Lamentável

Por que morte de Missão Impossível - O Acerto Final decepciona e não faz sentido

Decisão narrativa levanta dúvidas e deixa um vazio que poderia ter sido evitado.

Por que morte de Missão Impossível - O Acerto Final decepciona e não faz sentido

Ao longo da franquia Missão Impossível, poucos personagens conseguiram ocupar um espaço tão relevante quanto Ilsa Faust. Desde sua estreia em Nação Secreta, ela se destacou pelo mistério e por uma conexão singular com Ethan Hunt.

Por isso, a escolha de eliminá-la em Missão Impossível – O Acerto Final gerou uma comoção imediata. A cena em que Ilsa morre nas mãos de Gabriel interrompe uma linha narrativa que vinha sendo construída desde 2015.

Seu desfecho surpreendente soa tanto apressado quanto desconectado da personagem que foi apresentada ao longo dos filmes.

Um sacrifício sem fundamento

O momento em que Ilsa se coloca entre Gabriel e Grace tem um peso dramático claro, mas à luz da franquia, falta justificativa. Ilsa morre para proteger uma pessoa que mal conhece, sem qualquer garantia de que sua intervenção faria diferença.

Sua morte, então, parece muito mais um recurso de impacto do que uma saída coerente. Mesmo com a presença da Entidade influenciando os eventos, não há um motivo claro para que Ilsa não tivesse saído viva daquela cena. É uma quebra brusca no ritmo e no desenvolvimento da personagem.

Vale lembrar que o próprio filme já havia simulado sua morte em outro momento, criando um suspense que se desfaz rapidamente. Retomar esse recurso apenas para, de fato, matá-la em seguida, compromete a credibilidade do roteiro.

Narrativamente, a morte é usada para acirrar o conflito entre Ethan e Gabriel, colocando mais lenha na fogueira da vingança, mas mesmo dentro dessa lógica, a decisão não se sustenta.

Com um personagem como Grace entrando em cena, havia espaço para construir um novo equilíbrio, sem precisar sacrificar uma das personagens mais amadas.

Ausência que enfraquece o final

A morte de Ilsa não compromete o valor de Missão Impossível como um todo, mas deixa uma sensação estranha. Em uma série que sempre valorizou o trabalho em equipe e os laços construídos ao longo dos anos, sua saída parece contrariar os próprios pilares que sustentam a franquia.

O Acerto Final, último capítulo da saga, carrega o peso de encerrar uma história que se estende desde 1996. Com isso, havia uma expectativa natural de que os personagens mais significativos tivessem despedidas à altura.

A retirada de Ilsa antes desse desfecho tira força emocional da conclusão, que poderia ter se beneficiado de sua presença em um arco derradeiro mais bem elaborado.

No fim, o que fica é a sensação de que a franquia desperdiçou uma oportunidade. Ilsa poderia ter sido parte essencial da conclusão em O Acerto Final e uma despedida mais trabalhada, ainda que trágica, teria sido mais coerente com sua importância.

Missão Impossível – O Acerto Final chega 22 de maio nos cinemas.

 
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