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O que está arruinando Velozes e Furiosos 11 e como salvar a franquia

Atrasos e caos nos bastidores ameaçam Velozes e Furiosos 11.

O que está arruinando Velozes e Furiosos 11 e como salvar a franquia

Vinte e quatro anos atrás, ninguém imaginava que uma corrida de rua em Los Angeles daria início a uma das franquias mais duradouras do cinema. Só que agora, após uma década de exageros e promessas, Velozes e Furiosos 11 parece patinar, e feio, na reta final.

Um carro sem direção

Tudo começou com um cliffhanger empolgante em Velozes e Furiosos 10, prometendo uma conclusão digna. Só que dois anos depois, nada de roteiro aprovado. Jason Momoa confirmou que ainda não recebeu o script, e Vin Diesel estaria ocupado gravando um curta, antes mesmo do filme principal ter história definida. Como confiar no piloto se o mapa nem foi traçado?

A sensação é de que a franquia perdeu o freio de mão. Diesel e Michelle Rodriguez estariam investindo tempo em projetos paralelos, enquanto o filme que deveria encerrar a saga segue parado no acostamento. O público, que esperava ação e emoção, começa a duvidar se esse encerramento vai realmente acontecer. Será que o combustível acabou?

Um orçamento que saiu da pista

Velozes e Furiosos 10 custou inacreditáveis US$ 340 milhões, o mais caro da franquia, e teve o pior desempenho desde 2006. Agora, o estúdio tenta cortar gastos em Velozes e Furiosos 11, que já nasce com uma briga interna entre o orçamento desejado (US$ 250 milhões) e o limite imposto pela Universal (US$ 200 milhões).

Vin Diesel, que embolsa cerca de US$ 25 milhões por filme, e outros nomes de peso estão encarecendo a conta. Resultado: cortes de elenco, redução de locações e até a possibilidade de filmar menos cenas fora dos EUA.

Para piorar, há rumores de que o retorno digital de Paul Walker como Brian O’Conner voltaria a inflar o orçamento. Um gesto emocional, sim. Mas será que o público quer nostalgia em CGI ou uma despedida digna, com roteiro e coração?

A falta de um plano é o verdadeiro vilão

O curioso é que Velozes e Furiosos 11 deveria ser o mais fácil da franquia. Afinal, é a segunda parte da mesma história de Velozes e Furiosos 10. O caminho estava traçado: resolver o confronto de Dom contra Dante Reyes, encerrar arcos e entregar o adeus. Mas a verdade é que parece não haver um plano.

Sem roteiro finalizado e sem data de início de filmagens, até o próprio elenco anda perdido. O novo cronograma mira abril de 2027, o que criaria um hiato de cinco anos entre os dois filmes, um erro colossal para uma história dividida em partes. Quem ainda vai se lembrar do que aconteceu em 2023?

A demora corrói a empolgação. Enquanto isso, o estúdio brinca de anunciar derivados: um spin-off feminino, uma série de TV, uma sequência de Hobbs & Shaw. Tudo, menos o que o público realmente quer: um final épico e coerente.

Como salvar Velozes e Furiosos 11

O caminho da redenção é simples, mas exige coragem. Primeiro: parar de empilhar spin-offs e focar em uma despedida à altura. Segundo: ouvir os fãs, que querem emoção real e não apenas destruição. E por fim, dar encerramento digno aos personagens, sem parecer um check-list de participações especiais.

A franquia precisa lembrar o que fez o público se apaixonar lá em 2001. Era sobre pessoas comuns vivendo perigos extraordinários. Dom Toretto sempre disse que “não importa o que aconteça, a família vem primeiro”. Talvez seja hora de o estúdio ouvir o próprio lema.

 
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