Crítica

Timothée Chalamet brilha como Bob Dylan e transforma Um Completo Desconhecido em sua biografia definitiva

James Mangold se aventura mais uma vez pelos dramas musicais e transforma a figura de um mito em algo acessível

Um Completo Desconhecido
Um Completo Desconhecido

Encarnar um dos maiores ídolos da música não é uma tarefa fácil – ainda mais se esse ídolo for uma figura que não é nada fácil de decifrar. Bob Dylan sempre foi um mistério até mesmo para seus fãs, e fazer com que ele fosse algo místico em um filme biográfico poderia se tornar algo bem arriscado. Mas quando Timothée Chalamet canta seus primeiros versos em Um Completo Desconhecido, algo parece mudar no que veremos dali em diante.

Ambientado no início dos anos 1960, o filme acompanha a transformação do jovem Robert Zimmerman, um músico de Minnesota, no astro Bob Dylan (Timothée Chalamet). Se muitos pensam que seu início foi algo fácil, o longa mostra que a vida de Dylan nem sempre foi algo fácil, mas que o fazia seguir em frente para conquistar aquilo que mais amava: fazer música.

A música é o que guia Dylan, e o que guia o público em sua jornada para se autodescobrir como artista, e como persona que ele iria adotar em seu futuro. E aqui, é difícil não citar a atuação brilhante de Chalamet. Para muitos fanfarrona, é ela que faz com que as pessoas se aproximem e se afastem do mito música. E a cada canção, você entende as razões para as quais Dylan frisa odiar como as coisas que acontecem em sua vida.

Quanto aos coadjuvantes, talvez seja a vivacidade de Monica Barbaro como Joan Baez que traga ainda mais vida tanto ao longa em si, como também aos dias de glória de Dylan. Apesar de um relacionamento controverso, e cheio de altos e baixos, é ele que dá a guinada que a carreira do astro precisa, e também o que dita os rumos na cinebiografia.

Um Completo Desconhecido

Um exemplo de como fazer uma biografia musical

Outro ponto para se destacar no longa é como James Mangold abraça o gênero musical para si, e faz com que as canções se tornem essenciais para que a trama se desenrole. É através dela que sabemos como está a vida de Dylan, seus próximos passos e também seus tormentos do passado.

Ao entender as nuances do gênero – que não é nem um pouco fácil de se fazer –, o diretor entende que está nas mãos dele entregar algo que entrelace música, roteiro e todos os aspectos visuais da obra. Vale lembrar que Mangold já havia feito algo similar em Johnny e June (2005), mas é aqui que ele revela seu dom com biografias musicais.

Em uma temporada de premiações cheia de musicais, Um Completo Desconhecido se destaca pelo seu amor à música, e uma ode a Bob Dylan. Não que ele precise aclamação mas, quem sabe, faça com que novos fãs descubram sua mágica com as palavras.

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