
Enquanto Guerreiras do K-Pop segue batendo recordes na Netflix, a Sony Pictures assiste ao sucesso do filme de longe. A animação virou um fenômeno global, com milhões de espectadores, canções dominando paradas musicais e uma base de fãs cada vez mais engajada.
Mas, apesar de ter sido idealizado pelo estúdio, o longa acabou sendo entregue à plataforma de streaming em um acordo que, hoje, parece desvantajoso. O que era para ser uma aposta cautelosa acabou se tornando uma vitrine de como a escolha por mitigar riscos pode custar caro.
Em vez de investir em uma estreia tradicional nos cinemas, a Sony repassou os direitos da produção para a Netflix, que financiou a maior parte do orçamento e colhe agora os frutos de um dos maiores sucessos do ano.
Sony recebeu pouco
Segundo apuração da Puck News, a Sony vendeu o filme por apenas US$ 20 milhões, valor considerado baixo diante da performance da animação. A Netflix, por sua vez, não tem qualquer obrigação contratual de repassar royalties adicionais sobre visualizações ou faturamento.
Com esse modelo de negócio, a Sony evitou o risco de uma eventual baixa bilheteria nos cinemas, mas abriu mão de participar da onda de lucro e reconhecimento gerada pela obra (e o impacto comercial do filme não é pequeno).
Guerreiras do K-Pop se tornou a segunda produção mais assistida da história da Netflix, com 184,6 milhões de visualizações acumuladas e potencial para ultrapassar o topo, hoje ocupado por Alerta Vermelho. O filme também vai receber uma versão sing-along nos cinemas, reflexo do impacto musical gerado pela trilha sonora.
Faixas como “Golden” alcançaram o topo da Billboard, enquanto outras sete músicas entraram no Top 20 global do Spotify. A obra está se consolidando como um verdadeiro marco da cultura pop.
Franquia pode movimentar US$ 1 bilhão
Analistas apontam que o potencial da franquia pode ultrapassar a marca de um bilhão de dólares em receita global. Isso inclui continuações, produtos licenciados, spin-offs e a exploração musical da marca. Nesse cenário, o valor inicial pago à Sony parece cada vez mais simbólico.
Na época em que o acordo foi firmado, a empresa preferiu evitar os riscos do lançamento nos cinemas. O mercado para filmes originais ainda se recupera de incertezas, e o estúdio não quis apostar alto em uma estreia grandiosa.
Apesar de ter os direitos para produzir continuações e derivados, a Sony não receberá nenhum valor adicional referente ao primeiro filme, mesmo com sua performance histórica. As negociações para um segundo longa já estão em andamento, mas com um novo acordo possivelmente menos vantajoso para a Netflix.
Para a Sony, restam agora as próximas etapas. O estúdio ainda pode capitalizar em cima do sucesso tardio da franquia, mas dificilmente recuperará o que deixou de ganhar com a primeira obra.