
Desde os anos 1980, Stephen King ocupa um espaço único na cultura pop. Suas histórias atravessaram gerações, inspiraram cineastas renomados e firmaram o autor como uma das maiores forças criativas do entretenimento. Mesmo assim, sua relação com o cinema e a TV sempre foi marcada por altos e baixos, alternando obras brilhantes com adaptações esquecíveis.
Ao longo das décadas, alguns anos se destacaram pelo impacto cultural das adaptações do autor, mas nenhum conseguiu manter consistência de qualidade por muito tempo. Em 2025, porém, algo diferente começou a acontecer. O volume de produções aumentou, os resultados melhoraram e o público voltou a olhar para as histórias de King com empolgação.

Stephen King renasce nas telas em 2025
Durante muito tempo, produções baseadas em seus livros não ultrapassavam 60% no Rotten Tomatoes. Após Doutor Sono, lançado em 2019, o público esperou anos por um grande acerto nos cinemas, e esse acerto veio com O Macaco, dirigido por Osgood Perkins, baseado em um conto de 1980. O filme alcançou 77% de aprovação, tornou-se o mais elogiado de King em cinco anos e ainda rendeu quase 70 milhões de dólares com orçamento baixo.
Em seguida, Mike Flanagan lançou A Vida de Chuck, que já havia estreado em 2024, mas ganhou lançamento amplo nos cinemas em junho de 2025. O longa não performou bem nas bilheterias, mas conquistou 80% de aprovação da crítica e reforçou Flanagan como um dos cineastas mais respeitados ao adaptar King.
Logo depois, Francis Lawrence apresentou sua versão de A Longa Marcha. O filme arrecadou 44 milhões de dólares, mas impressionou pela força visual e impacto emocional. Com 88% de aprovação, tornou-se uma das adaptações mais celebradas da carreira de King, mesmo sem um grande resultado comercial.
Entre esses filmes, a TV também contribuiu com O Instituto, série do MGM+ inspirada no livro de 2019. A recepção foi mista entre críticos, mas o público aprovou (71% no Rotten Tomatoes) e a produção foi renovada para a segunda temporada, algo que nenhuma série de King conseguia desde Castle Rock, em 2018.

2017 ainda é o ano a ser batido
Antes de 2025, o ano mais forte de Stephen King nas telas era 2017. Na TV, Mike Flanagan lançou Jogo Perigoso e Zak Hilditch apresentou 1922, ambos elogiados por explorar o terror psicológico de forma madura. No cinema, o destaque absoluto foi IT: A Coisa, que redefiniu Pennywise, conquistou a crítica e ultrapassou 700 milhões de dólares nas bilheterias, tornando-se uma das maiores adaptações de terror da história.
Também em 2017, três produções de 2007 ganharam status cult com o tempo: Proibido Fumar, 1408 e O Nevoeiro, reforçando como certos trabalhos de King demoram para ser reconhecidos. Mr. Mercedes surgiu como uma das séries mais duradouras baseadas em sua obra, mesmo com outras produções do ano fracassando, como A Torre Negra.
Com tantos acertos em diferentes formatos, 2017 permaneceu como referência. No entanto, 2025 está se aproximando desse nível não apenas em qualidade, mas em variedade e consistência.

2025 pode superar tudo com duas estreias decisivas
Faltando poucos meses para o fim do ano, ainda há duas adaptações altamente aguardadas: IT: Bem-vindos a Derry e O Sobrevivente. A primeira estreia em 26 de outubro e se passa antes dos eventos de IT e IT: Capítulo 2, explorando o passado de Derry e o surgimento de Pennywise. O projeto está nas mãos da HBO, com Andy Muschietti, Barbara Muschietti e Jason Fuchs, os mesmos responsáveis pelos filmes anteriores.
Além disso, um dos showrunners é Brad Kane, roteirista de séries de sucesso como Fringe, Black Sails e Warrior. A escalação indica alto investimento e potencial de público. A conexão direta com uma das maiores bilheterias da história do terror aumenta ainda mais as expectativas.
Já O Sobrevivente, com estreia marcada para 14 de novembro, tem direção de Edgar Wright e roteiro assinado em parceria com Michael Bacall. Wright já discutiu mudanças no final original com o próprio Stephen King, que não apenas aprovou como elogiou o resultado. Quando o autor apoia uma alteração em sua obra, isso costuma repercutir positivamente.

O aval de Stephen King pode mudar tudo
Stephen King assistiu ao episódio inicial de IT: Bem-vindos a Derry e o chamou de “assustador” e “incrível”. Também declarou que Edgar Wright fez “um ótimo trabalho” no final de O Sobrevivente. Embora a opinião do autor nem sempre reflita a recepção do público, seu aval dá credibilidade e aumenta o interesse das audiências.
Se IT: Bem-vindos a Derry conseguir boas críticas e garantir renovação, será a primeira série baseada em King a avançar após anos de cancelamentos. Se O Sobrevivente, além de ser elogiado, fizer boa bilheteria, se tornará o segundo hit comercial do ano depois de O Macaco.
Nesse cenário, 2025 somaria sucessos de crítica, audiência e bilheteria, algo que nem 2017 alcançou com tanta variedade de formatos.