
A nova versão live-action de Lilo & Stitch chegou com a responsabilidade de revisitar um dos clássicos mais queridos da Disney dos anos 2000. Com personagens icônicos e um conceito de família que atravessou gerações, o longa original conquistou o coração d euma legião de fãs.
Agora, a nova adaptação reconta essa história com algumas mudanças que reconfiguram personagens já conhecido, reimaginam a história e apontam para um possível futuro da franquia.
Ao alterar arcos importantes e acrescentar personagens inéditos, o filme reinterpreta seu final sem abandonar a mensagem central sobre afeto e pertencimento.

Lilo e Nani seguem caminhos diferentes, mas continuam irmãs
Uma das mudanças mais significativas está na decisão de separar Lilo e Nani, sem que isso signifique o fim da família que construíram. A trama dá mais destaque à pressão enfrentada por Nani, que desiste de uma bolsa de estudos para cuidar da irmã, mas é incentivada a não abrir mão de seus sonhos.
Com a ajuda de personagens inéditos como Tūtū e a assistente social Sra. Kekoa, o filme apresenta uma solução equilibrada, onde Lilo passa a viver com Tūtū, enquanto Nani segue seus planos e continua presente por meio de uma tecnologia alienígena.
Família, aqui, não depende apenas da convivência sob o mesmo teto, mas do compromisso afetivo que une as personagens mesmo quando seguem rumos diferentes.
Outros personagens como Pleakley mantêm seu lugar na família estendida, enquanto o agente Bubbles surge com uma nova abordagem. Menos caricatural, o personagem é retratado como um agente da CIA mais realista e é fundamental na decisão de proteger Lilo.

Jumba vira o vilão principal da história
Outra alteração está na figura do cientista Jumba. Se na animação original ele acabava se tornando parte da família improvisada de Lilo, agora o personagem assume de vez o posto de antagonista.
Com essa escolha, o filme também elimina a necessidade de um segundo vilão, como o Capitão Gantu na versão animada, que foi retirado completamente da nova versão.
O fato de Jumba permanecer como vilão indica que a história pode se expandir. Ao mostrar outros experimentos criados por ele, o longa insinua um possível retorno ao universo explorado em Stitch! O Filme e na série animada.

Comparando os finais: o que muda do original para o live-action
Apesar de o desfecho do novo Lilo & Stitch preservar a essência do original, algumas mudanças refletem escolhas narrativas mais contemporâneas.
Nos dois filmes, Stitch é autorizado a permanecer na Terra após intervenção da Grande Conselheira Galáctica, mas, enquanto o original encerrava com todos sob o mesmo teto em clima de reconciliação, a nova versão opta por uma separação prática.
A inclusão de Tūtū como figura de apoio, ausente no filme de 2002, oferece a Lilo uma base estável sem que isso exclua Nani da sua vida. O foco é menos em restaurar uma estrutura familiar idealizada e mais em mostrar que família é adaptação, cuidado mútuo e presença afetiva, mesmo à distância.
A mudança de perspectiva reforça que o lema “ohana” pode ser atualizado para abraçar diferentes formas de vínculo.

Ohana repensada: entre tradição e autonomia
A principal contribuição do live-action está na forma como atualiza o conceito de “ohana”. Ao mesmo tempo em que valoriza os laços familiares, o filme também reconhece a importância de que cada personagem possa trilhar seu próprio caminho.
Essa leitura mais contemporânea reforça que família também é sobre autonomia, acolhimento e a liberdade de crescer. O que importa é o vínculo, e não a forma tradicional com que ele se apresenta.
No fim das contas, Lilo & Stitch consegue revisitar um clássico sem perder sua essência, mas com coragem para olhar para o futuro.
Lilo & Stitch está em cartaz nos cinemas.