Vilões

Velozes e Furiosos 11 não pode repetir tendência de vilões que assola a franquia há 14 anos

Vilões reciclados: o maior problema que Velozes e Furiosos 11 precisa evitar.

O futuro da franquia depende de decisões ousadas
O futuro da franquia depende de decisões ousadas

Depois de mais de duas décadas queimando pneus e quebrando recordes de bilheteria, a franquia Velozes e Furiosos se aproxima de sua reta final. Com Velozes e Furiosos 10: Part 2 prometendo encerrar a saga, os fãs estão ansiosos para saber como será o desfecho da família de Dominic Toretto. 

Mas um alerta importante já foi levantado: o novo filme não pode repetir o velho erro que a franquia vem cometendo há 14 anos. Um padrão que, se continuar, pode colocar tudo a perder. Desde Velozes e Furiosos 5, a série adota uma tendência que, embora funcione para os efeitos especiais e o espetáculo, enfraquece a narrativa e compromete a credibilidade dos vilões. 

Velozes e Furiosos 1
Velozes e Furiosos 1

Transformar vilões em heróis virou um vício perigoso

Uma coisa é redimir um personagem. Outra, bem diferente, é fazer disso uma fórmula cansativa. A franquia Velozes e Furiosos já provou que adora dar segundas chances. Começou lá atrás, com Dom e Brian de lados opostos, mas evoluiu, ou melhor, se desgastou, com uma sequência quase interminável de vilões se tornando parte da “família”.

Luke Hobbs (Dwayne Johnson), por exemplo, chegou em Velozes e Furiosos 5 como o braço forte da lei, caçando Toretto e sua equipe. No fim do filme, ele muda de lado e participa até do assalto final. Depois veio Deckard Shaw (Jason Statham), que assassinou Han e, mesmo assim, virou herói em tempo recorde, com direito até a um spin-off ao lado de Hobbs. A lista continua com Jakob Toretto (John Cena) e Cipher (Charlize Theron), dois vilões que, veja só, também ganharam redenção parcial nos filmes seguintes.

Essa tendência desgasta a proposta da franquia e transforma ameaças reais em personagens recicláveis, sem impacto emocional. E para uma história que sempre se vendeu como movida pela emoção e pela lealdade, esse é um tiro no pé.

Jason Momoa em Velozes e Furiosos 10
Jason Momoa em Velozes e Furiosos 10

Dante não pode virar “da família” no próximo filme

Jason Momoa trouxe para Velozes e Furiosos 10 um dos antagonistas mais insanos e divertidos da saga. Seu Dante é extravagante, caótico e, acima de tudo, perigoso. Ele não quer apenas vencer Dom, ele quer desmoronar tudo o que o personagem construiu. Essa é a essência de um bom vilão: ele desafia os valores do herói até o limite.

Dante é o filho de Hernan Reyes, o chefão morto durante o assalto ao cofre em Velozes e Furiosos 5, e seu arco de vingança é um dos mais coerentes dos últimos filmes. Apesar do tom cômico em alguns momentos, ele é uma ameaça real, e por isso mesmo, precisa continuar sendo vilão até o fim.

Transformá-lo em mais um aliado quebraria completamente a tensão narrativa e jogaria fora a construção feita até aqui. Não é só uma questão de roteiro: é sobre respeitar o impacto do personagem. Se ele for “abraçado pela família”, como tantos outros, a franquia perderá sua última chance de ter um vilão memorável de verdade.

Dante deve continuar como vilão
Dante deve continuar como vilão

Manter Dante como vilão pode salvar a franquia

Vamos encarar os números: Velozes e Furiosos 10 arrecadou pouco mais de 714 milhões de dólares, abaixo do esperado para um filme com orçamento de 340 milhões. Isso acendeu o alerta na Universal. Após anos sempre se superando em bilheteria, a franquia parece finalmente dar sinais de desgaste. Parte disso vem da falta de riscos e da repetição de fórmulas.

A solução? Manter Dante como um vilão imprevisível até o fim. Deixar que ele cause impacto real, que ameace de verdade, e que leve a história a um confronto final com peso emocional. É o único caminho para Velozes e Furiosos 11 ser lembrado como um encerramento digno, e não como mais uma sequência esquecível.

O próprio Jason Momoa já mostrou que sabe como interpretar vilões carismáticos, e seu Dante tem sido comparado, por fãs e críticos, a figuras como o Coringa de Heath Ledger, personagens que marcaram época justamente por não cederem ao apelo da redenção. É esse o caminho que a saga precisa seguir.

Se Dante virar mocinho, Velozes 11 pode afundar de vez a franquia
Se Dante virar mocinho, Velozes 11 pode afundar de vez a franquia

Dante pode ser o melhor vilão da franquia, se não estragarem tudo

Apesar da franquia ter tido bons antagonistas, como Owen Shaw e até mesmo Cipher no início, todos acabaram ou perdendo força, ou se juntando ao grupo de mocinhos. Dante ainda tem a chance de ser diferente. Ele pode ser o vilão definitivo, marcando o fim de uma era.

Para isso, o roteiro precisa resistir à tentação de torná-lo “bonzinho”. A jornada dele deve terminar como começou: no caos. Seja sendo derrotado de forma épica, seja morrendo consumido pela própria loucura, o importante é que ele nunca desvie do caminho do vilão. Isso é o que vai torná-lo lendário.

O público cansou de reviravoltas forçadas. A franquia precisa entender que não é todo vilão que merece um arco de redenção. Às vezes, o melhor é deixá-lo arder até o fim e, se possível, levar tudo com ele.

 

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