Desde a trágica morte de Paul Walker em 2013, a franquia Velozes e Furiosos nunca mais foi a mesma. Brian O’Conner, interpretado pelo ator, era um dos pilares da saga e sua ausência deixou um vazio difícil de preencher. A solução? Criar novos personagens que, de alguma forma, ocupassem esse espaço. Mas será que funcionou?
Scott Eastwood foi introduzido como Pequeno Ninguém em Velozes e Furiosos 8, claramente posicionado como um substituto para Brian. Ele tinha um estilo semelhante de direção, interagia com Roman Pearce de forma parecida e ainda trazia a mesma bússola moral que equilibrava a impulsividade de Toretto. Mas o resultado não foi o esperado. O personagem nunca conquistou os fãs e acabou sendo mais um problema do que uma solução.
Muitos dos problemas de Velozes e Furiosos começaram com a introdução da Agência em Velozes e Furiosos 7. O que antes era uma saga sobre rachas, crimes de rua e disputas entre gangues, foi transformado em uma narrativa de espionagem internacional e terrorismo global. Essa mudança trouxe benefícios, como cenas de ação grandiosas e bilheterias ainda mais altas, mas também afastou a saga de suas raízes.
A Agência passou a ser um recurso conveniente para justificar qualquer avanço na história. Era ela quem fornecia tecnologia de ponta, veículos impossíveis e missões que mais pareciam saídas de filmes de super-heróis. Com isso, os personagens ganharam um nível de poder exagerado e as histórias se tornaram cada vez mais irreais. Sr. Ninguém, interpretado por Kurt Russell, foi o rosto dessa organização. Com seu jeito enigmático, ele funcionava como um facilitador, sempre aparecendo com uma solução mirabolante para qualquer problema. Quando o personagem não foi mais necessário, a franquia simplesmente o deixou de lado, sem qualquer explicação convincente.
Embora Velozes e Furiosos 8 tenha tentado dar alguma identidade para Little Nobody, sua participação nunca passou de um artifício narrativo. Ele aparecia quando era conveniente e desaparecia quando o roteiro não tinha mais utilidade para ele. Seu maior problema foi a falta de conexão emocional com o público. Brian O’Conner era carismático e tinha uma história de crescimento e redenção, o que tornava sua jornada interessante. Já Pequeno Ninguém foi introduzido sem um background envolvente e sem grandes motivações. Ele simplesmente existia para suprir uma necessidade do roteiro.
Quando Velozes e Furiosos 9 chegou aos cinemas, Little Nobody nem sequer apareceu. A justificativa foi de que ele continuava operando nos bastidores, mas, na prática, sua ausência passou despercebida.