Em mais de três décadas de existência, Missão Impossível atravessou diferentes épocas do cinema e coexistiu com várias outras franquias.
Enquanto algumas chegaram ao fim de forma gloriosa, outras não resistiram ao tempo, à crítica ou à falta de planejamento.
Esse é o caso do DCEU, o antigo universo cinematográfico da DC, que foi encerrado de forma definitiva após uma série de fracassos e reboots mal recebidos.
O que poucos esperavam é que justamente Missão Impossível tivesse um papel relevante nesse colapso, e tudo isso começou por causa de um elemento aparentemente trivial: o bigode de Henry Cavill.
O impasse que abalou dois universos
Durante as filmagens de Missão Impossível – Efeito Fallout, Cavill estava caracterizado como o agente August Walker, papel que exigia um bigode espesso.
Ao mesmo tempo, a Warner Bros. precisou convocar o ator para refilmagens emergenciais de Liga da Justiça, após a troca de direção com a saída de Zack Snyder e a entrada de Joss Whedon.
Inicialmente, o diretor Christopher McQuarrie aceitou interromper as gravações de Missão Impossível temporariamente, mas a Paramount, distribuidora do filme, vetou a ideia. Como resultado, a Warner precisou remover digitalmente o bigode do ator.
LEIA TAMBÉM
O problema é que o CGI não funcionou bem. Diversas cenas do Superman em Liga da Justiça se tornaram alvo de piadas e memes, contribuindo para a percepção de que o filme havia sido feito às pressas e sem cuidado estético.
A mudança de tom também afetou a experiência do público. A versão mais sombria de Snyder deu lugar a um estilo mais leve com Whedon, criando um desequilíbrio narrativo.
O efeito dominó de um bigode
Mesmo com alguns sucessos isolados nos anos seguintes, como Aquaman e O Esquadrão Suicida, o DCEU jamais conseguiu reconquistar o público em larga escala. Filmes como Shazam! 2 e The Flash afundaram nas bilheterias, selando o destino do universo.
Ainda que Missão Impossível – Fallout tenha sido um dos filmes mais elogiados da franquia, seu calendário acabou contribuindo indiretamente para esse fracasso. A impossibilidade de adaptar o cronograma para permitir que Cavill participasse sem restrições levou a uma solução visual improvisada que comprometeu a credibilidade de um dos heróis mais icônicos do cinema.
Na época, McQuarrie declarou que ninguém queria prejudicar o filme da DC, mas as circunstâncias acabaram favorecendo Missão Impossível, que seguiu firme em sua proposta e conquistou bons resultados, enquanto o DCEU dava sinais claros de esgotamento.
Embora o universo ainda tenha se arrastado por mais seis anos, com tentativas frustradas de reviver o interesse do público, a base já estava comprometida. A desconexão entre os filmes, a ausência de uma liderança criativa unificada e a perda de confiança do público tornaram o fim inevitável.
Com oito fracassos consecutivos encerrando a fase final, a Warner optou por um reboot completo, agora sob o comando de James Gunn. Um novo Superman, interpretado por David Corenswet, dará início à próxima era da editora nos cinemas.
