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Por que Harlan Coben: Lázaro não deve ter 2ª temporada

Autor e equipe criativa revelam os planos para a série

Por que Harlan Coben: Lázaro não deve ter 2ª temporada

A primeira temporada de Lázaro chegou ao fim deixando um grande gancho com o protagonista encontrando o próprio filho em cena de crime, segurando a arma do assassinato. É um quadro pensado para chocar e gerar conversa, então é natural que parte do público conclua que a série já está preparando terreno para a continuação.

A série é uma criação original de Harlan Coben ao lado de Danny Brocklehurst, e não adapta um livro anterior do autor. Desde o primeiro dia de desenvolvimento, segundo Coben, a proposta não era lançar uma trama que servisse apenas como preparação para uma segunda temporada.

O autor revelou que Lázaro nasceu para ser limitada, com início, meio e fim dentro dos seis episódios. A ideia é que o público termine a temporada entendendo quem fez o quê, por que fez e quais foram as consequências, sem depender de uma segunda leva de capítulos para amarrar as respostas.

Série foi criada como história completa

Ao longo dessa história, acompanhamos Joel “Laz” Lazarus, interpretado por Sam Claflin. Depois da morte do pai, Jonathan Lazarus, vivido por Bill Nighy, Joel volta para casa e começa a investigar uma sequência de mortes antigas. Ele acredita que está diante de um assassino em série e passa a se envolver tanto nos crimes quanto nos próprios surtos psicológicos, já que diz estar vendo e ouvindo os mortos.

No episódio final, descobrimos que o responsável pelos assassinatos dos pacientes Cassandra, Harry e Imogen era o próprio Jonathan, pai de Joel. O personagem não só matou como também manipulou provas, usou sua relação com a polícia para encobrir os crimes e ainda encenou versões alternativas para essas mortes.

Outro ponto importante é o caso Sutton, a irmã mais nova da família Lazarus. A morte dela, que marcou a família décadas antes da história atual, é finalmente explicada e atribuída a um colega de escola obcecado. Esse esclarecimento encerra a linha de dor que movia Jonathan e justifica a derrocada emocional do pai.

Produtores executivos reforçam que a intenção era concluir as tramas dentro da própria temporada, assim como foi feito, e afirmam que todas as respostas estão nesses seis episódios. A leitura interna da equipe é que a história se sustenta sozinha.

O gancho final não garante continuação

O último minuto da temporada mostra Joel entrando na casa de Laura e encontrando o próprio filho, Aidan, com uma foice ensanguentada. A cena implica que Aidan foi responsável não só pela possível morte de Laura, mas também pelo assassinato de Margot, assistente de Jonathan.

Apesar do gancho, os criadores tratam esse final como um recurso temático e não como obrigação de renovar. Coben explica que a série discute luto, herança emocional e repetição de padrões dentro da mesma família. O quadro final, portanto, serve como comentário sobre um ciclo que parece se repetir de geração em geração.

Existe ainda uma camada psicológica que a série deixa deliberadamente em aberto. Ao longo dos episódios, Joel acredita estar conversando com aparições, incluindo as vítimas do pai e o próprio Jonathan. No entanto, a temporada mostra que Jonathan gravava todas as sessões com seus pacientes e que Joel ouviu essas gravações. As falas desses “fantasmas” repetem exatamente o conteúdo dos áudios.

A equipe criativa afirma que não há consenso interno sobre se Joel realmente viu algo sobrenatural ou se entrou novamente em surto, como já havia acontecido no passado. Essa ambiguidade faz parte do pacote fechado da temporada e foi construída para continuar na cabeça do público depois do final, sem depender de novos capítulos.

O que existe hoje sobre uma possível 2ª temporada

Mesmo com todos os indícios, ainda não há confirmação oficial se a série recebrá mais episódios ou não. Até agora, o status é de que não existe confirmação de uma segunda temporada, e Lázaro continua classificada como minissérie.

Nicola Shindler, produtora, foi direta ao dizer que, para ela, o público deveria sair da série se sentindo concluído. Ela afirma que, se algum dia existir mais, isso seria “outra conversa”. Ou seja, só valeria voltar se houvesse uma nova história realmente adequada para aqueles personagens, e não apenas um prolongamento automático.

Harlan Coben vai na mesma linha. Ele diz que não pretende escrever uma temporada apenas para justificar outra. Segundo ele, ninguém na equipe quer manter uma série no ar só para ter mais episódios se a nova fase não alcançar, no mínimo, o mesmo nível da primeira temporada.

Além disso, nenhuma das séries em que Harlan Coben esteve envolvido teve segunda temporada. A lógica criativa dele sempre foi contar um caso específico e encerrá-lo.

Isso coloca Lázaro no mesmo modelo: série de crime com arco fechado, que até abre uma porta no final, mas não depende dessa porta para fazer sentido. O final já entrega as respostas essenciais sobre Jonathan, esclarece quem matou Sutton e explica por que Joel está em colapso, e isso deve ser o suficiente.

Lázaro está disponível no Prime Video.