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Anora: filme vencedor do Oscar 2025 chega ao Prime Video

Filme estrelado por Mikey Madison estreia no streaming.

Anora: filme vencedor do Oscar 2025 chega ao Prime Video

Anora, longa dirigido por Sean Baker, chegou nesta quarta-feira (23) ao Prime Video. O filme, que estreou no Festival de Cannes em 2024, chega ao streaming após se tornar um dos grandes nomes da temporada de premiações. 

A história acompanha Ani Mikheeva, uma stripper do Brooklyn que se envolve com o herdeiro de um oligarca russo. O relacionamento impulsivo entre os dois os leva a um casamento em Las Vegas, mas a família do noivo não está disposta a aceitar a união.

A estreia no streaming marca o início de uma nova fase para o filme, que agora alcança o grande público. Com pouco mais de 2 horas de duração, o longa convida o espectador a mergulhar em uma relação marcada por conveniências e choques culturais, mas também por uma inesperada carga emocional. 

Com elementos de “dramédia”, Anora se estrutura como uma produção de contrastes, que navega entre o caos e a intimidade de forma orgânica. E é justamente nessas entrelinhas que o filme ganhou força e conquistou a Academia. 

Vencedor do Oscar de Melhor Filme

Anora se tornou um dos títulos mais celebrados da temporada 2024-2025. A produção venceu a Palma de Ouro em Cannes, um dos prêmios mais prestigiados do circuito internacional, e seguiu acumulando vitórias em premiações importantes como o WGA (Sindicato dos Roteiristas), PGA (Sindicato dos Produtores) e DGA (Sindicato dos Diretores).

O reconhecimento culminou no Oscar 2025, onde levou cinco estatuetas: Melhor Filme, Direção, Roteiro Original, Montagem e Atriz. Mikey Madison, que vive Ani, foi um dos grandes destaques da noite, encerrando uma temporada em que também foi premiada no BAFTA e indicada ao SAG Awards, Critics’ Choice e Globo de Ouro, premiação na qual perdeu para Fernanda Torres.

A trilha de premiações reforçou não apenas a qualidade da produção, mas também o reconhecimento da carreira de Sean Baker, que já havia sido celebrado por outros filmes, mas ainda não havia alcançado a consagração da Academia. O diretor assina o roteiro e a montagem, mantendo o controle total sobre a narrativa.

Mesmo concorrendo com títulos de grande escala, como Conclave e O Brutalista, Anora, um filme independente, se destacou por seu apelo emocional e pela inteligência com que constrói suas relações. Foi justamente essa mistura de sutileza com intensidade que deu ao filme uma vantagem inesperada nos principais prêmios da indústria.

Vale a pena assistir Anora?

Apesar da sinopse sugerir uma trama simples, Anora se revela aos poucos como um estudo de personagens. Ani não é apenas uma jovem em busca de liberdade, mas também uma mulher atravessada por dores que a levam a escolhas que envolvem sobrevivência, amor, medo e poder.

Ao longo da narrativa, a protagonista ganha dimensões diferentes, e é justamente nesse processo de revelação que o filme constrói sua força. Anora é sobre pessoas tentando manter o controle em um mundo que não dá garantias, e sua história sutil funciona nas entrelinhas.

As cenas mais marcantes nem sempre são aquelas em que algo é dito, mas sim aquelas em que o silêncio carrega tudo o que foi evitado. Mikey Madison sustenta o papel com uma interpretação digna de sua estatueta, combinando fragilidade e firmeza em poucas linhas de diálogo, e capturando com precisão o momento em que Ani e Anora se mostram pessoas diferentes.

É preciso assistir com atenção para perceber como as camadas são organizadas. Nada no filme é sublinhado, e é justamente essa escolha que o torna uma experiência intensa. As transformações de Ani não estão nas falas ou nas ações, mas nos gestos, nos olhares e na forma como ela reage à presença dos outros – principalmente a Igor, o único personagem que parece realmente compreender a Anora, e não a Ani.

Por esse motivo, muitos dos espectadores que assistiram ao filme com um olhar banal, esperando uma história clara e exposta, podem tê-lo achado simples demais para sua consagração no Oscar de 2025. Mas, para aqueles que assistiram com atenção, ouvindo os silêncios sustentados pelos olhares profundos, encontram aqui uma joia do cinema. 

Vale lembrar que o filme contem nudez e o uso de drogas, por isso recebeu a classificação indicativa +16. Sua chegada ao Prime Video abre caminho para novas interpretações daqueles que já assistiram e garante que o público brasileiro tenha acesso a uma das obras mais relevantes da temporada.