
Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito chegou aos cinemas com a promessa de abrir o arco final da saga em grande estilo. É o primeiro de três filmes que vão encerrar a história, e já adianto: o espetáculo visual impressiona, mas o jeito como a narrativa foi montada vai dividir opiniões.
O impacto das lutas que valem o ingresso
A Ufotable mais uma vez entrega um show visual que beira o inacreditável. A luta de Tanjiro Kamado e o Hashira da Água, Giyu Tomioka, contra Akaza, a Lua Superior 3, é simplesmente brutal, com direito a movimentos de câmera que deixam a gente sem fôlego.
Paralelo a isso, a Hashira do Inseto, Shinobu Kocho, encara Dōma, a Lua Superior 2, num embate sufocante, cheio de tensão. Esses dois duelos são o coração do filme e a prova de que Demon Slayer sabe como emocionar no cinema.
O “novo” que mexe com a experiência
Um dos grandes atrativos do filme é que ele traz cenas inéditas em relação ao mangá. O destaque fica para o passado de Akaza, que ganha camadas dramáticas inesperadas.
Esse extra é um presente para os fãs e ajuda a compreender melhor a mente do vilão. Só que alongar demais esse tipo de material acaba puxando o freio de mão do ritmo. É bonito, é tocante, mas também pode cansar quem só queria ver a espadas cortando demónios na tela.
O ritmo de série dentro do cinema
E aqui está o ponto que pode incomodar: o filme tem cara de episódios costurados. São 155 minutos com pausas que lembram ganchos de anime, transições que quebram a adrenalina e até flashbacks longos que tiram um pouco do fôlego da ação.
O público mais empolgado por pancadaria sem respiro pode sair com a sensação de que a trama anda em círculos em alguns momentos. Ao mesmo tempo, esse formato dá peso cinematográfico a cada duelo, como se cada luta fosse um mini clímax. Funciona, mas exige paciência.
Quem brilha e quem some
O filme deixa claro de cara quais duelos merecem holofote. Tanjiro Kamado e Giyu Tomioka são o coração da trama. Tanjiro, no impulso e na garra, encontra em Giyu o equilíbrio perfeito de calma e técnica. Os dois juntos transformam o confronto em um espetáculo que segura a atenção do público do início ao fim.
No outro eixo, a Hashira do Inseto rouba a cena ao enfrentar Dōma. Pequena, serena e precisa, ela encara a crueldade quase divina de Dōma num combate que vai além da coreografia. É psicológico, sufocante, e mostra como Demon Slayer sabe mexer com a tensão do público sem depender apenas do impacto visual.
Enquanto isso, outros personagens ficam claramente de lado. Inosuke aparece pouco e sem peso narrativo e até o grande vilão, Muzan Kibutsuji, é mais uma sombra rondando o castelo do que um antagonista.
Veredito
Castelo Infinito é um espetáculo de cores, movimento e emoção. As lutas principais são de encher os olhos e já entram para o hall dos melhores momentos da franquia. O público sai do cinema com a sensação de ter visto algo grandioso, do tipo que só Demon Slayer consegue entregar.
Mas também é verdade que o filme sofre com o ritmo. Os 155 minutos poderiam ser mais dinâmicos. Os flashbacks de Akaza trazem emoção, sim, mas alongam demais a narrativa e quebram a adrenalina.
No fim, o saldo é positivo: um início arrebatador de trilogia, que emociona e impressiona, mas exige paciência. É aquele primeiro ato que prepara o terreno, e deixa claro que o melhor ainda está por vir.
Nota: 9/10.
Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito está disponível exclusivamente nos cinemas.