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Crítica: Nossa Culpa mantém fórmula do primeiro, mas perde emoção

Sequência de Minha Culpa, fenômeno do Prime Video, entrega o esperado

Crítica: Nossa Culpa mantém fórmula do primeiro, mas perde emoção

Minha Culpa se tornou um fenômeno inesperado no Prime Video, principalmente entre o público jovem, e isso abriu espaço para uma trilogia completa baseada nos livros de Mercedes Ron.

Nossa Culpa chega com a missão de continuar essa história intensa entre Noah e Nick, agora mais maduros e distantes, e ao mesmo tempo manter o interesse dos fãs que abraçaram o primeiro filme.

A produção tenta repetir a fórmula de sucesso, mas esbarra nos mesmos problemas que já existiam e, ,em alguns momentos, até os amplia.

Nossa Culpa

Reencontro e desenvolvimento do romance

Quatro anos após o término, Noah e Nick se cruzam novamente no casamento de amigos. A proposta tem potencial emocional, mas a história não se aprofunda nos sentimentos acumulados ao longo do tempo. O filme apresenta os conflitos de forma superficial, sem construir verdadeiramente as consequências dessa separação. Assim como no original, a trama prefere acelerar o romance em vez de explorar suas camadas.

Quem gostou do primeiro filme provavelmente vai gostar desse também, já que os elementos principais permanecem os mesmos: tensão romântica, reencontros intensos e um casal que se destaca pela química. Gabriel Guevara e Nicole Wallace continuam funcionando muito bem juntos em cena, mantendo a tensão que conquistou o público. No entanto, mais uma vez, suas atuações são limitadas pela falta de profundidade do roteiro, que não oferece espaço para grandes evoluções emocionais.

O maior problema de Nossa Culpa está no texto. Os diálogos são simples, muitas situações acontecem sem explicações sólidas e os plots parecem surgir e desaparecer rapidamente, sem impacto. Falta personalidade ao roteiro, que se apoia em clichês já conhecidos do gênero e evita arriscar qualquer abordagem diferente. Isso transforma o filme em apenas mais um romance genérico, sem identidade própria.

Quando comparado ao primeiro longa, este também perde em energia. A história tem menos emoção e bem menos adrenalina, o que tira boa parte do envolvimento do público. Nem mesmo as cenas de conflito conseguem gerar tensão real. A sensação é de que tudo acontece de maneira morna, sem grandes altos ou baixos. A cena final, inclusive, parece deslocada e poderia facilmente não existir, sem alterar praticamente nada.

Nossa Culpa

Aspectos técnicos e limitações do roteiro

Mesmo com esses problemas, a direção segue eficiente em alguns aspectos técnicos, como fotografia e ritmo visual. O filme tem um acabamento competente, mas a estética não compensa a fragilidade narrativa. Falta profundidade nos personagens, falta complexidade nos conflitos e falta ambição no desenvolvimento da trama.

E talvez a questão mais curiosa seja: por que ainda teremos um terceiro filme? Nossa Culpa amarra grande parte dos arcos principais e não deixa muitas pontas soltas. A continuação já está confirmada, mas fica difícil imaginar o que ainda resta para ser explorado de maneira relevante, considerando que este capítulo parece encerrar a história emocional do casal.

No fim, Nossa Culpa entrega exatamente o que se esperava (esse é o problema), e não tenta ir além do que o primeiro já fez. Para os fãs, funciona como mais um capítulo de um romance familiar. Para quem busca algo mais elaborado, continua sendo uma produção limitada por clichês e por um roteiro que evita profundidade.

Nossa Culpa está disponível no Prime Video.