Ao longo da história, filmes e séries de ficção científica demonstraram uma habilidade fascinante: prever o futuro antes que ele aconteça. Telas holográficas, cidades interligadas, robôs autônomos… e sistemas financeiros que são totalmente distintos dos que conhecemos.
Por décadas, esses conceitos permaneceram limitados às telonas. Mas hoje, várias delas estão se concretizando — bem à nossa vista. Hoje em dia, tecnologias que antes pareciam “coisas de roteiro” já são parte do dia a dia: pagamentos digitais, moedas descentralizadas, inteligência artificial que gerencia dinheiro em tempo real.
O cinema não é apenas entretenimento; ele constrói referências coletivas sobre o futuro. Ao longo do tempo, essas referências estão gradualmente formando o presente.
Da ficção à realidade — a tecnologia que se integra ao cotidiano
Antigamente, era simples ver um filme de ficção científica e pensar: “isso nunca vai acontecer comigo”. O ritmo das inovações tecnológicas tem sido tão acelerado que até os roteiristas mais imaginativos ficariam surpresos.
Tecnologias que já são parte do dia a dia:
- Transações instantâneas: atualmente, ninguém precisa mais contar com dinheiro em espécie para realizar pagamentos cotidianos. O Pix fez com que enviar dinheiro fosse tão instantâneo quanto apertar um botão — assim como nos filmes, quando personagens encostam um dispositivo para realizar um pagamento.
- Biometria por toda parte: autenticar transações com a face ou a impressão digital parecia algo saído de Minority Report. Atualmente, esse é o método mais utilizado para desbloquear o celular e realizar pagamentos.
- Criptomoedas para todos: conferir a cotação de criptomoedas, como o xrp preco, já faz parte da rotina de milhões. Isso demonstra como o acesso à informação financeira se tornou mais rápido, fácil e amplamente acessível — muito além dos círculos de especialistas.
Essa revolução também aparece nos números: segundo a B3, o número de investidores pessoa física no Brasil chegou a 19,4 milhões em 2024, um crescimento de mais de 80 % desde 2020 (B3). A facilidade de acesso digital tem sido decisiva para esse salto.
O cinema já sinalizava sobre moedas digitais
Se prestarmos atenção, veremos que diversos filmes e séries indicaram de forma clara mudanças na forma de lidar com dinheiro. A ficção tem sido um terreno seguro para a exploração de conceitos audaciosos — e muitos desses conceitos levaram a soluções reais.
Um exemplo notável é “O Preço do Amanhã” (2011). Neste filme, o tempo é literalmente equivalente a dinheiro: cada indivíduo possui um relógio em seu braço que indica quantas horas de vida ainda restam, e tudo — alimentação, transporte, habitação — é pago com tempo.
A proposta pode soar extrema, mas é uma antecipação de debates em torno de valores intangíveis e economias digitais que não necessitam de dinheiro em espécie. De certa maneira, isso é similar aos sistemas de blockchain, onde o valor não reside em um item material, mas sim em uma rede de informações confiável.
Um exemplo intrigante é “Jogador N°1” (2018), onde um universo virtual chamado OASIS tem uma economia própria, com ativos digitais que valem algo no “mundo de fora”.
Quem observa a ascensão dos jogos online e das criptomoedas percebe que isso já ocorre: tanto jogadores quanto investidores movimentam bilhões com itens digitais, moedas de jogos e NFTs. Há poucos anos, a ideia de um “valor digital independente” era apenas ficção; hoje, existe um mercado sólido.
Nessas situações, o cinema atuou como um verdadeiro laboratório de ideias — antecipando discussões e preparando nossa imaginação para aceitar que dinheiro e tecnologia podem se unir de maneiras surpreendentes.
Criptomoedas: do conceito futurista à realidade ao alcance de todos
Se a literatura imaginativa semeou a ideia, as criptomoedas demonstraram de forma tangível que tais conceitos poderiam se materializar. Quando apareceram, há pouco mais de dez anos, os criptoativos eram considerados por muitos um tema distante, exclusivo de tecnólogos ou de fãs de ficção científica.
Atualmente, essa visão se transformou radicalmente. As criptomoedas já fazem parte da rotina de milhões de pessoas no planeta — e o Brasil está entre os países que mais adotam esses ativos.
De acordo com relatórios internacionais, o país se encontra entre os cinco primeiros em rankings globais de criptomoedas. Ou seja, não é um nicho: milhões de brasileiros já compraram, venderam ou utilizaram criptomoedas em algum momento. O acesso ficou muito mais fácil graças às plataformas digitais, onde qualquer um pode começar com pouco dinheiro, de forma segura e rápida.
As vantagens que as criptomoedas proporcionam também ajudam a entender esse progresso:
- Acesso global: sem restrições geográficas — qualquer um com internet pode se envolver.
- Inclusão financeira: possibilitam que grupos de pessoas que não têm acesso a bancos convencionais realizem transações e guardem dinheiro.
- Transparente e seguro: a tecnologia blockchain torna os registros públicos e quase impossíveis de serem alterados.
- Investimento fracionado: é viável adquirir pequenas porções sem a necessidade de grandes investimentos.
Também, o uso de criptomoedas não se restringe mais a investimentos. Elas têm sido empregadas em transferências internacionais, programas de recompensa, meios de pagamento e até mesmo em iniciativas de entretenimento e cultura popular — setores onde os entusiastas da cultura geek e do cinema frequentemente se encontram na vanguarda.
Essa difusão indica que os criptoativos não são mais uma “novidade tecnológica” e se tornaram ferramentas reais de transformação econômica. O que era considerado uma ideia do futuro agora se torna parte do presente.
Filmes influenciam nossa percepção da tecnologia
As histórias possuem um grande poder. O cinema, principalmente o de ficção científica, tem o poder de moldar nossa visão de mundo e nos antecipar para transformações que ainda estão por vir.
O primeiro contato de muitas pessoas com conceitos de economia digital ocorre por meio de séries ou filmes, e apenas depois é que elas procuram se informar sobre como essas ideias funcionam na prática. A cultura geek e pop, sempre com esse talento para prever o que vai bombar, se tornou uma porta de entrada para novas maneiras de consumir, investir e inovar.
O futuro chegou antes do que esperávamos
Aquelas inovações em tecnologia financeira que pareciam distantes — como pagamentos instantâneos, autenticação por impressão digital e moedas digitais — já estão integradas ao nosso cotidiano. As criptomoedas são o símbolo dessa mudança, provando que a inovação financeira não é mais algo reservado apenas a especialistas ou grandes investidores. É um mundo acessível, dinâmico e global.
O futuro do dinheiro já não se encontra mais em universos alternativos ou narrativas de ficção científica. Está ocorrendo neste momento, bem aqui em nosso dia a dia. Além disso, o cinema já havia nos fornecido diversos spoilers.