O desfecho de Dia Zero deixou muitas perguntas no ar, especialmente sobre as motivações por trás do ataque que desencadeou o caos na narrativa. A série da Netflix, estrelada por Robert De Niro, explorou o impacto de uma crise cibernética e a linha entre certo e errado é muito tênue em certas situações.
O protagonista, o ex-presidente George Mullen, interpretado por De Niro, passa boa parte da trama tentando desvendar a verdade por trás do ataque, lidando com desinformação e seus próprios demônios internos. Quando a revelação é feita, o público se depara com um complô envolvendo figuras influentes do governo, incluindo sua própria filha, Alex.
O choque desse desfecho levanta questões sobre as verdadeiras intenções dos antagonistas e como suas ações são justificadas dentro de sua própria lógica.
As verdadeiras motivações por trás do ataque
Eric Newman, criador da série, explicou em entrevista ao Tudum que o ataque cibernético em Dia Zero não foi motivado por vingança ou lucro, mas sim por uma tentativa de “melhorar o mundo”. Segundo ele, muitas das piores iniciativas da história tiveram início com boas intenções, mas falharam na execução moralmente questionável. Esse foi o caso de Alex e do presidente da Câmara, Richard Dreyer, que acreditavam estar fazendo o necessário para corrigir os rumos do país.
Newman também revelou que os atores Lizzy Caplan e Matthew Modine, que interpretam Alex e Dreyer, foram informados sobre a reviravolta ainda no processo de escalação. Isso permitiu que suas atuações fossem sutis o suficiente para não entregar o mistério antes da hora, mas também convincentes quando vistas sob um novo olhar após a revelação.
Lizzy Caplan destacou que, apesar de sua personagem estar no centro do plano, Alex não se via como uma vilã. Para ela, o ataque foi um meio necessário para restaurar a ordem do país. A produção reforça que nem sempre as questões políticas e sociais podem ser reduzidas a simples dicotomias entre bem e mal.
Outro aspecto importante do ataque em Dia Zero é como ele reflete a polarização dentro do governo e da sociedade. Schmidt ressaltou que vivemos em uma era onde “os fatos não são universalmente aceitos”, com diferentes grupos vivendo em realidades completamente opostas. Isso influencia tanto a reação do público quanto a resposta governamental a crises desse tipo.
A série também trabalha com a ideia de que nem sempre existe um vilão claro. Até mesmo George Mullen é colocado diante de dilemas morais complexos ao final da trama, especialmente quando o atual presidente Mitchell sugere encobrir a verdade e jogar a culpa na bilionária da tecnologia Monica Kidder. O protagonista precisa decidir entre proteger sua família ou expor a realidade ao público, mesmo que isso possa desestabilizar o país ainda mais.
Um final que deixa perguntas no ar
O desfecho de Dia Zero evita dar respostas definitivas. Em vez disso, a série propõe reflexões sobre o peso da verdade e as consequências de escondê-la. A experiência de Mullen é marcada por alucinações recorrentes, o que coloca até mesmo sua própria perspectiva sobre os acontecimentos em cheque.
No fim, a mensagem de Dia Zero é clara: por mais que as intenções possam parecer justificáveis, os meios nunca devem ser ignorados. A série propõe um olhar crítico sobre o que significa proteger uma nação e quais são os limites aceitáveis para isso.