Aviso de spoilers: Este texto contém detalhes sobre o final de Até a Última Gota! Se você assistiu, então está tudo certo, pode prosseguir com a leitura e descobrir porque este é o filme mais chocante de Tyler Perry. Mas se você ainda não viu, está por sua conta em risco.
Conhecido como um dos homens mais ocupados (por emendar um projeto atrás do outro) e o mais rico de Hollywood, Tyler Perry tem uma trajetória cinematográfica extensa. Mas nenhum dos seus filmes foi tão bom, intenso e chocante como Até a Última Gota, lançado há uma semana na Netflix. No centro de todos os eventos, está a poderosa Taraji P. Henson no papel de Janiyah, que está enfrentando o pior dia da sua vida. Se você dizer que não conseguiu ter empatia pela personagem, então provavelmente assistiu ao filme errado.
A atuação de Henson é tão poderosa que é impossível não querer avançar na tela e ajudar a personagem. Num dia terrível, Janiyah é demitida do seu emprego e precisa cuidar da sua filha doente. Logo, se vê no meio de um surto, tomando uma atitude que ninguém poderia prever: invadindo um banco e fazendo todos de reféns. Confira agora 6 motivos pelos quais Até a Última Gota é o filme mais chocante da carreira de Tyler Perry.
6 – A reviravolta relacionada a filha de Janiyah é algo que você não estava esperando
Como todo filme de Perry, nos últimos momentos, Até a Última Gota vai jogar na tela uma reviravolta que você não esperava. Pelo menos o autor dessa matéria não. É provável que muitos fiquem com raiva, pois isso muda a percepção dos eventos ocorridos com a personagem. Sem mais delongas, o que acontece com Janiyah é que, durante esse tempo todo que ela estava aflita para comprar o remédio para sua filha doente, sua filha já tinha morrido há muito tempo, antes dos eventos que acontecem quando ela tenta sacar dinheiro no banco.
Esse plot twist cria ainda mais uma empatia com Janiyah, sinalizando que seu estado mental não está bem, e pelo fato de a morte da sua filha ter sido um trauma muito grande, a mente dela não assimilou essa realidade para não sofrer, fazendo a mulher seguir a mesma rotina que levava quando sua filha estava viva.
5 – Até a Última Gota é muito diferente dos filmes de Madea de Tyler Perry
Os fãs de Tyler Perry lembram dele caracterizado como a hilária personagem Madea, franquia de comédia longeva que começou em 2005 e está prestes a lançar a 13ª sequência. Se você pensou que Perry não era capaz de produzir um filme tão intenso e realista como esse, estava completamente enganado.
Não há espaço para o cômico neste novo filme de sucesso de Tyler Perry. Trata-se de um filme de drama, cujo gênero não é estranho a ele já que ele lançou Batalhão 6888 e Minha Culpa no ano passado. Mas um drama de caráter psicológico como esse é muito incomum para o diretor.
4 – A performance de Taraji P. Henson é digna de aplausos
Como o autor desta matéria opinou acima, a performance de Henson é excepcional. Arrisco a dizer que é o melhor trabalho de sua carreira. Você sente aflição por Janiyah e sente a vontade de voar na tela na cara de todas as pessoas que não quiseram ajudá-la ou não têm empatia pela sua história. A atuação de Henson é tão magnífica que ela consegue manter a emoção do início ao fim e transmitir os sentimentos complexos da sua personagem. Sem dúvidas, Taraji P. Henson foi a escolha certeira para o papel.
3 – O tempo de Até a Última Gota aumenta o suspense
Até a Última Gota tem uma estrutura linear que aumenta o suspense. O filme se passa em apenas uma noite e gira em torno de várias horas em que Janiyah assalta o banco. Mesmo na noite, há vários policiais tentando garantir que nada aconteça aos reféns no banco. Essa estrutura cria uma energia frenética que impulsiona Até a Última Gota, gerando tensão, já que os personagens passam muito tempo dentro do banco com Janiyah e o público, preocupado com ela, sempre se pergunta: ela vai sair dali? como? e vai ser em segurança?
2 – Os eventos que ocorrem no banco são tensos
Janiyah não está apenas “assaltando o banco”, entre aspas, já que não é isso que deveria acontecer e a situação saiu fora de controle. Há muito mais acontecendo que isso. Há reféns dentro do banco, tanto funcionários quanto clientes, julgando-a e que não conseguem criar nenhuma empatia por ela, outros estão realmente preocupados e criam uma conexão com Janiyah.
No lado de fora do banco, vários policiais estão tentando apaziguar a crise, em colaboração parcial com a gerente do banco, Nicole, e a própria Janiyah. Há até um recurso brilhante usando por Perry para tornar a história da personagem mais humana possível, que é quando ela conta sua história de vida e o motivo que a fez chegar até ali – e isso é transmitido ao vivo na Internet para que todo mundo veja. As palavras de Janiyah comovem as pessoas e as mobiliza a lutarem para que nada de ruim aconteça a ela.
1 – Até a Última Gota é o realismo mais severo de Tyler Perry
Embora Até a Última Gota não seja baseado em uma história real, o próprio Perry disse que o filme retrata o estresse que as pessoas reais enfrentam, o que torna o filme um dos mais realistas (e se não o mais) da carreira do cineasta.
Janiyah passa por um monte de situações, passíveis de acontecer e que retratam a vida difícil de uma pessoa com dificuldades financeiras e que vive na pobreza. O chefe do supermercado onde ela trabalha a demite e não quer dar a ela o seu pagamento. Para completar, Janiyah é despejada de onde mora e não consegue sacar seu dinheiro no banco. Esses são os desafios que a personagem enfrenta antes de toda a sequência no banco acontecer.
No final, a tensão é tanta que você espera o tempo todo que algo de ruim irá acontecer com Janiyah, já que ela fala o tempo inteiro aos policiais que não irá sair do ambiente bancário, já que teve problemas no trânsito com um policial que ameaçou sua vida. Mas pode ser que nada de ruim a aconteça. Ela provavelmente terá que enfrentar as consequências de seus atos, mas pode ser que consiga sair em segurança do banco. Só assistindo Até a Última Gota para conferir, que está disponível na Netflix.