Entenda

Explicamos as 4 maiores polêmicas do Oscar 2025

Blackface, inteligência artificial e tweets racistas: um resumo de todas as controvérsias dos indicados

Explicamos as 4 maiores polêmicas do Oscar 2025

A 97ª edição do Oscar 2025 está a todo vapor! A cerimônia promete ser emocionante e, a cada dia que passa, a expectativa aumenta. Mas, neste ano, os holofotes têm sido negativos, devido às inúmeras controvérsias que envolvem os indicados. Isso pode ter papel determinante na decisão da cerimônia, então você pode querer saber disso antes de conferir os filmes. Preparamos uma lista, em ordem decrescente, com todas as polêmicas. Confira:

Mikey Madison como Ani em “Anora”

4 – A falta de um coordenador de intimidade em Anora

Para contextualizar: Anora gira em torno de Ani (Mikey Madison), uma profissional do sexo que se envolve com o filho de uma família russa bilionária, a partir daí se inicia uma história de amor permeada por dinheiro, drogas e sexo. Com o passar do tempo, ela descobre que ele está ligado à máfia. O longa foi indicado ao Oscar em seis categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Direção. No Rotten Tomatoes, a aclamação dos críticos é evidente: 93%, recebendo o selo Fresh, além do público, com 90%.

Logo, considerando o enredo, a presença de um coordenador de intimidade seria indispensável. Desde o movimento MeToo, campanha contra a violência e o assédio sexual, o coordenador de sexo tornou-se uma presença quase obrigatória em produções envolvendo sexo ou nudez. Pois ele certifica de que ninguém está sendo coagido a fazer algo que não quer e que os limites de cada um estão sendo respeitados.

Durante uma entrevista do Actors on Actors com Pamela Anderson, Mikey Madison dividiu opiniões ao revelar que recusou o coordenador de intimidade, citando que se sentia confortável lidando com as cenas sozinha e que confiava no diretor de Anora, Sean Baker. Essa entrevista de dezembro de 2024 causou uma revolta nos usuários da internet, que sentiram que, independente dos sentimentos de Madison, o coordenador de intimidade devia estar no set, pois são essenciais para garantir um nível de segurança e confortabilidade aos atores.

Apesar da reação negativa, Madison completou dizendo que as cenas de sexo de Anora foram uma experiência positiva para ela e o diretor Sean Baker contou que se sentiu muito confortável dirigindo cenas íntimas.

Adrien Brody como László Tóth em “O Brutalista”

3 – O uso da IA em “O Brutalista”

O Brutalista, indicado em 10 categorias, é um filme épico de três horas que conta a história de um arquiteto visionário que foge da Europa pós-guerra para se estabelecer na Pensilvânia, onde realizará seu sonho de projetar um monumento.

O problema aqui é que o editor do filme, Dávid Jancsó, afirmou que usou inteligência artificial para melhorar o sotaque húngaro dos atores, a fim de torná-lo mais autêntico e também para criar projetos de arquitetura brutalista. No entanto, o uso da IA na indústria cinematográfica é altamente controverso, muitos dizem que o uso dessa ferramenta além de ser desonesto, tira emprego dos atores.

É um consenso que Hollywood deve priorizar, sobretudo, o trabalho humano. Mas Jancsó tem um ponto positivo ao seu lado: numa entrevista ao Red Shark News, ele afirmou que o uso da IA contribuiu para o avanço dos trabalhos, se não a pós-produção ia demorar muito.

Karla Sofía Gascón como Emilia Pérez no filme “Emilia Pérez”

2 – Tweets Racistas de Karla Sofía Gascón e comentários sobre Fernanda Torres

Uma das indicadas à categoria de Melhor Atriz, juntamente com Fernanda Torres, Karla Sofía Gascón concorre pela sua atuação no filme Emilia Pérez. O filme, que recebeu 13 indicações ao Oscar, gira em torno de uma advogada que encobre crimes e ajuda a lavar dinheiro, e para sobreviver, auxilia um chefe do cartel a sair do negócio para ele se tornar a melhor que sempre quis ser: Emilia Pérez, interpretada por Gascón. No entanto, o fato é que Gascón têm acumulado uma série de polêmicas, uma rivalidade que começou na cerimônia do Globo de Ouro, entre Emilia Pérez e o filme Ainda Estou Aqui.

Em uma viagem ao Brasil para divulgar o musical, Gascón pediu ajuda para Fernanda Torres porque estaria sendo atacada por brasileiros em suas redes sociais, e Fernanda atendeu gentilmente. Logo depois, em entrevista ao jornal Folha, Gascón disse ter sido vítima de uma campanha dos brasileiros contra o filme Emilia Pérez, culpando a equipe de Fernanda. Com essa declaração, muitos elencaram a possibilidade de desclassificação, pois Gascón estaria indiretamente, menosprezando sua competição.

Outra controvérsia que a atriz está envolvida é a seguinte: uma mulher muçulmana divulgou vários tweets islamofóbicos de Gascón, de 2020 a 2023. Nesses posts, ela critica o islamismo, o caso George Floyd, a inclusão no Oscar e filmes independentes, o que chamou a atenção por serem declarações extremamente preconceituosas, atraindo a repugnância do público. 

Fernanda Torres como Eunice Paiva em “Ainda Estou Aqui”

1 – Uso de blackface por Fernanda Torres e Zoe Saldaña

Fernanda Torres, concorrente na categoria de Melhor Atriz e representante brasileira do filme Ainda Estou Aqui, também não escapou das polêmicas dessa temporada. Na tentativa de encontrar algum equívoco na carreira da atriz brasileira, os usuários acharam uma situação de início de carreira: uma esquete feita para o Fantástico, na qual Fernanda usa o blackface, isto é, uma maquiagem escura para interpretar uma mulher negra.

Assim Fernanda pediu desculpas, lamentou a utilização da técnica e explicou que mesmo que hoje a prática seja preconceituosa, na época era totalmente diferente, pois não havia consciência sobre isso. No Brasil, o blackface não tem a mesma conotação dos Estados Unidos.

Saldaña também está envolvida no uso da blackface: para interpretar a cantora Nina no filme biográfico da musicista. Nesse caso foi diferente, ela não só escureceu a pele, como usou dentadura, uma prótese para alargar o nariz e uma peruca de cabelo crespo. Mesmo sendo negra, ela utilizou o privilégio que ela tem da cor clara para interpretar uma mulher muito mais escura, e acabou tirando a oportunidade de uma atriz que poderia interpretar esse personagem. A atriz também declarou arrependimento pela prática.

O Oscar 2025 acontecerá no dia 2 de março de 2025. No Brasil, na TV aberta, o evento será transmitido pela Rede Globo. Na TV fechada, pela TNT. No streaming, pela Max.

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