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Presente Maldito: Suspense psicológico com Dakota Fanning chega ao streaming e vai te deixar sem fôlego

Atriz enfrenta horrores psicológicos em thriller claustrofóbico que transforma a casa em um pesadelo

Presente Maldito
Presente Maldito

Presente Maldito (Vicious), dirigido por Bryan Bertino, o mestre por trás do aclamado Os Estranhos (2008), chegou ao Paramount+ em 10 de outubro, trazendo uma experiência que mistura suspense claustrofóbico, simbolismo perturbador e uma atuação visceral de Dakota Fanning.

Com um enredo que transforma uma simples caixa preta em um portal para o desespero, o filme é uma indicação certeira para fãs de Hereditário, A Bruxa ou qualquer obra que explore o medo do desconhecido dentro do espaço mais íntimo: a própria casa. Prepare-se para 90 minutos de tensão pura – e talvez para nunca mais olhar uma entrega misteriosa da mesma forma.

Presente Maldito

Um presente que ninguém pediu

A trama de Presente Maldito começa de forma aparentemente inofensiva, mas logo mergulha em um pesadelo psicológico. Polly, interpretada por Dakota Fanning, é uma jovem marcada pelo luto e pela solidão, vivendo uma rotina monótona até que uma estranha aparece à sua porta. Ela deixa uma caixa preta misteriosa contendo uma ampulheta que marca o tempo até o amanhecer. As instruções são claras e sinistras: Polly deve colocar na caixa três itens – algo de que precisa, algo que odeia e algo que ama. Se não cumprir a tarefa, a caixa promete destruir tudo e todos que ela conhece.

À medida que o relógio avança, a casa de Polly se transforma em um palco de horrores. Sussurros ecoam pelos corredores, sombras se movem sem explicação, e chamadas telefônicas perturbadoras a fazem questionar sua sanidade. O que parece um jogo psicológico logo se revela uma luta pela sobrevivência, com aparições fantasmagóricas e uma tensão que cresce a cada grão de areia que cai na ampulheta. Bryan Bertino, conhecido por extrair terror do cotidiano, usa o isolamento como arma, transformando o lar – um símbolo de segurança – em um labirinto de paranoia.

Filmado em locações reais em Ottawa, Canadá, entre março e maio de 2024, o filme aposta em uma estética crua e intimista. A fotografia sombria, com tons de azul e cinza, e o design de som inquietante – pense em portas rangendo e vozes abafadas – criam uma atmosfera que é quase um personagem à parte. Sem depender de gore ou sustos baratos, Presente Maldito é um terror “puro”, focado na construção de suspense e na exploração de temas como perda, culpa e o peso das escolhas.

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Dakota Fanning: a alma do filme

Se há um motivo para correr para o Paramount+ agora, esse motivo é Dakota Fanning. Aos 31 anos, a atriz – que já nos conquistou em papéis como Uma Lição de Amor (2001) e nos assustou em Guerra dos Mundos (2005) – entrega uma performance que é ao mesmo tempo frágil e feroz.

Como Polly, ela carrega o filme com uma intensidade que transcende os momentos mais previsíveis do roteiro. Seus olhares de pânico, sua respiração acelerada e sua transformação de vítima para sobrevivente são o coração pulsante de Presente Maldito. Críticos no Fantastic Fest, onde o filme estreou, elogiaram Fanning por “carregar a narrativa nas costas”, transformando a solidão de Polly em uma força dramática que mantém o espectador preso.

O elenco de apoio também não decepciona. Rachel Blanchard (O Sexto Sentido), Mary McCormack (O Advogado) e a enigmática Kathryn Hunter (a inesquecível Arabella Figg de Harry Potter) trazem camadas de mistério e tensão em papéis secundários. Cada aparição é calculada para intensificar o clima de desconfiança, mantendo o foco na jornada solitária de Polly. A química – ou a falta dela, propositalmente – entre os personagens reforça a sensação de isolamento que permeia o filme.

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Bryan Bertino e o terror que vem de dentro

Bryan Bertino é um nome que ressoa entre os fãs de terror por sua habilidade de transformar o ordinário em aterrorizante. Em Presente Maldito, ele repete a fórmula que o consagrou em Os Estranhos: menos é mais. A simplicidade da premissa – uma caixa, uma ampulheta, uma noite – é o que torna o filme tão eficaz. Ele explora o medo primal de perder o controle, usando a casa como metáfora para a mente fragmentada de Polly. A direção de Bertino é paciente, mas nunca entediante, com sequências que equilibram jumpscares sutis e uma crescente sensação de pavor existencial.

A trilha sonora, composta por Charlie Clouser (de Jogos Mortais), amplifica a tensão com notas dissonantes e silêncios estratégicos. A produção, orçada em cerca de US$ 10 milhões, reflete um cuidado artesanal, com filmagens em locações reais que dão autenticidade ao cenário. Uma curiosidade dos bastidores: Dakota Fanning presenteou a equipe com ampulhetas personalizadas ao fim das gravações, um toque que reflete o impacto do simbolismo do filme até nos sets.

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Recepção e público

Presente Maldito tem gerado reações mistas desde sua estreia. No IMDb, a nota média gira em torno de 4.9/10, com alguns espectadores criticando a trama por “falta de profundidade” ou por “não explicar o suficiente”. No entanto, para os amantes do terror psicológico, essas críticas são irrelevantes: o filme brilha exatamente por sua ambiguidade e por confiar na inteligência do público para preencher as lacunas.

No X, fãs têm elogiado a performance de Fanning e a atmosfera opressiva, com posts como “Dakota Fanning está INCRÍVEL em Presente Maldito! Não durmo hoje” e “Bertino sabe como te fazer odiar a própria casa”. Por outro lado, alguns chamam o final de “vago demais”, o que pode frustrar quem prefere respostas claras.

Comparado a outros do gênero, Presente Maldito está mais próximo de O Convite (2015) ou Noites Brutais (2022) do que de blockbusters de terror como Invocação do Mal. É um filme para quem aprecia o lento desmoronar da sanidade e não se importa de ficar com mais perguntas do que respostas.

Presente Maldito está disponível no Paramount+.

 
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