
Nem todo grande filme de terror ganha o reconhecimento que merece. Entre estreias pouco comentadas e produções independentes, muitas obras assustadoras acabam soterradas em meio aos grandes lançamentos de franquias conhecidas.
O terror, no entanto, sempre encontra um jeito de se reinventar e, muitas vezes, é justamente nas tramas menos divulgadas que surgem as ideias mais ousadas do gênero. Seja pela originalidade, pela direção criativa ou pela forma como subvertem clichês, todos eles merecem uma chance, especialmente para quem acha que já viu de tudo no terror contemporâneo.

O Assassino de Clovehitch (Prime Video – Filmelier+)
Inspirado de forma livre nos crimes reais do assassino BTK, O Assassino de Clovehitch entrega um terror psicológico envolvente e silencioso. A trama acompanha um adolescente que começa a suspeitar que o próprio pai pode ser um serial killer, o que transforma o filme em uma mistura de drama familiar e suspense policial.
Mais do que cenas de horror explícito, o longa constrói um clima crescente de tensão, usando o cotidiano suburbano como pano de fundo para segredos sombrios. Com Charlie Plummer no papel principal, o filme é um estudo sobre medo, desconfiança e o peso das aparências.
Disponível no Filmelier+, o título pode ser visto iniciando o período de teste gratuito pelo Prime Video.

O Mal que Nos Habita (Netflix)
Produção argentina que revitaliza o tema de possessão demoníaca, O Mal que Nos Habita é brutal, imprevisível e perturbador. A história começa quando dois irmãos descobrem que um demônio está prestes a nascer no corpo de um homem possuído, o que desencadeia uma série de eventos violentos e desesperadores.
O filme foge completamente dos clichês do gênero, transformando o exorcismo em algo visceral e desesperador. Os possuídos se tornam criaturas em decomposição, e a atmosfera é marcada por uma sensação constante de desespero. Lançado em 2023, o longa é um dos mais intensos dos últimos anos e está disponível na Netflix.

Presença (Prime Video)
Dirigido por Steven Soderbergh, Presença é um experimento visual ousado. Filmado inteiramente da perspectiva de uma entidade invisível, o longa acompanha uma família que se muda para uma casa nova sem perceber que está sendo observada.
A proposta foge do tradicional: não há sustos ou monstros. O medo nasce do que não é visto, e da sensação de que algo está sempre à espreita. Dividindo opiniões entre o público, Presença mostra que o horror ainda tem espaço para a inovação e que o baixo orçamento pode ser um terreno fértil para a criatividade. Disponível no Prime Video.

Um Lobo Entre Nós (HBO Max)
Inspirado em um jogo de videogame, Um Lobo Entre Nós é uma comédia de terror que surpreende pela leveza e inteligência. A trama se passa em uma pequena cidade isolada pela neve, onde moradores precisam sobreviver enquanto um monstro misterioso os persegue.
Com Sam Richardson e Milana Vayntrub no elenco, o filme brinca com o gênero e entrega momentos igualmente divertidos e tensos. Diferente dos slashers tradicionais, ele aposta em personagens excêntricos e humor afiado. O resultado é uma obra envolvente e subestimada, que hoje pode ser descoberta no HBO Max.

Natureza Violenta (Telecine)
Natureza Violenta revisita o espírito dos slashers clássicos, mas o espectador acompanha os eventos pelo ponto de vista do assassino. Na trama, um grupo de adolescentes desperta acidentalmente um cadáver vingativo, e o terror se desenrola em ritmo lento e implacável.
O longa canadense mistura violência gráfica e reflexão sobre o próprio gênero. Há humor sutil, crítica e um clima quase onírico que transforma cada cena em algo desconcertante. Disponível no Telecine, o filme pode ser assistido iniciando o período de teste gratuito pelo Prime Video.

Crimes do Futuro (MUBI)
David Cronenberg retorna às origens do body horror com Crimes do Futuro, um mergulho em um mundo onde o corpo humano se torna palco de mutações e performances bizarras. A história segue um artista que transforma suas próprias cirurgias em espetáculos públicos, questionando os limites da arte e da evolução.
O filme é grotesco e hipnótico, construindo um universo onde dor e prazer se confundem. Com Viggo Mortensen, Léa Seydoux e Kristen Stewart, o longa reafirma Cronenberg como mestre do desconforto. Disponível na MUBI, é uma experiência visual e filosófica que permanece na mente muito tempo depois dos créditos.

