A sensação é imediata: enfim algo aconteceu. Após dois episódios que mais pareciam aquecimento, One Punch Man Temporada 3 finalmente coloca peças em movimento no episódio 3 e, mais importante, relembra por que Garou é um dos personagens mais fascinantes do anime.
Aqui, a história acelera, monstros ganham propósito, e a ideia de “romper limites” retorna. É aquele tipo de capítulo que parece dizer: agora sim, começou.

A cicatriz de Zombieman e uma verdade incômoda
A conversa entre Zombieman e Dr. Genus pode parecer deslocada à primeira vista, mas ela carrega algo valioso para quem acompanha One Punch Man desde o início. A ideia de que Saitama não é resultado de experiência, destino ou acaso, mas de esforço absurdo, continua sendo um dos pilares mais estranhos do anime.
Zombieman, um “milagre” criado em laboratório, confronta o homem que moldou sua existência. E a resposta é quase anticlimática: o limite foi quebrado por alguém que simplesmente… continuou.
Ao mesmo tempo, é um desvio de direção, que não conversa com o restante do episódio, e isso pesa no ritmo. Ainda assim, é uma semente plantada, claramente pensada para germinar depois.

Garou contra o mundo (de novo)
A luta contra King, o Estripador, e Deus-Inseto é rápida, explosiva e cruel. A coreografia da J.C. Staff surpreende fluida, elétrica, com impacto. E quando o golpe pelas costas acontece, é impossível não sentir o corpo encolher junto.
O detalhe é que, mesmo espancado, Garou ainda age por impulso moral: proteger o garoto. É o herói mais anti-herói do anime, e talvez o mais humano de todos ali. Mas o problema permanece: mesmo numa luta curta, os stills prolongados quebram a imersão. Esse é um fantasma da temporada anterior que ainda não foi exorcizado.

O ninho dos monstros e o nascimento da guerra
O tempo gasto no covil da Associação de Monstros é um acerto. Pela primeira vez, eles não são apenas criaturas feitas para serem mortas pelos heróis. Existem hierarquias, personalidades, rivalidades e um objetivo claro: derrubar cada herói da Classe S.
O embate de treino entre dois monstros humanoides é breve, mas mostra que a animação pode subir de nível quando realmente tenta. A temporada parece testar respirações, como quem se prepara para correr maratona.

Saitama ainda não se encaixou
Enquanto tudo isso acontece, Saitama está… vivendo. Comer carne, reclamar de casa cheia, ser interrompido por Fubuki. A piada é a mesma de sempre, e embora funcione conceitualmente (o cara que derrota qualquer inimigo sem esforço não pode ser protagonista constante), o humor aqui não acerta o tempo.
Mas é Saitama. A gente segue amando mesmo assim.
One Punch Man está disponível na Netflix.

