Entenda

The Walking Dead: Daryl Dixon acaba de superar Game of Thrones em seu próprio jogo

A batalha em Solaz del Mar marca um novo patamar para a franquia

The Walking Dead - Daron Dixon
The Walking Dead – Daron Dixon

Ao longo de quinze anos, a franquia de The Walking Dead consolidou confrontos marcantes, mas quase sempre em escala contida, priorizando a sobrevivência cotidiana. Quando tentou expandir o escopo visual, nem sempre encontrou o formato certo.

Na nova fase do spin-off europeu, a série abre a temporada com Daryl e Carol tentando voltar para casa. Depois de uma passagem breve e tensa por Londres, a rota muda e a dupla vai parar nas costas da Espanha, e é lá que a produção ajusta a mira.

Um aprendizado após anos de tentativas

A comparação com grandes batalhas da TV não é nova. Em “Morning Star”, episódio da décima temporada de The Walking Dead, o confronto no Hilltop tentou imitar o estilo de Game of Thrones, com formações militares e armas medievais, mas o resultado destoou do contexto moderno da trama. Faltava identidade.

Desde então, a franquia buscava um formato próprio para cenas de guerra, algo que fosse fiel ao seu universo e ainda assim visualmente marcante. Em Daryl Dixon, essa combinação finalmente acontece. O ataque dos Primitivos a Solaz del Mar é caótico, imprevisível e humano, sem a artificialidade que marcou tentativas anteriores.

Os moradores usam o que têm à mão (ferramentas, armas velhas, estratégias improvisadas), enquanto o desespero toma conta. A sequência traduz a essência da franquia: o medo, a luta e o instinto de sobrevivência.

The Walking Dead - Daron Dixon

De Londres à Espanha, o terror retoma o centro

Antes do ataque, a passagem por Londres já havia preparado o terreno. A cidade destruída, silenciosa e tomada por mortos, devolve à série o clima de horror que o público sentia falta. Os zumbis voltam a ser uma ameaça real, surgindo de becos, ônibus abandonados e prédios tomados pela natureza.

Essa retomada do medo se mantém quando a história muda para Solaz del Mar. A batalha é intensa, mas sem perder a lógica: a direção foca em planos fechados, corpos em movimento e no pânico coletivo. Cada golpe, cada fuga, carrega o peso de quem luta apenas para sobreviver.

Enquanto o caos domina, o episódio também aproveita para desenvolver seus personagens. Daryl e Carol continuam sendo o centro emocional da série, equilibrando frieza e empatia, força e exaustão.

The Walking Dead - Daron Dixon

Por que a série enfim superou o padrão de Game of Thrones

A diferença é que Daryl Dixon não tenta copiar a grandiosidade de outras produções. Em vez disso, cria uma versão mais crua e contemporânea das grandes batalhas da televisão. A tensão é constante, a violência é prática e o perigo parece palpável.

A cena evita heroísmos exagerados e se apoia na naturalidade dos acontecimentos. Cada decisão parece espontânea, fruto da necessidade. Essa simplicidade torna o confronto mais envolvente e coerente com o espírito da franquia.

A batalha também resgata o papel dos zumbis, que voltam a influenciar o rumo dos eventos em vez de servirem apenas como pano de fundo. Eles são usados como armas, obstáculos e símbolos do caos que o mundo ainda carrega.

A franquia em sua melhor forma

A terceira temporada de Daryl Dixon mostra que ainda há fôlego no universo de The Walking Dead. O episódio em Solaz del Mar une espetáculo e urgência, emoção e brutalidade, sem perder o foco nos personagens.

Se mantiver esse ritmo, o spin-off pode redefinir o padrão visual e narrativo da franquia, provando que ainda há espaço para se reinventar mesmo depois de tantos anos. Daryl Dixon não tenta ser Game of Thrones, ele se torna algo próprio, e talvez ainda mais eficaz.

Daryl Dixon está disponível no Prime Video.