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5 produções de terror inspiradas nos crimes de Ed Gein

Os crimes influenciaram algumas das histórias mais marcantes do cinema de terror

O lado psicológico do crime
O lado psicológico do crime

Muito antes da Netflix revisitar sua trajetória em Monstro: A História de Ed Gein, o assassino de Wisconsin já havia deixado sua marca em Hollywood. Suas ações, reveladas nos anos 1950, impressionaram pela brutalidade e pela natureza ritualística, inspirando roteiristas e diretores a transformar seus crimes em ficção.

Ao longo das décadas, diferentes cineastas adaptaram e reinterpretaram o legado sombrio de Gein. Cada filme abordou um aspecto distinto (do horror psicológico ao gore explícito), mas todos carregando a mesma origem.

Psicose (1960)

Dirigido por Alfred Hitchcock, Psicose foi o primeiro grande filme a se inspirar em Ed Gein. O personagem Norman Bates, vivido por Anthony Perkins, compartilha com o assassino traços centrais, como a devoção doentia à mãe, o isolamento e a incapacidade de distinguir realidade e delírio.

A famosa cena do chuveiro, com Marion Crane (Janet Leigh), se tornou um marco do terror moderno. Hitchcock baseou o roteiro no livro de Robert Bloch, que por sua vez se inspirou diretamente nas notícias sobre Gein.

O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Catorze anos depois, Tobe Hooper levou o horror a outro extremo com O Massacre da Serra Elétrica. Embora o filme não seja uma biografia direta, o personagem Leatherface nasceu das atrocidades cometidas por Gein, principalmente o hábito de confeccionar máscaras e roupas feitas com pele humana.

A estética documental e o clima de desespero constante fizeram da obra um divisor de águas no gênero. Hooper usou o caso de Gein como ponto de partida para criticar a decadência social americana e explorar o medo visceral da loucura escondida no cotidiano.

O Silêncio dos Inocentes (1991)

Três décadas após Psicose, o impacto de Gein continuava vivo e originou outro grande clássico. Em O Silêncio dos Inocentes, dirigido por Jonathan Demme, o assassino Buffalo Bill é parcialmente inspirado nele e, assim como Gein, coleta partes de suas vítimas para criar um “traje” de pele.

O filme, vencedor de cinco Oscars, usou o caso real para questionar os limites da identidade e da monstruosidade humana. Demme trouxe ao gênero uma camada de profundidade que redefiniu o thriller psicológico.

Confissões de um Necrófilo (1974)

Lançado no mesmo ano que O Massacre da Serra Elétrica, Confissões de um Necrófilo (Deranged no idioma original) é talvez a representação mais direta dos crimes de Ed Gein. O longa recria os assassinatos e o comportamento obsessivo do protagonista Ezra Cobb, personagem inspirado explicitamente em Gein.

A obra combina o tom sombrio de um documentário com a brutalidade das cenas, mostrando com crueza o isolamento, o apego materno e os rituais macabros do assassino. Por ser menos estilizado que outras adaptações, Confissões de um Necrófilo se tornou uma das versões mais realistas e perturbadoras do caso.

Ed Gein (2000)

Quase meio século depois dos crimes, o cinema voltou ao tema com Ed Gein, dirigido por Chuck Parello. Dessa vez, o foco recai sobre o homem por trás do mito: um retrato mais psicológico e introspectivo, mostrando como a repressão religiosa e o isolamento transformaram Gein em assassino.

O filme tenta equilibrar fidelidade histórica e drama, explorando sua relação com a mãe e a deterioração mental que culminou nos assassinatos. É uma obra menos sensacionalista, mas que ainda preserva a inquietação provocada pelo verdadeiro “monstro de Plainfield”.

 
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