Você já se pegou defendendo sua série favorita… até lembrar “aquele” episódio que dá vontade de pular? Para os astros de Supernatural, esse consenso existe e tem nome, data e memórias de set que ardem (literalmente).
Em uma conversa especial pelos 20 anos da estreia, o elenco bateu o martelo sobre qual capítulo é o mais problemático da história dos Winchester.
O episódio que virou consenso: “Bugs” (1×08)
“Bugs” nasceu na primeira temporada, quando Supernatural ainda ajustava tom e limites. A trama leva Sam e Dean a um condomínio em Oklahoma, onde mortes bizarras parecem ligadas a um adolescente obcecado por insetos, até que o caso se revela uma maldição ancestral.
O resultado pretende ser assustador, mas acaba esbarrando num desconforto e numa fobia muito real: insetos em casa é o “monstro” que mora no cotidiano. Nos números, o episódio carrega cicatriz: 6,8/10 no IMDb, a segunda pior nota entre 327 capítulos.
A única avaliação abaixo dela é “Bloodlines” (9×20), o backdoor pilot de um spin-off que nunca saiu do papel. Mesmo assim, “Bugs” ficou com a fama; foi o capítulo que o próprio elenco confirmou como “o pior”.
Por que “Bugs” incomoda tanta gente
Há dois incômodos que se somam. O primeiro é temático: a combinação de fobia de insetos com uma maldição tratada de modo insensível envelheceu mal. Muitos fãs relatam que o medo não é “divertido”, é invasivo. É o tipo de terror que tira o prazer da fantasia e dispara gatilhos reais.
O segundo incômodo nasce do que se vê (e do que não se vê) em tela. O clímax precisa de enxames convincentes, mas a execução falhou. O destino do episódio foi selado quando a tensão que deveria prender o público virou ruído técnico, e nada derruba mais a imersão do que um efeito que não cumpre a promessa.
Bees, picadas e pós-produção: bastidores que deram errado
Nos bastidores, Jensen Ackles foi direto ao ponto:
Sim, acho que foi, por causa do que passamos e do que acabou sendo. Basicamente, o esforço não valeu a pena.
Jared Padalecki lembrou do volume absurdo de insetos:
Tipo 70.000 abelhas…Estávamos literalmente sendo picados por abelhas. E aí eles conseguiram postar, e as abelhas não apareceram na câmera, então eles tiveram que fazer efeitos visuais nas abelhas.
Padalecki ainda contou a orientação surreal do “especialista”: nada de bater nos insetos, “apenas guie-os gentilmente”. Como assim, se a cena pedia espantar enxames?
Nem tudo é treva: a joia subestimada “Baby”
Para Misha Collins, há um oposto perfeito para “Bugs”: “Baby”, o capítulo contado do ponto de vista do Impala. Diferente de tudo que a série já havia feito, o capítulo é narrado pela perspectiva do Impala, o carro clássico de Dean. Pode parecer estranho à primeira vista, mas esse detalhe transforma o episódio em um verdadeiro presente para quem acompanhou a jornada dos irmãos Winchester.
“Baby” mostra que o coração de Supernatural nunca esteve apenas nos monstros ou nas batalhas, mas na relação entre Sam, Dean e o carro que os levou por cada estrada. A escolha criativa de filmar quase toda a trama de dentro do Impala dá ao público uma intimidade rara: diálogos soltos, pequenos gestos e até silêncios que dizem muito mais do que longos discursos.
Supernatural está disponível na HBO Max.