Entenda

Final explicado de Como um Relâmpago: Garfield poderia ter sobrevivido?

Série histórica da Netflix revisita a ascensão e o assassinato do presidente James Garfield

Final explicado de Como um Relâmpago: Garfield poderia ter sobrevivido?

A série Como um Relâmpago, da Netflix, é um drama histórico que retrata um episódio trágico da política norte-americana do início da década de 1880. A narrativa acompanha dois personagens interligados: o congressista James Garfield, que se torna o 20º presidente dos Estados Unidos sem jamais ter buscado o cargo, e Charles Guiteau, um advogado fracassado cuja obsessão com o presidente leva a uma tragédia nacional.

A ascensão de James Garfield

A história começa em 1880, quando Garfield, senador estadual de Ohio, viaja a Washington para apoiar a candidatura de John Sherman à indicação republicana. Durante a convenção, Garfield faz um discurso inflamado contra a corrupção, defendendo reformas políticas. No entanto, sua fala acaba o tornando o centro das atenções, e, após várias rodadas de votação, ele é inesperadamente indicado pelo partido, vencendo Ulysses Grant e James Blaine.

Relutante, Garfield aceita o desafio e promete conduzir seu mandato com integridade e foco em combater a corrupção. Paralelamente, Guiteau, frustrado por seus fracassos profissionais e tomado por delírios de grandeza, convence-se de que teve papel decisivo na vitória de Garfield e começa a persegui-lo em busca de reconhecimento e poder.

A queda do presidente

Meses após a eleição, Garfield é baleado por Guiteau em uma estação de trem, em 2 de julho de 1881. O presidente é atingido duas vezes, uma bala perfura o braço e outra o peito. Apesar de sobreviver inicialmente, Garfield é tratado pelo médico Dr. Bliss, que insiste em localizar o projétil sem utilizar instrumentos esterilizados. A falta de assepsia leva o presidente a desenvolver uma infecção generalizada.

Garfield morre semanas depois, em Monmouth, ao lado da esposa. Uma autópsia posterior revela que o ferimento não era fatal e que ele poderia ter sobrevivido se o projétil tivesse sido deixado onde estava. Sua morte foi causada por septicemia, resultado direto de procedimentos médicos incorretos.

A loucura de Charles Guiteau

Após o assassinato, Guiteau acredita ter cumprido uma missão divina. Ele convence a si mesmo de que salvará o país ao eliminar um presidente “inadequado”. Durante o julgamento, exibe comportamento delirante, afirmando ter o apoio do povo e planejando publicar um livro sobre sua vida. No entanto, ele é condenado e enforcado em 1882, percebendo a gravidade de seus atos apenas nos instantes finais.

Chester Arthur e o legado de Garfield

Com a morte do presidente, o vice Chester Arthur assume o cargo. Inicialmente visto como um político corrupto ligado ao senador Roscoe Conkling, Arthur passa por uma transformação após testemunhar o colapso moral do sistema que o sustentava. Decidido a honrar o legado de Garfield, ele adota uma postura reformista e dedica seu mandato ao combate à corrupção – uma virada inesperada para um político antes associado à velha máquina partidária.

O fim de James Blaine e a reforma política

James Blaine, secretário de Estado e aliado de Garfield, tenta manter vivas as ideias de reforma. Contudo, sua própria carreira é marcada por escândalos e instabilidade, o que o impede de consolidar poder. Embora chegue a ser cotado como candidato republicano nas eleições seguintes, não consegue vencer, encerrando um ciclo de 24 anos de domínio do partido.

Por que Crete visita Guiteau na prisão?

Um dos momentos mais impactantes da série acontece no final, quando Crete, a viúva de Garfield, visita Guiteau na prisão antes de sua execução. Ela não o procura para perdoá-lo, mas para garantir que ele seja esquecido pela história.

Crete revela que mandou impedir a publicação do livro que Guiteau tanto desejava lançar. Sem seu “legado literário” e sem reconhecimento, o assassino do presidente é condenado não apenas à morte, mas ao esquecimento.

Como um Relâmpago está disponível na Netflix.