Análise

Crítica: Nem Garou consegue salvar o 4º episódio de One Punch Man

One Punch Man 3x04: Garou busca salvar o episódio que o J.C. Staff estragou

Crítica: Nem Garou consegue salvar o 4º episódio de One Punch Man

AVISO: Essa crítica contém spoilers diretos do episódio 4 da 3ª temporada.

Quem diria que One Punch Man, o anime que um dia foi sinônimo de excelência, se tornaria algo tão sem graça? O episódio 4 da terceira temporada chegou como uma promessa de redenção, mas entregou uma das experiências mais desanimadas. E olha que o padrão já vinha caindo faz tempo.

Garou tenta salvar o episódio

Enquanto assistia ao episódio 4 na Netflix, a sensação era clara: nada funciona como deveria. O ritmo é travado, a animação quase inexistente e o pouco movimento que aparece parece saído de um anime de orçamento inexistente. A J.C. Staff continua desperdiçando o que One Punch Man tem de mais precioso: a energia.

O único momento que ainda causou algum impacto é quando Garou finaliza King, o Estripador. É uma boa cena, intensa e até fiel ao espírito do personagem. Mas a direção simplesmente não consegue sustentar o peso do momento.

Tudo termina rápido demais, sem força, sem emoção, como se fosse só mais um take para “cumprir tabela”. Garou brilha, mas parece preso num anime que esqueceu o próprio propósito: fazer o público vibrar.

A animação é tão ruim que chega a distrair

É impossível ignorar o desastre visual. One Punch Man 3×04 parece feito às pressas, sem alma nem refinamento. As cenas de luta são cortadas, os movimentos são mecânicos, e até os enquadramentos passam a impressão de cansaço.

Em vez de movimento, temos estátuas falando e o estúdio parece ter decidido que “mudar o ângulo da câmera” é o mesmo que animar. E não é só a animação: a trilha sonora está completamente deslocada.

Músicas que deveriam intensificar a tensão se tornam aleatórias. Falta ritmo, falta sincronia, falta emoção. Tudo parece… mal montado. É triste dizer isso de um anime que já foi referência.

O jantar de Saitama é o símbolo da preguiça

O famoso hotpot com Saitama, Genos, King, Fubuki e Silver Fang poderia ter sido uma das melhores partes desse episódio. Uma chance de ver interação divertida entre personagens, com timing cômico e expressividade. Em vez disso, o que recebemos foi uma sequência travada, sem fluidez, quase um mangá com cores.

Lembra do duelo entre Saitama e o mosquito na primeira temporada? Era simples, mas genial, cada expressão, cada corte, tudo vibrava energia. Aqui, nem o vapor da panela se move. A direção transforma humor em tédio.

Genos tenta roubar a cena com suas broncas exageradas, mas a falta de movimento mata a piada. O timing some, a cena dura demais, e a transição entre quadros é digna de um slide show.

Nota: 4/10

Sendo sincero, esse episódio merece um 4/10. E olha que estou sendo generoso. A história anda, mas sem emoção. A ação aparece, mas sem impacto. A música toca, mas sem alma. É um amontoado de ideias boas mal executadas.

Falta brilho, falta confiança, falta ambição. Parece que o estúdio se contentou em entregar o mínimo, e nem isso tem funcionado direito. Ainda assim, parte de mim quer acreditar que dá para melhorar.

Garou continua sendo um personagem forte, a base da trama é interessante e o potencial está ali. Fica a esperança (ou teimosia) de que o episódio 5 acenda alguma fagulha.

One Punch Man está disponível na Netflix, com o 5º episódio da 3ª temporada marcado para 9 de novembro.