Crítica

Crítica: 5º episódio de One Punch Man mostra decadência do anime

Animação segue instável

Crítica: 5º episódio de One Punch Man mostra decadência do anime

Existe um tipo de esperança que só fãs de One Punch Man entendem. Aquela teimosia que faz a gente dar “play” toda semana acreditando que, dessa vez, o anime vai voltar a ser o que já foi.

O episódio 5 da 3ª temporada até começa alimentando essa ilusão, e por alguns minutos, parece que vai dar certo. As lutas são intensas, os personagens se movem, e há uma fagulha de energia. Mas o brilho dura pouco. Quando o episódio acaba, o sentimento é o mesmo de sempre: mais um capítulo que promete muito e entrega pouco.

Garou começa sua caçada

A morte do Estripador até é intensa, mas a animação não acompanha. Ainda assim, é um começo promissor, com um Garou cada vez mais monstruoso. Dá pra sentir a transição dele: já não é mais um caçador de heróis, é algo além disso, algo incontrolável.

Logo em seguida, Garou enfrenta o Overgrown Rover, o enorme cão dragão-nível que guarda o subterrâneo da Associação. A cena é imponente, o monstro possui rajadas de energia, destrói paredes, e por um instante parece que o anime vai entregar uma sequência BOA. Mas o potencial logo se perde em cortes frenéticos e falta de continuidade.

Garou tenta reagir, pula entre destroços e devolve golpes, até ser lançado com violência para o fundo da Associação.

Gyoro Gyoro e o falso clímax da estratégia

Após sobreviver à queda, Garou encontra Gyoro Gyoro, o cérebro por trás da Associação de Monstros, aquele vilão que manipula as batalhas. O embate entre os dois promete ser diferente: mais psicológico, mais tenso, com diálogo e provocação. Gyoro Gyoro tenta submeter Garou, testando sua lealdade e oferecendo poder.

Mas a cena, que poderia ser um ponto alto narrativo, sofre do mesmo mal do resto do episódio: pressa e desequilíbrio. O diálogo se apressa, a tensão não se constrói, e logo tudo se resolve em mais destruição.

O duelo com Orochi

O grande clímax vem com o duelo entre Garou e Orochi, o líder supremo da Associação. A primeira troca de golpes é intensa. Por um instante, a trilha sonora sobe, a coreografia flui, e o anime parece encontrar o velho brilho de One Punch Man.

Mas o encanto quebra rápido. Os movimentos ficam travados, o impacto dos socos desaparece, e as transições entre os quadros viram um desafio. O espectador quer se empolgar, mas a animação não deixa. Até o próprio ritmo da luta parece cansado, como se os personagens estivessem lutando dentro de um PowerPoint.

Enquanto isso, Saitama continua isolado em um humor paralelo, isolado à carnificina. A escolha é engraçada no mangá, mas no anime parece deslocada. O contraste poderia ser genial, mas, parece um lembrete de que o herói principal virou coadjuvante na própria série.

One Punch Man está disponível na Netflix.