Dwayne Johnson está prestes a viver um dos momentos mais decisivos de sua trajetória no cinema. Depois de anos dominando bilheterias com blockbusters de alto orçamento, o ator decidiu seguir um caminho diferente, apostando em projetos mais autorais e desafiadores. Essa mudança pode redefinir sua imagem em Hollywood e abrir portas que ele ainda não havia explorado.
Por muito tempo, Johnson construiu uma carreira sólida como um dos maiores astros do entretenimento. Com mais de 15 bilhões de dólares arrecadados mundialmente, ele se tornou um nome associado a franquias de sucesso e papéis carismáticos, mas muitas vezes repetitivos. Agora, essa fase chega a um ponto de virada com a estreia de um projeto que promete revelar uma nova faceta de seu talento.
Coração de Lutador marca início de uma nova fase
O filme Coração de Lutador, produzido pela A24, coloca Johnson na pele do lutador de MMA Mark Kerr e marca o papel mais dramático de sua carreira. Dirigido por Benny Safdie, o longa estreia em 3 de outubro e já chamou atenção no Festival de Veneza, onde foi ovacionado por mais de 15 minutos. As críticas reforçam que essa pode ser uma guinada decisiva para o ator.
Segundo avaliações iniciais, Johnson entrega uma performance intensa e emocional, surpreendendo quem o conhecia apenas pelos papéis em franquias como Velozes e Furiosos, Jumanji e G.I. Joe. No Rotten Tomatoes, o filme alcançou 84% de aprovação, posicionando-se como uma das produções mais bem avaliadas da sua carreira.
Essa recepção positiva mostra que The Rock encontrou um espaço onde pode explorar nuances que antes não eram tão visíveis. Ao se afastar do formato previsível dos blockbusters, o ator se aproxima de narrativas mais complexas, capazes de oferecer material para disputas importantes durante a temporada de premiações.
A busca por papéis desafiadores
Apesar de continuar envolvido em grandes franquias — como o live-action de Moana, Jumanji 3 e mais um capítulo de Velozes e Furiosos — Johnson tem declarado que, neste momento, a prioridade não é o potencial de bilheteria, mas sim os projetos com os quais se conecta pessoalmente.
Durante o Festival de Veneza, o ator comentou sobre essa mudança de perspectiva: “Por muito tempo, Hollywood me colocou em um canto e me disse: ‘Esse é o seu espaço, é isso que você faz’, mas eu sabia que havia mais. Sempre senti que poderia fazer algo diferente, e agora encontrei pessoas que acreditam nisso também.”
Essa nova abordagem já começa a se refletir em sua agenda. Johnson está confirmado no thriller psicológico Breakthrough, também da A24, no qual viverá um guru motivacional com um lado sombrio. O ator tem buscado parcerias com diretores de prestígio, sinalizando que a transformação de sua carreira vai além de um único projeto.
Um dos indícios mais claros do peso dessa nova fase é o envolvimento de Martin Scorsese. O lendário cineasta escalou Johnson para um drama policial ambientado no Havaí, ao lado de Leonardo DiCaprio e Emily Blunt. Essa parceria representa uma oportunidade única para consolidar sua transição para o cinema dramático.
Além disso, há expectativa em torno de antigos projetos que podem ganhar novo fôlego, como o épico The King, anunciado em 2018, que narraria a história de um herói havaiano. Caso avance, a produção pode servir como mais uma vitrine para um trabalho autoral e desafiador.
O peso da história e a confiança no potencial
Para quem acompanha a carreira de Dwayne Johnson, não é surpresa que ele tenha decidido dar esse passo. Sua trajetória mostra um padrão consistente: quando escolhe um objetivo, dedica-se integralmente até alcançá-lo. Foi assim na WWE, onde conquistou dez títulos mundiais, e depois em Hollywood, ao se tornar um dos atores mais lucrativos do mundo.
Essa determinação também se refletiu em seus negócios, como a bem-sucedida marca de tequila Teremana e a retomada da liga de futebol americano XFL. Com o cinema dramático, a lógica parece a mesma ao encontrar o caminho, investir energia total e surpreender o público e a crítica.
Se os primeiros sinais com Coração de Lutador se confirmarem, Johnson pode se tornar presença constante em longas mais sérios. Essa transição não significa abandonar os blockbusters, mas equilibrar sua filmografia com obras que explorem todo o seu potencial como intérprete.