Em The Vampire Diaries, que está na Max e Prime Video, com oito temporadas, acompanhamos uma história de amor que consumiu seus personagens. Elena Gilbert, marcada pela morte de seus pais, encontra consolo no vampiro Stefan Salvatore. No entanto, ela acaba se vendo dividida entre Stefan e seu irmão mais velho, Damon, cuja natureza sombria atrai Elena de uma forma que ela não consegue resistir. Ao redor desse triângulo amoroso icônico, um grande elenco de personagens secundários também vive suas próprias histórias de romance e superação, mas nem todos tiveram o mesmo nível de desenvolvimento ou impacto.
Embora a série seja repleta de momentos marcantes, há personagens que não chegaram a atingir todo o seu potencial. Caroline, Bonnie e Klaus, por exemplo, tiveram arcos significativos que se entrelaçam com a trama principal, mas outros personagens, que poderiam ter tido histórias mais ricas, foram deixados de lado. Isso é especialmente evidente com alguns dos membros do elenco principal, que, apesar de suas contribuições iniciais, acabaram sendo ignorados em favor do foco no triângulo amoroso central.
A série, com suas tramas emocionantes e reviravoltas, brilha quando desenvolve personagens de maneira profunda, mas ao longo do tempo, alguns se tornam vítimas da dinâmica entre Elena, Stefan e Damon. As escolhas de roteiro nem sempre favorecem os personagens coadjuvantes, o que acaba gerando uma sensação de desperdício de talento. Embora a série tenha sido aclamada por muitos, o descaso com esses personagens secundários é um ponto negativo.
É trágico ver como tantos personagens, que tinham tanto a oferecer, acabam caindo pelo caminho. Apesar das muitas virtudes de The Vampire Diaries, o potencial não realizado de personagens que poderiam ter tido futuros brilhantes é uma das falhas que marcam a série. A perda dessas oportunidades evidencia que, por mais envolvente que fosse o drama central, a série poderia ter sido ainda mais rica com um foco mais equilibrado no elenco como um todo.
Jeremy Gilbert era um protagonista melhor do que Elena
Jeremy é apenas um dos muitos aspectos dos livros de L.J. Smith que foram adaptados de maneira significativa para a série The CW. Nos livros, o irmão mais novo de Elena é, na verdade, uma menina de quatro anos chamada Margaret. No entanto, na adaptação televisiva, ele foi transformado no irmão adolescente de Elena. Desde o início da série, Jeremy enfrenta um conflito interno muito mais intenso do que sua irmã. Compartilhando o trauma da morte dos pais, ele se vê mergulhado em questões de substâncias como uma forma de enfrentamento. À medida que a história avança, Jeremy sai de seu estado de apatia e, de forma independente, descobre a existência dos vampiros.
Enquanto as tramas envolvendo Elena tendem a se concentrar em questões românticas, Jeremy é forçado a lidar com temas mais sombrios e complexos. Ele não só recebe a Marca do Caçador como também é desafiado pela inclinação de matar sua própria irmã devido a essa marca. Enquanto Elena parece ser uma figura mais passiva, cujos eventos muitas vezes lhe acontecem, Jeremy se destaca como um personagem mais ativo, com um papel mais proativo em sua própria história.
Isso torna especialmente trágica a sua eliminação na série. Apesar de ser habilidoso em autodefesa, Elena o afasta para sua própria segurança. A força e a complexidade de Jeremy foram desperdiçadas enquanto Elena, que era uma personagem principal mais vulnerável, se tornava o centro das atenções.
Jules veio e foi sem nenhuma alarde
Embora existam personagens mais carinhosamente lembrados, isso não diminui o fato de que o arco de Jules em The Vampire Diaries foi injustamente curto. Ela é introduzida na segunda temporada, quando o tio de Tyler, Mason, não retorna à Flórida. Parte de sua matilha de lobos, Jules rapidamente percebe a cidade infestada por vampiros. Inicialmente, ela se apresenta como uma antagonista, tentando atrair Tyler para sua matilha e semear desconfiança entre ele e seus amigos.
No entanto, algo parece faltar na breve aparição de Jules na segunda temporada. Em questão de poucos episódios, ela é sacrificada no ritual de Klaus para se tornar um híbrido, sendo descartada rapidamente, apesar de haver muito mais história a ser explorada. Tyler nunca chega a descobrir sobre a matilha de Jules, que parece ser um grupo itinerante de lobos nômades. Personagens intrigantes e falhos, como Brady, também desaparecem sem mais explicações, interrompendo os laços de Tyler com aqueles que poderiam verdadeiramente compreendê-lo. Jules tinha um grande potencial para um desenvolvimento mais profundo, assim como a trama envolvendo lobisomens.
Lucy Bennett nunca mais
Com a partida de sua avó, Bonnie perde uma das últimas conexões com sua herança bruxa. No entanto, isso começa a mudar quando ela conhece Lucy, uma prima distante, na segunda temporada de The Vampire Diaries. Inicialmente aliada de Katherine, Lucy muda de postura ao perceber que a trama envolvendo o dopplegänger está ligada a uma bruxa Bennett. Eventualmente, ela se alinha com Bonnie, prometendo que as duas se reencontrarão no futuro.
Essa promessa nunca se concretiza. Embora Lucy apareça brevemente no final de The Vampire Diaries, ela nunca retorna de maneira significativa. Em um comentário do diretor sobre o episódio “Masquerade”, sua estreia na série, os roteiristas Kevin Williamson e Julie Plec revelam que havia uma ideia descartada de Bonnie ficar com Lucy após fingir sua própria morte. No entanto, os espectadores sabem que isso jamais acontece, e a conexão de Bonnie com o resto de sua família é profundamente enfraquecida.
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A história de fundo de Greta nunca é explicada
A primeira aparição de Klaus em The Vampire Diaries é uma revelação climática no final da segunda temporada, mas vários enredos já indicavam sua chegada. Um deles envolve a família Martin, uma linhagem de bruxas aparentemente sob o controle dos vampiros originais. Luca está em busca de sua irmã, Greta, que ele afirma ter sido sequestrada por Klaus. No entanto, ao longo dos últimos episódios, isso nunca se confirma. Parece que Greta está com Klaus por sua própria vontade e, na verdade, é uma de suas bruxas que facilita sua chegada a Mystic Falls.
Com a morte de Luca e de seu pai, Dr. Martin, o mistério sobre o desaparecimento de Greta nunca é esclarecido. Se Greta realmente estava com Klaus por escolha própria, por que sua família acreditava que ela havia desaparecido? A história da família Martin deixa muitas perguntas sem resposta, e, como acontece com tantos outros personagens em The Vampire Diaries, suas trajetórias foram interrompidas precocemente.
Lexi era a única conexão de Stefan com sua humanidade
Ao longo dos anos de auto-aversão e obsessão de Stefan, Lexi foi a única luz orientadora em sua vida. Encontrando Stefan durante sua fase de Estripador, ainda na época da Guerra Civil, Lexi o adota como seu novo projeto. Ela o coloca no caminho da cura, ensinando-o a se alimentar de maneira controlada e a conter seus impulsos. Autoproclamada a melhor amiga de Stefan, Lexi se torna sua principal fonte de apoio. Tragicamente, ela morre no primeiro episódio em que aparece.
Damon, sempre empenhado em destruir a felicidade de Stefan, vê uma oportunidade em Lexi, que nunca o suportou. Em um ato brutal, Damon mata Lexi e a incrimina pelos assassinatos que começam a assolar a cidade. Embora não seja a última vez que Lexi aparece em Mystic Falls — seja por meio de flashbacks ou do Outro Lado —, sua morte precoce é um desperdício de potencial. Ela era uma das poucas personagens que não precisava ser descartada de maneira tão impiedosa. Sua morte em sua estreia em The Vampire Diaries foi cruel, e ela poderia ter sido uma adição admirável ao elenco, sem jamais precisar se envolver com Stefan ou Damon de maneira romântica.
Dorian sobreviveu à sua utilidade depois de The Vampire Diaries
A oitava temporada de The Vampire Diaries serve como um encerramento natural da série, embora a presença de Cade e das Sereias como o grande vilão final seja pouco impressionante. Alaric, que se concentra na pesquisa da temporada, emprega um estagiário, Dorian, para ajudá-lo a investigar os pontos fracos dos monstros. Dorian se mostra bastante apto para a tarefa, mas seu arco pessoal atinge o auge quando ele descobre que Stefan é responsável pela morte de sua família. Esse enredo de vingança se torna o ponto alto de sua trajetória.
No entanto, em sua participação em Legacies, a continuação de sua história na escola de Alaric, Dorian não recebe o mesmo nível de complexidade. Seus conflitos internos nunca se igualam ao impacto de sua descoberta em The Vampire Diaries. Em um bom dia, ele se destaca por ajudar os alunos ou resolver problemas na escola, mas quando se envolve em um relacionamento com o conselheiro escolar, a história nunca se desenvolve de forma satisfatória. Dorian nunca recebe o desenvolvimento que realmente merecia e acaba sendo um dos elementos mais fracos de Legacies.
Nenhuma quantidade de Kai é suficiente
Kai Parker é um dos personagens mais memoráveis de The Vampire Diaries, mas sua trajetória acaba sendo uma decepção no final. Introduzido na sexta temporada como o gêmeo maldito para o qual o mundo da prisão foi construído, Kai se estabelece como um vilão carismático que adiciona uma leveza perturbadora à série. Preso na prisão desde os anos 90, após tentar assassinar toda a sua família, Kai se torna ainda mais maníaco com o passar do tempo. Seu prazer pela própria maldade, combinado com um fluxo constante de piadas sarcásticas, faz dele um vilão inesquecível e sempre bem-vindo.
Kai também é responsável por um dos maiores enredos da série: o coma mágico de Elena, que está ligado à força vital de Bonnie. Eventualmente, ele é empurrado de volta para outro mundo prisional, onde fica condenado a ouvir os Spin Doctors em um loop eterno, mas, mesmo assim, sempre há uma razão para trazê-lo de volta.
Infelizmente, quando Legacies decide incorporar Kai ao seu universo, ele sofre uma falha significativa. Sua morte prematura na série remove uma das figuras mais fascinantes do universo de The Vampire Diaries. Kai deveria ter sido um personagem regular em Legacies, especialmente devido à sua conexão com suas sobrinhas, Josie e Lizzie. Kai matou sua mãe enquanto elas ainda estavam no útero, tornando-se sua última ligação tangível com a herança dos Gêmeos. Sua presença poderia ter servido como uma influência negativa e uma tentação para a Dark Josie, adicionando uma camada de complexidade ao seu desenvolvimento.
A saída de Kai foi uma das grandes decepções de Legacies, pois seu potencial para expandir o enredo e explorar as dinâmicas familiares foi amplamente desperdiçado.
