Que pena!

5 motivos pelos quais Uma Batalha Após a Outra fracassou nas bilheterias

Por um lado, o desempenho do novo filme de DiCaprio já era de se esperar; entenda

Uma Batalha Após a Outra
Uma Batalha Após a Outra

Nem mesmo a alta aprovação da crítica ajudou Uma Batalha Após a Outra a bombar nas bilheterias. Apesar de ter ficado no primeiro lugar neste fim de semana nos Estados Unidos e arrecadado US$ 22 milhões, esse número ainda é muito abaixo das expectativas.

Do diretor Paul Thomas Anderson, o filme é inspirado livremente no romance Vineland, de Thomas Pynchon e acompanha Bob (Leonardo DiCarpio), um revolucionário decadente, paranoico e que vive isolado com sua filha, Willa (Chase Infiniti). Quando seu inimigo (Sean Penn) reaparece após 16 anos, Willa desaparece, e Bob precisa se esforçar para encontrá-la.

Confira a seguir 5 motivos que explicam o fracasso de bilheteria de Uma Batalha Após a Outra.

1 – Orçamento enorme

O filme Uma Batalha Após a Outra enfrentou um grande problema logo de início: o orçamento. Produzido pela Warner Bros. com pelo menos US$ 130 milhões – podendo ter custado ainda mais – o valor nunca fez sentido diante das expectativas comerciais. Para comparação, o aclamado Christopher Nolan conseguiu fazer de Oppenheimer um grande sucesso com apenas US$ 100 milhões. Até mesmo Pecadores, que teve uma estreia doméstica melhor com US$ 48 milhões, foi feito com um orçamento menor, de US$ 90 milhões.

Já o filme de PTA estreou com apenas US$ 48 milhões no mundo todo, números muito abaixo do necessário para justificar um investimento tão alto.

Apesar disso, o filme foi aclamado pela crítica, recebeu nota máxima em algumas análises e conquistou um A no CinemaScore, indicando aprovação do público. Mesmo assim, as projeções apontam que dificilmente passará dos US$ 250 milhões globais – um bom desempenho para um drama adulto com classificação +16, mas um desastre financeiro para uma produção que exigiu orçamento de blockbuster.

O diretor Paul Thomas Anderson

2 – Paul Thomas Anderson não é um grande diretor comercial

É inegável que Anderson tem um grande talento e, ao longo dos anos, consolidou-se como um dos maiores cineastas da sua geração. Apesar disso, ele nunca foi um grande sucesso de bilheteria. Seu recorde anterior era de US$ 77 milhões mundiais, com Sangue Negro, ao final da exibição.

Mesmo com o prestígio, apostar US$ 130 milhões em sua nova produção foi uma estratégia de alto risco. A estreia doméstica de apenas US$ 22 milhões já classifica o filme como fracasso financeiro, algo que seria impensável para um blockbuster tradicional.

3 – Leonardo DiCaprio ainda é estrela, mas atualmente não é garantia de alta bilheteria

Leonardo DiCaprio continua sendo um dos maiores astros de Hollywood, mas seu poder de atrair multidões para os cinemas já não é o mesmo de antes. Sucessos como Titanic e A Origem marcaram sua carreira, mas na era pós-pandemia, seus filmes têm estreado em patamares bem mais modestos. Assassinos da Lua das Flores estreou com US$ 23 milhões nos Estados Unidos – número parecido com o de Uma Batalha Após a Outra, mas bem distante do auge de sua força comercial.

A Warner Bros. apostou pesado no novo filme justamente por ser estrelado por DiCaprio, acreditando que sua presença poderia sustentar um orçamento de US$ 130 milhões. No entanto, o ator já não é um “ímã de bilheteria” como Tom Cruise ou Dwayne Johnson. Ele ainda agrega valor artístico e garante interesse da crítica, mas não consegue sozinho justificar apostas tão altas em projetos de nicho. Se até DiCaprio não conseguiu transformar o longa em um sucesso de público, dificilmente outro ator conseguiria.

4 – Bilheterias internacionais não salvam mais grandes produções

No passado, a arrecadação internacional podia compensar estreias modestas nos Estados Unidos. Filmes como As Aventuras de Pi conseguiram grande sucesso mundial, com quase 80% do faturamento vindo de fora dos EUA. Hoje, no entanto, esse apoio externo não é mais garantido. A bilheteria global ainda não se recuperou da pandemia, e mercados estrangeiros, incluindo China, Rússia e Ucrânia, têm exibido menos filmes de Hollywood e gerado menos receita.

Para Uma Batalha Após a Outra, isso significa que o lucro internacional dificilmente cobrirá o baixo desempenho nos EUA. A expectativa é que a divisão de faturamento fique próxima de 50/50 entre América do Norte e o resto do mundo, um cenário que não ajuda a evitar que o filme seja considerado um fracasso comercial.

5 – Uma Batalha Após a Outra não conseguiu se tornar um grande evento cinematográfico

Atualmente, filmes de grande orçamento só viram sucessos de bilheteria quando conseguem se tornar eventos cinematográficos imperdíveis, como Barbie, Pecadores e Wicked. Apesar da Warner Bros. investir em formatos premium como IMAX e VistaVision, Uma Batalha Após a Outra não conseguiu gerar esse impacto junto ao público médio e estreou abaixo de filmes de porte menor, como O Contador 2 e A Bailarina.

No comparativo com lançamentos recentes de grande orçamento, o desempenho do filme lembra o fracasso de Mickey 17, de Bong Joon-ho, que também não conseguiu recuperar seu investimento.

Embora Uma Batalha Após a Outra possa ser valorizado em premiações ou em streaming, na bilheteria tradicional ele não atingiu o status de evento esperado, mostrando que, atualmente, qualidade não garante sucesso financeiro.

Uma Batalha Após a Outra está em cartaz nos cinemas.