Você já teve aquela sensação de déjà vu ao ver um herói da DC e pensar “pera aí, já vi esse personagem antes”? Pois é, não é coincidência. Entre rivalidades, inspirações e… digamos, “homenagens criativas”, a DC já deu umas boas olhadas no caderno da Marvel.
Mas calma, isso não é uma crítica. Porque, convenhamos, sem essa competição, talvez nem tivéssemos tantos heróis incríveis para discutir hoje. E aí vem a dúvida: até que ponto é homenagem… e quando passa a ser cópia descarada?
1. Aquaman e Namor
Antes de Jason Momoa aparecer nas telonas, o trono dos oceanos já tinha dono: Namor da Marvel, criado em 1939. Um herói arrogante, meio-humano, meio-atlante, com força sobre-humana e o dom de comandar criaturas marinhas.
Dois anos depois, surge Aquaman, com origem, poderes e até o mesmo dom. Coincidência demais? A diferença é que a DC soube transformar Aquaman num ícone, enquanto Namor ficou nas sombras por décadas.
2. Capuz Vermelho e Soldado Invernal
Bucky Barnes morre e volta como o temido Soldado Invernal, um soldado letal com braço metálico e um passado repleto de traumas. Um mês depois (sim, um mês!), a DC traz Jason Todd, o Robin morto, de volta como Capuz Vermelho, outro ex-parceiro heróico, agora tomado por rancor e sede de justiça própria.
Ambos são anti-heróis complexos, marcados pela morte e pela redenção torta. Coincidência? Talvez… mas parece mais uma corrida editorial. E você, acha que o retorno mais impactante foi o de Bucky ou o de Jason?
3. Monstro do Pântano e Homem-Coisa
Aqui a coisa fica quase cômica. Em 1971, a Marvel lança Homem-Coisa, o cientista transformado em criatura pantanosa. Um mês depois, a DC apresenta Monstro do Pântano, outro cientista… transformado em criatura pantanosa. Pois é.
As semelhanças vão da origem ao visual. A diferença é que a DC soube dar mais profundidade filosófica ao seu monstro, Monstro do Pântano virou símbolo do medo, da natureza e da alma perdida da humanidade. Já o pobre Homem-Coisa acabou virando uma nota de rodapé. Quem diria que a “cópia” sairia melhor que o original?
4. Leão Vermelho e Pantera Negra
Quando a DC lançou Leão Vermelho em 2016, o público não demorou a notar: “Ué, esse não é o Pantera Negra vermelho?”. Ambos são líderes de nações africanas, guerreiros de elite, com traje felino e habilidades sobre-humanas.
A diferença? Leão Vermelho veio quase 50 anos depois do Pantera Negra original, criado por Stan Lee e Jack Kirby. Dá até pra imaginar o roteirista da DC dizendo “ninguém vai perceber”. Mas a verdade é que T’Challa continua reinando soberano, e Red Lion virou apenas mais um eco da genialidade da Marvel.
5. Imperiex e Galactus
Galactus, o lendário deus cósmico da fome, apareceu em 1966 como uma das criações mais filosóficas da Marvel. Já em 2000, a DC resolveu brincar de destruição universal e criou Imperiex, uma entidade que literalmente consome galáxias para reiniciar o universo.
A semelhança é gritante, o conceito, o porte, até o discurso de “entropia cósmica”. A diferença é que Galactus tem uma história rica e complexa, enquanto Imperiex parece a versão “genérica de supermercado”. Mas vá lá, todo universo precisa do seu apocalipse de estimação.
6. Caveira Atômica e Motoqueiro Fantasma
Nos anos 70, a Marvel apresentou o icônico Motoqueiro Fantasma, o personagem com o crânio em chamas e pacto demoníaco. Já a DC apareceu depois com o Caveira Atômica, um vilão/herói radioativo com o mesmo estilo de caveira incandescente e poderes sobrenaturais.
Enquanto o Motoqueiro Fantasma virou símbolo da rebeldia punk sobrenatural, o Caveira Atômica ficou preso em histórias confusas e reboots sem graça. A verdade é que, nessa corrida, a Marvel cruzou a linha de chegada muito antes.
7. Abelha e A Vespa
A Marvel lançou A Vespa nos anos 60 como fundadora dos Vingadores. Ela encolhe, voa e dispara rajadas de energia, som familiar? Pois em 1977, a DC apresenta Abelha, cientista brilhante com traje tecnológico e as mesmas habilidades.
Mas aqui há justiça poética: Abelha foi a primeira super-heroína negra da DC, ganhando importância real em Jovens Titas e em representatividade. Mesmo que tenha nascido de uma “inspiração”, ela encontrou identidade própria. E no fim, isso é o que mais importa, não é?