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O Brutalista: Explicamos o começo e o final do filme indicado ao Oscar

Longa finalmente chegou aos cinemas brasileiros.

O Brutalista: Explicamos o começo e o final do filme indicado ao Oscar

O Brutalista, um dos filmes cotados para levar a cobiçada estatueta dourada de Melhor Filme no Oscar, finalmente chega aos cinemas brasileiros trazendo uma narrativa impactante, que acompanha a trajetória de um arquiteto húngaro em busca de uma nova vida nos Estados Unidos.

O filme, que conta com uma duração extensa, e necessária, de 3 horas e 35 minutos, tem sido amplamente elogiado pela crítica. Com uma abordagem que mescla drama histórico e reflexões pessoais, O Brutalista se destaca não apenas pela sua estética visual, mas também por suas temáticas.

O longa explora os desafios da imigração, os traumas da Segunda Guerra Mundial e a luta por reconstrução pessoal e profissional em um país estrangeiro. No centro da trama estão László (Adrien Brody), sua esposa Erzsébet (Felicity Jones), e sua sobrinha Zsófia (Raffey Cassidy), todos sobreviventes do Holocausto, que chegam à América para recomeçar.

O início marcado pelo silêncio

Nos primeiros anos em solo americano, László dedica-se à sua carreira e, apesar das dificuldades enfrentadas por imigrantes, consegue uma rara oportunidade ao ser contratado pelo empresário Harrison Van Buren (Guy Pearce) para liderar o projeto de um monumento modernista de grande escala. Enquanto isso, Erzsébet e Zsófia também chegam ao país, mas a jovem sobrinha decide manter um voto de silêncio, como forma de lidar com seus traumas.

Mesmo sem palavras, sua presença é marcante, e sua relação com László se desenvolve de maneira delicada e profunda, com pequenos gestos e olhares que comunicam sentimentos impossíveis de serem ditos em voz alta.

A narrativa se desenvolve explorando a adaptação da família em um ambiente novo e hostil, além das dificuldades enfrentadas por imigrantes que carregam cicatrizes profundas pelos traumas recém vividos. László, inicialmente focado apenas em sobreviver, aos poucos percebe que pode ir além e busca recuperar a vida e o prestígio que tinha em sua terra natal.

A arquitetura brutalista, estilo que ele defende com fervor, serve como metáfora para sua própria história: rígida, resistente e construída sobre cicatrizes do passado. Cada prédio que ele projeta se torna uma tentativa de moldar não apenas sua carreira, mas também sua identidade nesse novo mundo.

O impacto do tempo

A segunda parte de O Brutalista avança no tempo, revelando mudanças na vida dos personagens. László se afasta da influência de Harrison e traça seu próprio caminho na arquitetura, conquistando renome. Essa independência, entretanto, tem um custo alto. Conforme ele se aprofunda em seus projetos, surgem dilemas morais que o levam a refletir sobre os limites éticos de sua arte e os sacrifícios que está disposto a fazer em nome de sua visão.

Paralelamente, Zsófia, antes retraída, começa a encontrar sua voz, mesmo que de forma silenciosa, e segue sua jornada pessoal. Sua evolução é construída com sensibilidade ao longo do filme, utilizando momentos sutis para mostrar como, aos poucos, ela aprende a se expressar novamente.

Já mais velha, ela finalmente quebra seu voto de silêncio ao revelar que pretende se mudar para Israel com seu parceiro. Esse momento simbólico representa o fechamento de um ciclo e a libertação de uma parte do passado que a mantinha presa. No final do filme, uma Zsófia idosa discursa sobre o legado de László, enaltecendo suas realizações e sua resiliência ao longo da vida.

O final da jornada

O encerramento de O Brutalista reforça a evolução dos personagens e amarra as pontas soltas da trama. A última cena, que mescla a versão jovem e idosa de Zsófia, evidencia o impacto do tempo e a superação das marcas deixadas pelo Holocausto. A frase dita por ela — “Não importa o que tentem te vender, é o destino, não a jornada” —, em contramão do clichê perpetuado, sintetiza a visão que o filme propõe sobre sobrevivência e resiliência.

A decisão de começar e encerrar o filme com ela sugere que, apesar de László ser o protagonista, é a jornada da sobrinha que simboliza a superação do passado. Enquanto ele luta para restaurar sua vida profissional e se estabelecer em um novo país, Zsófia representa a reconstrução emocional e pessoal que não é tão evidente em László.

Essa escolha reforça a ideia de que a história, no fim das contas, pertence tanto a ela quanto ao tio, e que, em síntese, todos aqueles que sobreviveram à Guerra, passaram por sua própria jornada singular de superação.

O Brutalista esteou hoje, 20 de fevereiro, nos cinemas brasileiros.

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