Cronologia Transformers

Transformers: Filmes tem o mesmo problema desde Bumblebee - e as coisas só vão ficar piores

Robôs incríveis, cronologia quebrada.

Bumblebee (2018)
Bumblebee (2018)

Desde que Bumblebee chegou aos cinemas em 2018, a franquia Transformers tenta se reinventar. Mas tem um detalhe que a saga nunca conseguiu resolver, e agora, prestes a entrar em uma nova fase com um crossover inusitado com G.I. Joe, tudo indica que esse problema só vai aumentar. 

Se você achava que a cronologia dos Autobots e Decepticons já era confusa, prepare-se: a bagunça pode estar só começando.

Bumblebee
Bumblebee – Filme de 2018

O universo de Transformers virou um labirinto depois de Bumblebee

A proposta era clara: após o fim da era Michael Bay, a ideia era renovar. Bumblebee foi lançado como um respiro, um filme mais contido, emocional e nostálgico, ambientado nos anos 80. A recepção crítica foi a melhor da história da franquia, com impressionantes 91% de aprovação no Rotten Tomatoes. Porém, ao invés de trazer clareza, o longa acabou mergulhando a franquia em um limbo cronológico.

Isso porque, inicialmente, Bumblebee seria um prelúdio do primeiro Transformers de 2007. Ele mostra o herói amarelo chegando à Terra décadas antes do início da saga de Sam Witwicky. Só que, com o tempo, os produtores mudaram o discurso e passaram a tratar o filme como o início de uma nova linha do tempo. O problema? Nem o estilo, nem os designs dos personagens, e muito menos os eventos encaixam perfeitamente nessa nova proposta.

Transformers: O Despertar das Feras
Transformers: O Despertar das Feras

A franquia ainda não decidiu se quer ou não abandonar o Bayverse

Apesar de todos os esforços em seguir adiante, a sombra de Michael Bay ainda paira sobre os novos filmes. E isso não é só simbólico: Bay continuou como produtor tanto em Bumblebee quanto em Transformers: O Despertar das Feras, lançado em 2023. E a influência dele está em todos os detalhes, da direção de ação ao visual exagerado dos Autobots.

O resultado é uma confusão generalizada. Em Despertar das Feras, que se passa em 1994, vemos um Optimus Prime que deveria estar chegando à Terra pela primeira vez. Mas essa narrativa colide com o que vimos nos filmes anteriores, onde Prime chega em 2007. Ou seja, a cronologia virou um jogo de adivinhação.

Transformers
Transformers com Shia LaBeouf e Megan Fox

O público ainda associa os filmes atuais à saga original

Mesmo com as tentativas de reboot, o imaginário popular ainda conecta Bumblebee e os novos personagens ao universo dos cinco filmes dirigidos por Bay. Isso acontece porque os elementos visuais continuam parecidos, especialmente os designs de Optimus e Bumblebee, que lembram mais a versão de 2007 do que a do próprio filme de 2018.

Esse apego ao estilo antigo acaba impedindo que os novos longas estabeleçam uma identidade própria. Enquanto isso, o público fica tentando entender se está vendo uma continuação, um prelúdio ou algo totalmente novo, e o envolvimento emocional com os personagens acaba se diluindo no meio desse caos.

Transformers e crossover com G.I. Joe
Transformers e crossover com G.I. Joe

O cruzamento com G.I. Joe pode piorar ainda mais a confusão

No final de Despertar das Feras, a franquia deu mais um passo ousado (e perigoso): introduzir um crossover com G.I. Joe. Isso, por si só, já seria um desafio. Mas incluir uma nova saga numa cronologia mal definida é, no mínimo, arriscado. Afinal, não sabemos exatamente quem ainda faz parte desse universo e o que ainda é válido na história.

Sabemos que o crossover deve se passar também na década de 90, o que pode causar ainda mais inconsistências com os eventos anteriores. Isso sem contar que personagens clássicos de G.I. Joe vão ter que ser adaptados para coexistir com Autobots e Decepticons, e ninguém explicou como isso vai funcionar. Ou seja, ao invés de simplificar, o universo Transformers está prestes a se tornar um nó ainda mais apertado.

Bumblebee (2018)
Bumblebee (2018)

Números comprovam que o problema vai além do roteiro

Se analisarmos os dados, é possível ver claramente onde a franquia começa a perder força. Os filmes de Bay, apesar das críticas negativas, eram sucessos bilionários. Já Bumblebee e Despertar das Feras tiveram bilheterias mais modestas, mesmo com críticas mais favoráveis. Isso indica que, embora a nova abordagem seja mais elogiada, ela não conseguiu conquistar o público em massa.

FilmeBilheteria mundialNota da crítica (RT)
Transformers (2007)US$ 709 milhões57%
Revenge of the Fallen (2009)US$ 836 milhões19%
Dark of the Moon (2011)US$ 1,1 bilhão35%
Age of Extinction (2014)US$ 1,1 bilhão18%
The Last Knight (2017)US$ 605 milhões16%
Bumblebee (2018)US$ 467 milhões91%
Rise of the Beasts (2023)US$ 441 milhões51%

Enquanto os filmes mais antigos lucravam alto mesmo com má reputação, os novos longas ainda não conseguiram traduzir a boa crítica em sucesso financeiro. E isso é um alerta claro de que o público está confuso ou simplesmente cansado.

Transformers está preso entre dois mundos
Transformers está preso entre dois mundos

O que o futuro da franquia precisa (urgentemente) fazer

Para que Transformers recupere sua força, é essencial que o próximo filme tome uma decisão definitiva: ou rompe de vez com o passado, ou assume sua conexão com o Bayverse e organiza a casa. Não dá mais para continuar no “meio-termo” que só afasta novos espectadores e confunde os antigos fãs.

O crossover com G.I. Joe pode ser o ponto de virada, mas isso só vai acontecer se a narrativa for clara, a estética repensada e a cronologia finalmente definida. Caso contrário, mesmo com robôs gigantes, explosões e nostalgia, a franquia corre o risco de virar um amontoado de histórias sem propósito.

Os filmes da franquia Transformers estão disponíveis na Paramount+.

 

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