Você lembra de Thranduil, o elfo de olhar gélido e presença quase divina em O Hobbit? Pois é, ele pode finalmente receber o destaque que merece. O novo filme de O Senhor dos Anéis: A Caçada por Gollum promete corrigir uma das maiores injustiças da trilogia anterior.

O retorno da Terra-média aos cinemas
O universo de O Senhor dos Anéis está prestes a viver uma nova era. Depois da animação A Guerra dos Rohirrim em 2024, a Warner Bros. prepara A Caçada por Gollum, previsto para 2026, e o hype é real. Afinal, não é todo dia que a Terra-média ganha uma nova história live-action.
Dessa vez, o foco não será Frodo nem o Um Anel, mas o torturado Gollum, personagem que sempre andou entre a tragédia e o vício pelo poder. A direção fica com Andy Serkis, o próprio intérprete original da criatura. E isso já diz muito, não?
O projeto promete explorar a caçada liderada por Aragorn para capturar Gollum, um arco apenas citado nos filmes anteriores, mas repleto de potencial e é justamente aí que entra Thranduil, o rei élfico que pode ter sua redenção cinematográfica.

Thranduil: o rei esquecido da floresta
Lee Pace deu vida a Thranduil em O Hobbit, e muitos fãs ainda consideram sua atuação uma das mais subestimadas da saga. Frio, misterioso e imponente, ele transmitia a sensação de que sabia mais do que deixava transparecer, como todo bom elfo deve ser.
Mesmo assim, o personagem foi ofuscado por efeitos digitais exagerados e uma narrativa inflada. Quem diria que um rei acabaria lembrado mais por seu cervo gigante do que por sua complexidade? Injusto, para dizer o mínimo.
Por isso, a possibilidade de vê-lo novamente em A Caçada por Gollum reacende a esperança dos fãs. Thranduil poderia finalmente mostrar o que sempre pareceu guardar: sabedoria, culpa e um passado que se conecta diretamente às sombras que Gollum representa.

A floresta sombria e o elo com Gollum
O roteiro de A Caçada por Gollum deve se passar em parte no Reino da Floresta das Trevas, território governado por Thranduil. Foi lá que Aragorn levou Gollum após capturá-lo, antes de Gandalf iniciar sua investigação sobre o Anel.
Faria sentido, portanto, que o filme mostrasse o lado élfico dessa jornada, talvez o momento em que Thranduil observa a criatura e percebe a extensão da corrupção do Um Anel. Que tipo de conselho ele daria a Aragorn? Ou será que Gollum veria nos elfos um reflexo do que perdeu há séculos?
Esse cenário abre espaço para um reencontro com Legolas, interpretado por Orlando Bloom, o que certamente geraria um turbilhão de nostalgia. Imagina ver pai e filho novamente em cena, mas em um contexto mais sombrio e introspectivo? Seria épico.

Um novo respiro para um personagem injustiçado
Durante O Hobbit, Thranduil foi retratado como arrogante e distante, uma escolha que, embora interessante, acabou simplificando sua profundidade. Ele é, afinal, um sobrevivente de milênios de guerras, alguém que já viu o mal retornar mais de uma vez.
No novo filme, há a chance de explorar esse lado ferido. Como um rei que já presenciou a ascensão e queda de Morgoth e Sauron enxerga uma criatura como Gollum? Talvez com desprezo, talvez com piedade. Ou com aquele misto de medo e fascínio que torna o personagem tão humano, mesmo sendo imortal.
Vale lembrar que há uma petição de fãs pedindo o retorno de Lee Pace, o que mostra que Thranduil ainda habita o imaginário dos admiradores de Tolkien. E aí vem a pergunta: Hollywood finalmente vai ouvir os fãs desta vez?

Entre o legado de Jackson e a visão de Serkis
Peter Jackson elevou o gênero da fantasia a outro nível, mas também errou ao transformar um livro infantil em uma trilogia de três horas cada. O Hobbit acabou parecendo inchado, perdendo o equilíbrio que tornava O Senhor dos Anéis tão memorável.
Andy Serkis, por outro lado, parece buscar o oposto: uma história menor, mais íntima e emocional. Se conseguir equilibrar ação e psicologia, e incluir figuras como Thranduil e Aragorn com propósito, A Caçada por Gollum pode marcar o renascimento da franquia.
Mais do que um spin-off, o longa pode ser um acerto de contas com o passado. Uma forma de dizer: “nós lembramos do que realmente importava”. E convenhamos, nada mais Tolkien do que isso.

A esperança renasce na Terra-média
O público amadureceu. Hoje, queremos mais do que batalhas, queremos entender as feridas deixadas por elas. Thranduil é o símbolo perfeito disso, um personagem que viveu a glória e o trauma da guerra, e ainda assim segue de pé, solitário, em seu reino sombrio.
Se A Caçada por Gollum fizer jus a essa complexidade, a saga de Tolkien pode ganhar um novo fôlego, um lembrete de que até as histórias mais antigas ainda têm capítulos a serem contados.
E quem sabe, desta vez, Thranduil ganhe o respeito que sempre mereceu.

