e 2016. A história, centrada em Ryohei Arisu e seus amigos, mostra um Tóquio vazio e hostil, onde os sobreviventes precisam enfrentar jogos inspirados em cartas de baralho. Cada carta representa um desafio, físico, mental ou emocional, e não há espaço para erros. O clima? Um misto de Battle Royale, Jogos Mortais e Jogos Vorazes, só que com mais estilo.
Jogos Mortais, dilemas morais e muita adrenalina
O que fez Alice in Borderland se destacar logo de cara foi sua abordagem psicológica. Aqui, sobreviver exige mais do que força: é preciso pensar rápido, confiar (ou desconfiar) das pessoas certas e enfrentar o próprio limite moral. O espectador é constantemente colocado em posição de julgamento, o que eu faria no lugar deles?
A série mergulha fundo em temas como amizade, culpa, arrependimento e até propósito de vida. Não é só sobre fugir da morte, mas sobre encontrar sentido em um mundo onde a lógica desapareceu. Arisu, por exemplo, começa como alguém perdido e sem rumo. Mas a cada jogo, a cada sacrifício, ele se transforma. E o público sente essa transformação na pele.
Mudanças do mangá para a série: uma aposta que deu certo
Como toda adaptação, Alice in Borderland fez suas escolhas. Alguns fãs mais puristas podem até torcer o nariz para as mudanças em relação ao mangá, como a adição do jogo “Checkmate” da Rainha de Espadas ou as alterações nos desafios clássicos. No entanto, essas decisões não foram aleatórias, serviram para manter o ritmo narrativo fluido e a tensão constante.
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A boa notícia é que a terceira temporada promete retomar ainda mais elementos originais da obra de Haro Aso. Entre eles, o aguardado jogo Good Fortune, Bad Fortune, que promete levar os personagens (e o público) ao limite da estratégia e do desespero. Armas, flechas flamejantes e decisões difíceis? Pode apostar.
O retorno em setembro chega na hora certa para o gênero
Se existe um momento perfeito para Alice in Borderland voltar, é agora. Com Round 6 prestes a ganhar nova temporada e One Piece ainda surfando na onda do sucesso, o público está mais do que pronto para outra história de jogos mortais com camadas emocionais.
O diferencial? Borderland não precisa de celebridades para funcionar. Seu trunfo está no roteiro afiado, na direção estilosa e na forma como te envolve emocionalmente. E com a promessa de mais fidelidade ao mangá, é possível que essa terceira temporada seja a melhor de todas e, quem sabe, o renascimento definitivo da série como um dos pilares do catálogo da Netflix.
Mais do que entretenimento: uma experiência visual e emocional
O que transforma Alice in Borderland em algo mais do que “só mais um live-action de anime” é sua construção de mundo. A Tóquio vazia, as regras misteriosas dos jogos, os figurinos, as expressões faciais e até o silêncio em certas cenas, tudo serve a um propósito maior. É uma série que te prende não só pelo enredo, mas também pelos detalhes.
E diferente de outras adaptações que erram no tom ou na escolha de elenco, aqui tudo parece estar no lugar certo. Dos efeitos especiais aos diálogos intensos, cada cena é pensada para deixar você desconfortável, curioso, ansioso, e completamente viciado.
As duas temporadas de Alice in Borderland estão disponíveis na Netflix.
