Quando Álex Pina e Esther Martínez Lobato anunciaram um novo projeto para a Netflix, a expectativa foi enorme. A dupla que revolucionou o mercado com La Casa de Papel retorna agora com O Refúgio Atômico, uma série que se passa em um futuro próximo em que a humanidade vive à beira de uma guerra de proporções catastróficas.
A proposta parte de um cenário de colapso iminente, no qual os mais ricos encontram refúgio em uma instalação subterrânea projetada para resistir ao caos. Entre eles, famílias que carregam rivalidades antigas acabam forçadas a conviver em um espaço isolado, transformando o abrigo em palco de tensões.
Um bunker que esconde mais do que proteção
No centro da trama está o Kimera Underground Park, um refúgio luxuoso concebido para oferecer conforto em meio à instabilidade global. Longe de ser apenas um abrigo, o espaço conta com restaurantes, áreas de lazer, spa, ginásio e até jardins internos, funcionando como uma cidade autossuficiente debaixo da terra.
É nesse ambiente que conhecemos Max, um jovem levado pelo pai para dentro do bunker. Ele precisa se adaptar a uma rotina marcada tanto pelo excesso de recursos quanto pela hostilidade das relações entre os confinados. O lugar, que deveria oferecer segurança, logo se revela um terreno de disputas pessoais.
O confinamento revive conflitos do passado e, enquanto o mundo externo enfrenta a ameaça de um desastre, as tensões internas aumentam e colocam em xeque a promessa de estabilidade que o abrigo pretendia garantir.
Produção de peso e elenco diversificado
O Refúgio Atômico tem direção de nomes conhecidos do audiovisual espanhol, como Jesús Colmenar, David Barrocal e José Manuel Cravioto e oroteiro reúne uma equipe que já colaborou com Pina e Lobato em projetos anteriores.
O elenco reúne Pau Simón no papel de Max, acompanhado por Alícia Falcó, Miren Ibarguren, Joaquín Furriel, Natalia Verbeke, Carlos Santos e Montse Guallar.
A ambientação chama atenção pelo contraste entre o luxo das instalações e a sensação claustrofóbica de viver sob a terra, e a estética mistura referências de décadas passadas com tecnologia de ponta.
Questões atuais em um cenário ficcional
Embora ambientada em um universo fictício, a série dialoga com questões muito presentes no debate público. A desigualdade de acesso à segurança, a tentativa dos privilegiados de se blindarem em meio ao caos e o impacto psicológico de viver isolado são temas centrais.
A narrativa sugere que, mesmo cercados por conforto, os personagens não conseguem escapar das próprias fragilidades. O abrigo, idealizado como solução para o colapso externo, acaba funcionando como um espelho das tensões humanas.
Com oito episódios de aproximadamente uma hora cada, O Refúgio Atômico estreia nesta sexta-feira, 19 de setembro, na Netflix.