O terror Lobisomem chegou nesta quarta-feira ao catálogo do Prime Video após uma passagem modesta pelos cinemas. Dirigido por Leigh Whannell, o longa apresenta uma releitura contemporânea do clássico monstro, reformulando a figura do lobisomem a partir de conflitos familiares intensos e uma atmosfera carregada de tensão psicológica.
A trama acompanha Blake, sua esposa Charlotte e a filha Ginger, que viajam até a antiga casa da família para resolver os assuntos pendentes deixados pela morte do pai de Blake. O que começa como uma viagem para lidar com luto e herança acaba se transformando em um pesadelo marcado por violência, perda de controle e uma criatura à espreita nas sombras.
A morte de Blake e o clímax do filme
Durante os eventos da noite, Blake é atacado por um monstro misterioso e infectado com uma condição que o transforma aos poucos. Mesmo com o corpo se alterando, o protagonista mantém parte de sua consciência intacta, o que torna sua trajetória ainda mais dolorosa.
No desfecho, encurralado e tomado pela mutação, Blake entrega-se ao próprio fim ao permitir que a esposa o mate. Ele escolhe morrer para garantir a segurança da filha, rompendo com a violência herdada do pai e encerrando sua história com um ato de sacrifício.
A morte do protagonista não apenas simboliza a superação de um legado traumático, mas também reafirma a carga emocional que sustenta o filme. Apesar das habilidades adquiridas pela transformação, é a vulnerabilidade de Blake que define seu destino.
A identidade do monstro
Um dos principais mistérios do longa é a origem da criatura que ataca a família. A resposta vem somente nos momentos finais: o monstro é, na verdade, o pai de Blake, também vítima da mesma infecção. A revelação acontece por meio de uma tatuagem reconhecível, vista por Blake quando criança, agora confirmando que o predador era, o tempo todo, alguém conhecido.
Essa virada ressignifica toda a trajetória do protagonista. O homem que passou a vida sendo moldado por uma figura autoritária e violenta agora precisa enfrentá-la transformada em fera. Blake mata o pai sem saber sua identidade, e a descoberta posterior o leva a um colapso emocional que culmina em sua rendição à própria condição monstruosa.
O filme sugere, assim, que a maldição não está apenas na carne, mas nas relações enraizadas em abuso e repressão. Ao repetir o ciclo de violência, Blake encarna os mesmos impulsos que tanto temia. Sua escolha final, no entanto, interrompe esse legado.
Charlotte e Ginger sobrevivem ao horror
Enquanto Blake sucumbe, Charlotte e Ginger conseguem sobreviver à noite. Embora saiam fisicamente ilesas, o trauma vivido deixa marcas. A convivência com a ameaça, a morte do pai e a necessidade de tomar decisões extremas colocam mãe e filha em um novo ponto de partida.
Charlotte, que no início do filme demonstrava dificuldades para se conectar com a filha, encontra na tragédia uma forma de reconstruir esse vínculo. A personagem se vê forçada a agir em defesa de Ginger, matando o próprio marido quando percebe que não há mais volta.
Não há indícios de que Charlotte ou Ginger pretendam voltar à casa ou ao cenário dos acontecimentos. A cidade grande, de onde vieram, representa não só um retorno à civilização, mas também uma tentativa de se afastar dos fantasmas que assombraram aquela noite.
Ao contrário de boa parte das produções de terror contemporâneas, Lobisomem não sugere continuações ou cenas pós-créditos. A história se encerra de forma conclusiva, focada no arco de Blake e no fechamento de seu ciclo. A morte do protagonista e do monstro original não deixam pontas soltas ou pistas para o futuro.
Lobisomem já está disponível no catálogo do Prime Video.