Iluminação

O Senhor dos Anéis resolveu um grande problema de Game of Thrones 18 anos antes dele começar

Game of Thrones foi criticado por cenas tão escuras que ninguém viu nada, mas O Senhor dos Anéis resolveu esse problema há 18 anos. Saiba como!

Iluminação em O Senhor dos Anéis
Iluminação em O Senhor dos Anéis

Quando Game of Thrones chegou ao seu clímax na oitava temporada, muitos fãs estavam ansiosos para a grande batalha contra o Rei da Noite. No entanto, o que deveria ser um dos momentos mais marcantes da série acabou se tornando uma enorme frustração para os espectadores. 

O episódio The Long Night foi duramente criticado por um problema que vem se tornando cada vez mais comum em produções cinematográficas e televisivas: a falta de iluminação adequada. Curiosamente, esse não foi um problema para a trilogia O Senhor dos Anéis, que já havia encontrado a solução para essa questão quase duas décadas antes.

Frodo
Frodo

Como O Senhor dos Anéis evitou o problema de Game of Thrones

A trilogia dirigida por Peter Jackson foi um marco no cinema por diversos motivos, e um deles foi o uso inteligente da iluminação para criar atmosferas e transmitir emoções sem comprometer a visibilidade das cenas. Isso ficou evidente durante a gravação de O Retorno do Rei, quando Sean Astin, o ator que interpretou Samwise Gamgee, questionou o diretor de fotografia Andrew Lesnie sobre a iluminação de uma cena no topo da Torre de Cirith Ungol. 

Segundo Astin, o local deveria ser escuro e claustrofóbico, mas estava bem iluminado. A resposta de Lesnie foi simples e genial: “A luz vem do mesmo lugar que a música”. Basicamente, a frase significa que a iluminação em um filme deve ser pensada como um elemento narrativo, assim como uma música. 

Assim, se algo precisa ser visto para ter impacto, a iluminação pode ser ajustada para garantir isso, mesmo que, na lógica da cena, não haja uma fonte clara de luz. O resultado foi uma trilogia que, mesmo em cenas noturnas ou subterrâneas, mantinha um equilíbrio visual impecável.

The Long Night - Game of Thrones
The Long Night – Game of Thrones

O problema da escuridão excessiva em filmes e séries atuais

Nos últimos anos, tornou-se comum ver produções que abusam da escuridão para criar realismo ou esconder efeitos visuais de qualidade duvidosa. The Long Night de Game of Thrones é um dos exemplos mais emblemáticos disso. O episódio foi concebido para transmitir uma sensação de terror e desesperança, mas o excesso de sombra e baixa iluminação tornou quase impossível para o público enxergar o que estava acontecendo. As redes sociais foram inundadas por reclamações de fãs que aumentavam o brilho da tela sem sucesso.

Esse problema também afetou outras produções, como O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder da Prime Video, que também recebeu críticas por cenas tão escuras que se tornavam difíceis de assistir. Isso levanta uma questão importante: por que os diretores atuais estão optando por iluminação tão baixa?

Episódios escuros em Game of Thrones
Episódios escuros em Game of Thrones

Por que filmes e séries estão cada vez mais escuros?

Vários fatores explicam essa tendência. O primeiro é a praticidade. Usar menos iluminação significa menos custos com equipamentos e menos tempo gasto configurando as cenas. Além disso, com o avanço das câmeras digitais, facilitou-se filmar em baixa luz sem perder qualidade. No entanto, o principal motivo é a tentativa de esconder defeitos em efeitos visuais.

A crescente dependência do CGI nas produções resulta em cenas pouco convincentes, e a falta de iluminação ajuda a mascarar falhas. Como a maioria das produções modernas usa efeitos visuais feitos apressadamente devido a cronogramas apertados, a escuridão se tornou uma “solução” para disfarçar CGI mal-acabado.

Rei dos Mortos em O Senhor dos Anéis
Rei dos Mortos em O Senhor dos Anéis

O cuidado de O Senhor dos Anéis com a iluminação e a narrativa

Diferente do que se vê atualmente, a trilogia de Peter Jackson apostou na iluminação para enriquecer sua história. A forma como a luz era utilizada influenciava diretamente o tom das cenas. No Condado, o brilho dourado das lanternas e velas transmitia aconchego e alegria. Em Moria, o uso de luz pálida reforçava a sensação de vazio e perigo. Em Mordor, a iluminação laranja e avermelhada indicava a presença constante do mal.

Mas o maior exemplo de uso eficaz da iluminação está na Batalha do Abismo de Helm. Filmada sob chuva e durante a noite, o ambiente poderia facilmente ter sido um festival de escuridão. No entanto, Jackson e sua equipe usaram tons de azul para representar a frieza da batalha, enquanto a iluminação estratégica permitia que o público visse cada detalhe do combate.

Gollum em O Senhor dos Anéis
Gollum em O Senhor dos Anéis

O que os cineastas podem aprender com O Senhor dos Anéis?

A principal lição que as produções atuais deveriam absorver da trilogia de Peter Jackson é que a cinematografia precisa priorizar a experiência do espectador. Se o público não consegue enxergar o que está acontecendo, a imersão e a emoção da cena se perdem. 

O Senhor dos Anéis provou ser possível criar atmosferas sombrias sem prejudicar a visibilidade e que cada elemento visual deve ser pensado para aprimorar a narrativa, não para mascarar falhas técnicas.

A trilogia de O Senhor dos Anéis e as 2 Temporadas de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder encontram-se disponíveis no Prime Video.

As 8 Temporadas de Game of Thrones estão disponíveis na Max.

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