Adaptação

O Clube do Crime das Quintas-Feiras: As maiores diferenças entre livro e filme da Netflix

A adaptação da Netflix altera tramas, personagens e conflitos

O Clube do Crime das Quintas-Feiras: As maiores diferenças entre livro e filme da Netflix

O filme O Clube do Crime das Quintas-Feiras, dirigido por Chris Columbus, apresenta uma nova versão da história criada por Richard Osman, mas com mudanças significativas. A narrativa mantém o espírito investigativo e o tom leve do livro, mas ajusta personagens, conflitos e desfechos para se adequar ao formato do streaming.

Essas alterações vão desde a introdução de novos elementos até a exclusão de personagens importantes, resultando em uma adaptação que, embora preserve a essência da obra, cria uma experiência diferente para quem já conhece os livros.

Conflito central e o esquema dos passaportes

No livro, a tensão entre Tony Curran e Ian Ventham gira em torno de um acordo milionário para expandir Cooper’s Chase, envolvendo negociações suspeitas. Já o filme opta por um conflito mais pessoal, centrado na disputa sobre o futuro da propriedade.

A adaptação também insere um elemento inédito: um esquema de tráfico de passaportes, no qual Tony e Bobby Tanner exploram imigrantes e confiscam seus documentos. Esse acréscimo altera motivações, conecta subtramas e reforça o tom crítico da narrativa.

O destino de Bogdan e impacto nas possíveis sequências

Bogdan, o empreiteiro de Cooper’s Chase, desempenha papel essencial tanto no livro quanto no filme, mas seus caminhos divergem. No longa, ele mata Tony em legítima defesa, mas é preso por envolvimento no esquema dos passaportes. Já na série literária, permanece livre e ganha destaque nos volumes seguintes.

Essa mudança pode influenciar diretamente o futuro das adaptações, já que, nos livros, Bogdan participa ativamente de novas investigações do clube.

Alterações em personagens e tramas

Alguns personagens tiveram suas histórias simplificadas ou excluídas. Elizabeth, por exemplo, é mais aberta sobre a demência de Stephen na adaptação, enquanto no livro mantém a condição do marido em segredo. A mudança acrescenta carga emocional ao filme e explora o impacto da mortalidade.

Outros personagens foram completamente removidos, como Patrice, mãe de Donna, que ganha importância nos livros seguintes, além de Turkish Johnny e Steve Ercan, envolvidos em tramas paralelas que ficaram de fora. O arco de Bernard, que aprofunda a relação com Joyce no romance, também não aparece no longa.

Novos personagens e ajustes de papel

Enquanto alguns foram cortados, outros foram criados especialmente para o filme. Maud, tia de Tony, surge como residente de Cooper’s Chase e contribui para humanizar o personagem, trazendo um contexto familiar inexistente no livro.

Já Bobby Tanner, que nos romances tem participação discreta, ganha mais destaque na adaptação. No filme, ele se torna uma figura mais intimidadora, culminando na chantagem feita por Elizabeth para obrigá-lo a vender Cooper’s Chase à filha de Joyce, garantindo o futuro da comunidade.

A adaptação também exclui histórias paralelas presentes no livro, como o passado trágico do padre Mackie e o relacionamento de Joyce com Bernard. A decisão concentra a narrativa no mistério principal, resultando em um ritmo mais direto e voltado ao público do streaming.

Embora isso possa desapontar leitores que esperavam uma adaptação fiel, o filme entrega uma versão mais compacta, equilibrando a essência dos personagens com escolhas narrativas próprias.

Com essas diferenças, a Netflix estabelece uma base sólida para futuras produções, criando um universo que dialoga tanto com os fãs dos livros quanto com quem conhece a história pela primeira vez.

 
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