Embora Thor seja um dos pilares do MCU, nem todos os filmes do herói tiveram a mesma recepção entre público e crítica. Entre os longas que mais dividiram opiniões está Thor: O Mundo Sombrio, lançado em 2013 e até hoje apontado como um dos pontos mais baixos da franquia.
O longa chegou após o sucesso de Os Vingadores, quando o personagem de Chris Hemsworth já estava consolidado no time de heróis da Marvel. No entanto, a continuação acabou marcada por uma trama confusa, vilões pouco cativantes e a sensação de que o protagonista não tinha para onde evoluir dentro da história.
Na trama, Thor retorna a Asgard levando Loki como prisioneiro, depois dos eventos em Nova York. O herói logo precisa enfrentar uma ameaça maior: Malekith, líder dos Elfos Negros, que ressurge em busca do Éter, uma força cósmica capaz de mergulhar o universo na escuridão.
Apesar das altas apostas e de efeitos grandiosos, o filme não conseguiu entregar profundidade aos personagens. Nem Thor, nem seus aliados tiveram desenvolvimento significativo. Até mesmo a morte de Loki, que poderia ser um ponto de virada dramático, perde impacto quando é revertida pouco depois.
Críticas e frustração do público
A recepção não foi das melhores. Críticos destacaram a falta de originalidade, e fãs sentiram que o herói parecia deslocado dentro do próprio universo. Na época, Thor passou a ser visto como um dos elos mais frágeis dos Vingadores.
Chris Hemsworth compartilhou dessa insatisfação. Em entrevista concedida anos depois, o ator admitiu que não ficou contente com o resultado, especialmente com sua própria atuação. Ele revelou que não conseguiu explorar novas camadas para o personagem e que o trabalho não trouxe nada surpreendente ao público.
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O ator declarou à Vanity Fair, em 2022: “Eu não estava empolgado com o que fiz em Thor 2. Achei que não cresci o personagem de nenhuma forma e não mostrei nada inesperado. Quando Ragnarok surgiu, eu já estava frustrado com o que tinha feito e quis quebrar o molde.”
Esse descontentamento abriu caminho para mudanças significativas no futuro do herói, que seriam vistas pela primeira vez em 2017, com Thor: Ragnarok.
O reencontro com o personagem
Sob direção de Taika Waititi, Ragnarok apostou em um tom mais leve e cômico, transformando Thor em um personagem menos sisudo e mais imprevisível. Hemsworth pôde explorar o lado humorístico do deus do trovão, equilibrando momentos de ação com situações de descontração.
Além disso, o filme trouxe eventos marcantes, como a destruição de Asgard, a perda do olho do herói e a morte de Odin, que deram peso emocional à narrativa. O equilíbrio entre drama e humor conquistou público e crítica, tornando o terceiro filme solo de Thor um divisor de águas para o personagem.
O próprio Hemsworth foi quem pediu por essa mudança de tom. Segundo ele, tanto ele quanto Waititi estavam cansados da versão tradicional do herói. A solução foi reinventar o personagem, colocando-o em situações inesperadas e explorando sua vulnerabilidade de maneira cômica e, ao mesmo tempo, trágica.
Essa reinvenção não só revitalizou o personagem como também ampliou o interesse do público, garantindo a presença de Thor em outros grandes eventos da Marvel até recentemente.