
A Marvel já cometeu muitos deslizes nos quadrinhos, mas poucos conseguiram unir tanta gente contra um único personagem como Paul. E não, ele não é um vilão com planos mirabolantes ou um anti-herói complexo.
Paul é simplesmente… inútil. Ou melhor, agora a gente pode dizer com todas as letras: Paul é burro. E isso não é mais só a opinião dos fãs, os próprios quadrinhos estão deixando isso bem claro.

Paul: o símbolo da teimosia editorial da Marvel
Desde sua primeira aparição, Paul despertou a ira dos leitores, não por ser um grande vilão ou por cometer algo imperdoável, mas justamente por ser o completo oposto disso. Ele é o “cara comum” que apareceu do nada, preso com MJ numa dimensão paralela e, por algum motivo inexplicável, saiu de lá como namorado oficial dela.
Só que Paul não é um personagem de verdade. Ele é um artifício narrativo com cara de NPC: alguém criado apenas para impedir Peter Parker de ser feliz. E isso revolta os fãs não só pelo apego ao casal, mas porque representa o vício da Marvel em manter o Homem-Aranha eternamente preso no ciclo da juventude infeliz. A editora força Peter a continuar sofrendo, e Paul é o rosto mais irritante desta decisão editorial.

Sem carisma, sem passado e agora sem cérebro
Paul nunca teve uma história própria que justificasse sua presença. Ele não tem um passado interessante, não tem carisma, não tem propósito além de ser “o outro”. Ele é o equivalente narrativo de uma parede: está ali só para atrapalhar. E até nisso ele falhava, porque era tão genérico que não gerava nem raiva de verdade.
Mas isso mudou. Na edição #6 de All-New Venom, Paul ultrapassou a linha da inutilidade e mergulhou direto na burrice. A pulseira Jackpot, que dá superpoderes aleatórios à MJ, foi criação dele. Até aí, tudo bem, exceto pelo detalhe de que um dos poderes aleatórios é simplesmente a morte instantânea. Sim, ele criou uma tecnologia que, dependendo da sorte do usuário, pode literalmente matar quem estiver usando.

A genialidade de uma torradeira com defeito
Vamos parar para pensar: em que universo alguém cria um acessório que pode virar uma arma mortal com base em sorte? Isso é coisa que nem vilão de segunda faria. É como entregar uma roleta russa em forma de pulseira e achar que é um presente romântico.
A justificativa do quadrinho é que sem os limitadores, os poderes ficam descontrolados, mas isso só escancara o problema: os poderes mais perigosos já estavam lá desde o início. Paul simplesmente achou uma boa ideia deixá-los disponíveis.
O resultado? Mary Jane quase morre, Venom precisa se fundir a ela para salvá-la e agora os dois não podem mais se separar sem morrer. Tudo isso devido a uma pulseira feita por um homem que claramente não devia mexer com tecnologia, muito menos iniciar um relacionamento.

A piada virou verdade: Paul é burro e agora temos provas
Por anos, os fãs odiaram Paul pelo que ele representava. Agora, graças à Marvel, podemos odiá-lo por um motivo concreto: ele é estúpido. E isso muda tudo. Porque antes ele era só um figurante forçado.
Agora ele é ativamente perigoso. Ele deixou de ser apenas o “cara que impede Peter e MJ de voltarem” e passou a ser o “cara que quase matou a MJ com um acessório assassino”. Isso, de certa forma, é até libertador. Finalmente a frustração dos leitores foi validada pela própria história. A Marvel basicamente olhou para o público e disse: “vocês estavam certos em odiar esse cara”.