
Algumas histórias parecem ter saído de um filme, mas foram vividas com intensidade fora das telas. É o caso de Chris Lemons, mergulhador profissional que enfrentou uma situação extrema no fundo do Mar do Norte.
A impressionante operação de resgate que o envolveu ganha agora uma releitura dramática no suspense O Último Respiro, disponível no Prime Video.
O filme, dirigido por Alex Parkinson, adapta os acontecimentos já retratados no documentário homônimo de 2019, mas dessa vez com elenco e reconstituições dramatizadas.
Finn Cole interpreta Lemons, que se viu completamente isolado a cerca de 90 metros de profundidade após o rompimento do cordão umbilical que o conectava ao navio de suporte.
Entenda o final do filme
Em seu momento mais tenso, o longa mostra Chris perdendo a consciência após o fim do oxigênio de emergência. De acordo com os registros reais, os tanques tinham autonomia de apenas cinco minutos, mas ele ficou aproximadamente 29 minutos sem suprimento de ar antes de ser encontrado.
A hipótese mais aceita é que a alta pressão submarina e a temperatura extremamente baixa causaram uma desaceleração drástica no metabolismo de Lemons, o que teria permitido que seu corpo funcionasse por mais tempo mesmo sem oxigênio.
Yuasa, seu colega, retorna ao local e consegue puxá-lo até a câmara de mergulho. Lá, Allcock realiza manobras de ressuscitação e, após duas tentativas de reanimação, Lemons volta a respirar. A sequência do resgate é representada quase fielmente ao que ocorreu no caso original.
A falha que quase causou uma tragédia
O incidente teve início com a pane do sistema de posicionamento dinâmico do navio Bibby Topaz. Esse mecanismo permite que a embarcação mantenha sua localização mesmo em mar aberto, essencial para não tensionar os cabos conectados aos mergulhadores. Porém, uma falha geral desse sistema fez com que o barco começasse a se mover.
Com o deslocamento, os cabos de suporte ficaram tensionados ao máximo, até que o de Chris se rompeu. Para piorar, sua linha ficou presa na estrutura metálica do leito marinho, impedindo qualquer deslocamento até a ruptura. Sem conexão com o navio, ele precisou acionar os tanques de emergência, que duraram poucos minutos.
Enquanto a equipe na superfície tentava reiniciar manualmente os sistemas, Yuasa conseguiu retornar à água e resgatar Chris, arrastando ambos de volta com o peso combinado de mais de 300 quilos. A missão exigiu força física e extrema precisão.
O que diferencia o final do filme da história real
A maior diferença entre o final do filme e o que de fato aconteceu está na forma como Chris retoma a consciência. Na dramatização, ele parece à beira da morte até recuperar os sentidos de forma gradual.
Na vida real, segundo Allcock, Chris começou a falar normalmente logo após recobrar a respiração, subiu a escada sozinho e chegou a pedir para tirar o traje de mergulho.
Esse pequeno detalhe foi uma das poucas licenças criativas da produção. O restante dos fatos foi mantido com alto grau de fidelidade. Não há registros de sequelas físicas ou neurológicas após o acidente, o que reforça a singularidade do caso.
O filme encerra com uma nota explicando que a sobrevivência de Chris Lemons ainda é estudada por especialistas. Sua experiência se tornou um caso referencial sobre resistência humana em condições extremas, e ganhou destaque também no meio científico.
O Último Respiro está disponível no Prime Video.