The Vampire Diaries, que está no Prime Video e Max, segue a tradição de muitas séries adolescentes que o precederam, misturando romance, mistério e elementos sobrenaturais. Criado por Kevin Williamson, roteirista de Pânico e Dawson’s Creek, em parceria com Julie Plec, o drama de vampiros rapidamente conquistou seu espaço no gênero. Desde o início, a série se destacou ao equilibrar horror, romance e as típicas tramas do ensino médio, oferecendo uma narrativa envolvente para o público jovem.
As primeiras temporadas dispararam em todos os cilindros, entregando uma história intensa e repleta de reviravoltas. A química entre os protagonistas, os irmãos vampiros Damon e Stefan Salvatore, foi um dos grandes atrativos da trama, assim como as performances marcantes de Candice King e Kat Graham nos papéis de Caroline e Bonnie. Com oito temporadas no total, The Vampire Diaries deixou uma marca duradoura na cultura pop e gerou dois spin-offs de sucesso, The Originals e Legacies, expandindo ainda mais o universo sobrenatural da franquia.
No entanto, nem todos os anos foram gloriosos. Com o tempo, a série sofreu com algumas inconsistências narrativas e a saída de personagens importantes, o que impactou sua qualidade geral. Embora o carisma do elenco tenha sustentado boa parte do enredo, alguns personagens acabaram não correspondendo às expectativas do público. As mudanças drásticas na dinâmica da história e certas decisões criativas dividiram os fãs, especialmente nas últimas temporadas.
Ao reassistir a série, algumas falhas se tornam mais evidentes. Certos personagens que inicialmente conquistaram o público passaram a causar frustração com suas decisões e arcos pouco desenvolvidos. Mesmo assim, The Vampire Diaries permanece como um marco do gênero, com momentos inesquecíveis e uma base de fãs fiel que continua a celebrar seu legado.
Matt Donovan durou muito tempo
Como um dos poucos personagens que nunca se envolve diretamente com o mundo sobrenatural, Matt Donovan oferece uma perspectiva única em The Vampire Diaries. Inicialmente apresentado como o primeiro namorado de Elena, ele ainda nutre sentimentos por ela após a morte de seus pais e ao longo de seu relacionamento com Stefan. No entanto, como um típico “namorado da primeira temporada”, sua relevância rapidamente se esgota.
Embora sua dinâmica com Caroline acrescente um certo drama romântico, a partir da terceira temporada seu arco se torna cada vez mais limitado. Sua principal característica passa a ser o luto por sua irmã, Vicki, quando não está assumindo o papel de opositor ferrenho de tudo relacionado a vampiros.
Matt tinha um grande potencial no início da série. Um estudante do ensino médio abandonado por ambos os pais, forçado a se virar sozinho, ele poderia ter sido um dos personagens mais complexos da trama. No entanto, sua realidade difícil é constantemente ofuscada pelos dilemas amorosos de Elena.
Mesmo sem ter nada de verdadeiramente impactante para acrescentar, ele inexplicavelmente permanece até o final da série. Suas tramas são repetitivas, e sua postura inflexível contra os vampiros rapidamente se torna cansativa.
Valerie foi uma história desperdida
Uma das temporadas menos apreciadas de The Vampire Diaries é aquela que se segue à saída de Nina Dobrev, marcada pela revolta dos Hereges. Esses vampiros com habilidades mágicas tinham um grande potencial inicial, especialmente com a introdução do conceito de sifão mágico, permitindo que vampiros manipulassem magia – uma ideia intrigante. No entanto, toda essa trama foi prejudicada pela recontagem do passado romântico de Stefan.
Descobre-se que Katherine não foi o primeiro amor de sua vida. Essa honra, na verdade, pertence a Valerie, uma bruxa enviada por sua mãe, Lily, para vigiá-lo. Os dois se apaixonam e até concebem um filho antes que Valerie seja transformada em vampira. A saída de Elena da série deixou um vazio romântico na vida de Stefan, que Valerie tentou preencher. Embora os dois retomem o relacionamento, a série nunca se compromete totalmente com essa história, levando a uma nova separação. No fim, Stefan acaba com uma opção ainda pior: Caroline.
Além disso, os conflitos internos entre os Hereges tornam-se cansativos, e Valerie assume um papel central com sua busca por vingança contra Julian. O enredo se desgasta ainda mais com a introdução de toda uma nova família de personagens, tornando a narrativa arrastada e frustrante.
Liv nunca ganha sua morte na 6ª temporada
A introdução do Gemini Coven é um dos elementos mais intrigantes da mitologia de The Vampire Diaries, mas Liv Parker não consegue sustentar esse enredo. Embora a revelação de que ela é irmã de Kai Parker seja surpreendente, sua personagem nunca se torna realmente querida pelo público. A série tenta forçar um relacionamento com Tyler, aparentemente porque ele não tem outras opções românticas. No entanto, é difícil entender por que esses dois gostam um do outro, já que estão constantemente em conflito.
Essa caracterização contrasta fortemente com seu irmão gêmeo, Luke, que se mostra admirável e altruísta. Seu sacrifício para salvar Liv ao fundir-se com Kai é um desperdício de um personagem que era, de longe, o melhor dos gêmeos. Pior ainda, Liv nunca demonstra ter merecido esse sacrifício, nem gera simpatia suficiente para tornar sua morte impactante quando Kai ataca novamente.
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Além disso, sua satisfação em ver Bonnie indefesa e sua função quase secundária como interesse romântico de Tyler acabam prejudicando sua construção como personagem, tornando-a pouco cativante aos olhos do público.
Liam foi uma distração óbvia
Se Liam tivesse sido introduzido mais cedo em The Vampire Diaries como um verdadeiro candidato ao coração de Elena, sua trajetória na série poderia ter sido diferente. No entanto, desde o início, sua dinâmica com ela é marcada pelo atrito, devido à sua personalidade excessivamente confiante e pretensiosa. Ele poderia ter sido um interesse amoroso plausível na fase universitária de Elena, não fosse pelo grande obstáculo em seu caminho: Damon.
A única razão pela qual Elena sequer considera Liam é porque apagou todas as suas memórias de Damon após sua suposta morte. No entanto, os espectadores sabem que Damon está vivo, o que significa que Liam nunca teve uma chance real com ela. Sua presença na série se resume a um mero obstáculo temporário para manter Damon e Elena separados.
Nenhum fã realmente via Liam como o “fim do jogo” para Elena. Se ela não terminasse com Damon, Stefan seria uma escolha muito mais provável, tornando a existência de Liam ainda mais irrelevante. Além disso, ele passa toda a sua participação na série alheio à existência dos vampiros, incapaz de competir com o inevitável retorno de Damon. No fim, Liam parecia pertencer a uma série diferente, e sua presença apenas arrastou a narrativa sem adicionar nada de significativo.
Tripp Cooke rapidamente desastou suas boas-vindas
O tempo de Tripp em The Vampire Diaries foi curto, tornando seu papel praticamente irrelevante. Introduzido tardiamente, quando os personagens principais já estavam na faculdade, ele atua como uma espécie de mentor para Matt, que segue sem um rumo definido. Enquanto seus amigos optam pela vida universitária, Matt se torna um barman sem grandes perspectivas, até acabar no departamento do xerife. É lá que ele conhece Tripp, um homem plenamente ciente da existência dos vampiros e determinado a erradicá-los.
Tripp alimenta o ressentimento de Matt contra os vampiros, ignorando que nem todos são vilões. Sua cruzada vai tão longe que ele chega a sequestrar Enzo com a intenção de queimá-lo ao sol. No entanto, Tripp não passa de um humano comum, sem força suficiente para ser um verdadeiro adversário do grupo. Sua guerra contra os vampiros é movida mais pelo preconceito do que por qualquer justificativa real, mas seu impacto sobre Matt se estende por toda a série. Ele é o grande responsável por transformar Matt em um obstáculo constante para os vampiros que, ironicamente, estão sempre tentando salvar a cidade.
Nadia é uma complicação que nunca é conquistada
O maior legado de Nadia Petrova em The Vampire Diaries foi a introdução de uma nova facção de usuários de magia. Ela surge como parte do grupo dos Viajantes, que se diferenciam das bruxas tradicionais. Usando esse poder, Nadia chega a tomar o controle do corpo de Matt para seus próprios propósitos. No entanto, quando sua verdadeira motivação é revelada, sua presença na trama começa a perder sentido.
Descobre-se que Nadia é a filha de Katherine, a bebê arrancada dela antes de sua transformação em vampira. Em sua busca incansável pela mãe, ela se torna vampira e passa séculos seguindo o rastro de Katherine. Apesar da relutância inicial, Katherine eventualmente aceita sua filha, dando à história um tom mais sentimental.
Porém, essa reviravolta acaba enfraquecendo dois elementos centrais da série. Primeiro, ela complica a mitologia dos doppelgängers, pois Elena supostamente deveria ser uma descendente direta de Katherine, e vampiros, como se sabe, não podem ter filhos. Além disso, transformar a impiedosa e calculista Katherine em uma mãe atormentada compromete o que a torna tão fascinante. Sua força sempre esteve em sua frieza e instinto de sobrevivência, características que são diluídas ao explorar essa vulnerabilidade emocional. No fim, a busca de Nadia por sua mãe tornou a trama arrastada e privou Katherine do que a tornava tão única em relação a Elena.
Sarah Salvatore não conseguiu causar impacto
Para um personagem que Stefan se esforçou tanto para proteger, Sarah Salvatore tem um impacto surpreendentemente pequeno na trama de The Vampire Diaries. Filha de Zach Salvatore e Gail, Sarah foi escondida de Damon desde o nascimento, pois ele acreditava ter matado mãe e filha nos anos 90. No entanto, Stefan a salvou em segredo, garantindo que ela crescesse longe do mundo dos vampiros. Embora essa decisão demonstre a compaixão de Stefan, a presença de Sarah pouco acrescenta à narrativa da série.
Quando sua existência vem à tona, Sarah é constantemente colocada em situações em que precisa ser resgatada por estar ligada aos Salvatores. Aparecendo esporadicamente ao longo da série, ela acaba servindo apenas para aumentar o peso da culpa de Damon por seus erros do passado. No fim, sua história é abruptamente encerrada quando Sybil a mata, tornando todo o seu arco narrativo praticamente irrelevante.
Qetsiyah é um estereótipo feminino
Qetsiyah é uma figura lendária em The Vampire Diaries, reverenciada por sua magia muito antes de os espectadores a verem em cena. Presumivelmente a primeira a criar a imortalidade, ela pretendia compartilhá-la com seu futuro marido, Silas. No entanto, no dia do casamento, descobre que foi traída — Silas planejava fugir com Amara, seu verdadeiro amor. Em resposta, Qetsiyah o amaldiçoa a uma vida imortal sem Amara, garantindo que ele nunca encontrasse paz. Sua raiva é compreensível, mas quando finalmente aparece em carne e osso, sua presença na série é uma grande decepção.
Para uma bruxa tão poderosa, Qetsiyah deveria representar uma ameaça real, mas sua influência mal passa de um contratempo na trama. Além disso, sua motivação é reduzida a um estereótipo prejudicial. Depois de mil anos punindo Silas, ela ainda não consegue superá-lo, a ponto de impedir que ele fique com Amara até mesmo na vida após a morte. Em vez de uma antagonista formidável, Qetsiyah se torna um arquétipo raso da “ex-namorada vingativa”, sem profundidade suficiente para ser uma vilã memorável. Mal aproveitada desde sua introdução, ela nunca se estabelece como uma verdadeira força na narrativa.
