O aguardado Velozes e Furiosos 11 parece estar acelerando na direção errada. Segundo um novo relatório do The Wall Street Journal, a sequência enfrenta graves problemas de produção, incluindo a ausência de um roteiro finalizado e desentendimentos entre estúdio e equipe sobre o orçamento.
A continuação direta de Velozes e Furiosos 10 (2023) — que terminou em um grande gancho e prometia ser o capítulo final da saga de Dominic Toretto (Vin Diesel) — deveria chegar aos cinemas em 2025, mas a estreia foi adiada para 2026 e agora mira abril de 2027, segundo o próprio Diesel. Mesmo assim, a Universal ainda não confirmou oficialmente a data e tampouco deu sinal verde para o início das filmagens.
Sem roteiro e com orçamento fora de controle
De acordo com fontes próximas à produção, o novo filme ainda não tem um roteiro concluído. E, mesmo com as ideias iniciais no papel, o orçamento virou o maior obstáculo: Velozes e Furiosos 10 custou cerca de US$ 340 milhões, tornando-se um dos filmes mais caros da história, mas teve o pior desempenho doméstico da franquia desde 2006.
O rascunho atual de Velozes e Furiosos 11 exigiria US$ 250 milhões, mas o estúdio quer reduzir esse número para US$ 200 milhões. O elenco é parte importante dessa conta — Vin Diesel ganha cerca de US$ 25 milhões por filme, enquanto os demais astros recebem entre US$ 2 e 10 milhões.
Para cortar custos, a Universal estaria considerando diminuir o número de locações internacionais e reduzir o tempo de tela de alguns personagens, podendo até deixar parte do elenco de fora. No momento, nenhum ator assinou contrato para retornar.
O produtor Neal Moritz tentou minimizar as tensões, afirmando:
“Nosso único foco é entregar um final que seja satisfatório — tanto criativamente quanto financeiramente.”
A conta não fecha
O alto custo de Velozes e Furiosos 10 foi impulsionado por vários fatores: os atrasos causados pela pandemia, o uso pesado de efeitos visuais, um elenco caro e a saída repentina do diretor Justin Lin. Mesmo arrecadando US$ 704 milhões no mundo todo, o resultado ficou aquém do esperado — especialmente considerando que a Universal esperava faturar três vezes o orçamento.
Para o novo filme, Vin Diesel promete um retorno às origens, com a história levando Dom e sua equipe de volta às ruas de Los Angeles, onde tudo começou em 2001. Mas gravar na Califórnia pode ser outro desafio: o estado tem custos trabalhistas elevados e incentivos fiscais limitados.
Diesel também vem sugerindo o retorno digital de Paul Walker como Brian O’Conner, o que adicionaria ainda mais gastos ao projeto.
Crise criativa também preocupa
Além dos problemas financeiros, a franquia enfrenta fadiga criativa. As críticas deVelozes e Furiosos 10 e Velozes e Furiosos 9 foram mornas, e até a chefona da Universal, Donna Langley, reconheceu erros do passado. Durante o Festival de Toronto, ela brincou sobre o polêmico arco espacial do nono filme:
“Sinto muito por tê-los mandado para o espaço. Esse gênio não volta mais para a garrafa.”
A observação reflete o desafio atual da saga: como manter relevância depois de duas décadas de exageros?
A ex-executiva da Universal Stacey Snider, que lançou o primeiro Velozes e Furiosos em 2001, resumiu bem a situação:
“Era um filme sobre carros e garotas de shorts curtos. Nunca foi feito para durar 25 anos.”
Ainda há esperança?
Apesar da turbulência, fontes internas acreditam que o projeto deve entrar em produção na primavera de 2026, para tentar cumprir a meta de estreia em abril de 2027.
Se conseguir sair do papel, Velozes e Furiosos 11 deve servir como o capítulo final da franquia principal, encerrando a história de Dominic Toretto e encerrando uma era que começou há mais de duas décadas.